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terça-feira, 6 de março de 2012

Centrais do DF e estudantes realizam ato no Banco Central: "Juros Não! Trabalho, Saúde e Educação"

Paulo Vinícius Silva

As centrais sindicais unidas do Distrito Federal (CTB, Força, CGTB, UGT e NCST) e o movimento estudantil (UNE, UBES, UESB) estão decididos a não dar sossego às reuniões do COPOM que definem a taxa de juros. Prova disso foi a manifestação de cerca de 1000 participantes que lotou a frente do Banco Central nesta terça-feira às 9h00, que teve como tema "Juros Não! Trabalho, Saúde e Educação".

O protesto iniciou-se ainda na segunda-feira (05/03), com uma panfletagem denunciando à população o problema dos juros altos, realizada na Rodoviária do Plano Piloto. O ato desta terça (06/03) manteve a tônica, com a exigência por uma queda mais rápida dos juros, a crítica aos cortes orçamentários nas áreas de saúde e educação e a denúncia dos impactos negativos dessa política monetária que reúne superávit primário elevado, juros altíssimos e política de câmbio para a indústria nacional e a qualidade dos empregos.
Além das centrais sindicais, o ato contou com o Sindicato dos Aposentados e com o movimento de mulheres, mas foi graças à mobilização estudantil, capitaneada pela UBES e com o apoio da UNE, que o ato se tornou um sucesso de público, com a presença de escolas importantes do Distrito Federal que levaram a maioria dos  participantes para essa primeira manifestação. Segundo Matteus Diniz, da UBES, "a luta das centrais sindicais contra essa política monetária também é a luta dos estudantes, porque é por causa dessa política do passado, e num contexto de crise, que são cortados recursos da saúde e da educação, e que se nega a reivindicação de 10% do PIB para a Educação". O Presidente da UJS-DF, Tiago cardoso, reforçou a importância da luta dos estudantes ao lado dos trabalhadores da educação, nesse momento em que o compromisso real do governo deve ser medido em função do financiamento da educação pública.

Para o Presidente da CTB-DF, Moysés Leme, "a política de juros altos sangra o trabalhador brasileiro, e é necessário que a Presidenta Dilma reafirme seus compromissos com o desenvolvimento brasileiro". Para Mário Lacerda, do SAEP-DF, "é fundamental aproximar ainda mais o movimento dos estudantes e dos trablhadores para fortalecer a luta por um pacto pelo emprego e pela educação de qualidade, o que só se fará com recursos". Já Paulo Vinícius, da Executiva Nacional da CTB, destacou que "o impacto dos juros é sentido nas casas de todos, quando um pai de família não pode comprar um material escolar, ou corta na alimentação e no vestuário, porque os juros comem um pedaço importante do seu salário, e a culpa dissop é dos senhores reunidos no BC, que definem a táxa que é referência para todas as demais. O BC é uma mãe para os banqueiros, que pegam dinheiro lá fora a 0,25% e vem aqui ganhar 10,5% nas costas de quem produz".

Epaminondas, da Força Sindical-DF, valorizou a consciência fos participantes, numa unidade que foi "dos estudantes do ensino médio até aos aposentados". E Ubiraci, Presidente Nacional da CGTB destacou os impactos negativos da atual política monetária para a desindustrialização, exposta pela abrupta queda do crescimento da produção industrial nacional e do PIB.

As centrais e os estudantes avaliaram como um grande êcxito para um primeiro protesto a mobilização de cerca de mil participantes e já agendaram um novo protesto para a próxima reunião do COPOM, que está prevista para 10 de maio, reforçando o movimento nacional que tem se realizado na Avenida Paulista. De agora em diante, o COPOM se reunirá com a voz rouca das ruas a questionar a motivações de suas decisões, se são tomadas em favor do Brasil ou em função dos interesses dos especuladores que prejudicam o país.

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