Em Porto Algre, centrais se mobilizam para o Grito de Alerta em favor do emprego
Até a penúltima semana de março desse ano, 140 mil empregos deixaram de ser criados no país. Entre os anos de 2007 ea 2011 foram fechados em torno de 770 mil postos de trabalho. Culpa da desindustrialização que o Brasil tem enfrentado. Essa é uma das principais razões que uniu trabalhadores e empregados no movimento denominado “Grito de Alerta - Mobilização contra a desindustrialização e em defesa da produção e do emprego”.
Na entrevista que reuniu dirigentes sindicais e representantes do patronato, nesta sexta-feira (23), depois da quinta reunião preparatória para a caminhada conjunta que será realizada segunda-feira (26), em Porto Alegre, o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, justificou o engajamento das centrais sindicais no movimento.
“Para nós, essa união se justifica. Estamos debatendo a defesa do projeto nacional de desenvolvimento que tenha como principal objetivo valorizar a produção nacional e a geração de empregos em nosso país. Não estamos fazendo um movimento contra as exportações, até porque vivemos em um mundo globalizado, que tem relações comerciais. Nós queremos é que se estabeleçam regras claras e que se dê uma igualdade de condições no processo de importação e de exportação.”
Segundo o presidente da CTB-RS “o movimento coloca algumas premissas, que são questões nacionais, particularmente da política macroeconômica. É a redução mais drástica da taxa de juros, a diminuição do “spread” bancário, o controle mais efetivo do câmbio, que hoje tem uma sobrevalorização e isso é muito ruim para a exportação brasileira. Na verdade, hoje nós estamos exportando os empregos do Brasil em vez de exportarmos mercadorias. E também nós precisamos de um investimento cada vez maior em nosso parque industrial e tecnológico. E também é preciso maior qualificação profissional, tanto no nível técnico como científico. São questões extremamente importantes e que hoje são necessidades prementes para o desenvolvimento que defendemos para o Brasil como nação, em busca de uma média de crescimento em torno de 5% a 6% ao ano. Para isso, precisamos de mão de obra qualificada para tocar esse país adiante”, advertiu.
E aproveitou para criticar o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “O ministro fez uma série de raciocínios que comprovam que o Brasil está em ritmo de desindustrialização, mas no final disse que o país não está vivendo um processo de desindustrialização. Ora, é só verificar os números que o próprio governo divulgou. A indústria de transformação no Brasil, em meados da década de 80 representava 27% do PIB. Em 2011, passou a representar 16% e no final desse ano deverá ser de 15%. Isso é ou não é desindustrialização? O processo de desindustrialização está claro.”
“Todas essas questões constam no documento que será entregue às autoridades, além do incentivo que precisa ser dado para a produção. Então, essa unidade de empresários e trabalhadores é justificável porque nós queremos é o bem do Brasil como nação para atender os interesses da empresa nacional e do povo trabalhador do nosso país. Como a adesão aumenta a cada dia, teremos cerca de 10 mil trabalhadores, empresários, estudantes e pessoas da sociedade civil que estão compreendendo a magnitude desse movimento. É muito importante que o governo ouça o grito de alerta que terá início em Porto Alegre nesta segunda-feira”, finalizou Guiomar Vidor.
Emanuel Mattos – CTB-RS (Foto: Wesley Santos)
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