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terça-feira, 31 de julho de 2012
Poema XX - Pablo Neruda: Puedo escribir los versos más tristes esta noche
Pablo Neruda: Puedo escribir los versos más tristes esta noche
Com o http://www.mat.upm.es/~jcm/neruda.html
Departamento de Matemática aplicada a las Tecnologías de la Información (vejam só!)
Pablo Neruda: Puedo escribir los versos más tristes esta noche |
Puedo escribir los versos más tristes esta noche. Escribir, por ejemplo: "La noche está estrellada, y tiritan, azules, los astros, a lo lejos." El viento de la noche gira en el cielo y canta. Puedo escribir los versos más tristes esta noche. Yo la quise, y a veces ella también me quiso. En las noches como esta la tuve entre mis brazos. La besé tantas veces bajo el cielo infinito. Ella me quiso, a veces yo también la quería. Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos. Puedo escribir los versos más tristes esta noche. Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido. Oir la noche inmensa, más inmensa sin ella. Y el verso cae al alma como al pasto el rocío. Qué importa que mi amor no pudiera guardarla. La noche esta estrellada y ella no está conmigo. Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos. Mi alma no se contenta con haberla perdido. Como para acercarla mi mirada la busca. Mi corazón la busca, y ella no está conmigo. La misma noche que hace blanquear los mismos árboles. Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos. Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise. Mi voz buscaba el viento para tocar su oído. De otro. Será de otro. Como antes de mis besos. Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos. Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero. Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido. Porque en noches como esta la tuve entre mis brazos, mi alma no se contenta con haberla perdido. Aunque este sea el ultimo dolor que ella me causa, y estos sean los ultimos versos que yo le escribo. |
Com o http://www.mat.upm.es/~jcm/neruda.html
Departamento de Matemática aplicada a las Tecnologías de la Información (vejam só!)
Em assembleia, maioria dos professores decide continuar a greve
Em assembleia, maioria dos professores decide continuar a greve
Texto e fotos: Ricardo Felizola
A tarde desta segunda-feira (30) prometia ser decisiva para o fim da paralização das atividades dos professores. A Associação dos Docentes da UnB (ADUnB) realizou assembleia e, por 259 votos a 54, os professores rejeitaram o último acordo e decidiram continuar a greve.
Na semana passada, a ADUnB divulgou nota à imprensa que avalia o acordo sugerido pelo Governo. "A diretoria da ADUnB entende que a proposta enviada pelo governo representa um avanço significativo em relação à proposta anterior. Entretanto, ainda possui pontos prejudiciais, como a impossibilidade de progressão quando em estágio probatório", diz a nota.
Para promover a democracia e ouvir a vontade de todos, em assembleia, a ADUnB convocou todos os professores para decidirem pela continuidade ou não da paralisação, que completou 73 dias hoje (31). Enquanto a maioria decidiu pela greve, 259 professores, apenas 54 votos foram favoráveis a decisão da ADUnB de acabar com a greve, claro, se o Governo atendesse algumas ressalvas. Para a professora Patrícia Pinheiro, a proposta sugerida pela União não é nada boa. "O governo não fez direito a tarefa de casa. Nós queremos plano de carreira e melhores condições de trabalho", afirma.
Para a maioria dos docentes a reivindicação maior é a desestruturação da carreira que o governo propõe, e não somente o orçamento, que também não agrada a todos. "Podemos ganhar menos hoje, mas no futuro ganharemos uma carreira reestruturada", ressalta Rachel Cunha , professora da UnB.
A assembleia contou ainda com a presença de estudantes, servidores da UnB e professores aposentados da Universidade, que apoiaram a continuidade da paralisação.
Nova proposta
A nova medida apresentada pelo governo federal, na quinta-feira passada (24), aceita os 13 níveis de carreira que os docentes desejam, porém mantém a hierarquização vertical em classes e níveis, assim como quatro cargos distintos, sem unificação.
A União também propôs reajuste mínimo de 25% e máximo de 40%, para professores no auge da carreira, percentual abaixo do reivindicado pelos grevistas.
O governo instituiu, também, valores nominais de Vencimento Básico e Retribuição por Titulação, a serem concedidos de forma parcelada.
Em assembleia tumultuada, professores decidem manter greve - UnB Agência - Universidade de Brasília (UnB)
UnB Agência - Universidade de Brasília (UnB)
Ana Lúcia Moura e Diogo Lopes de Oliveira - Da Secretaria de Comunicação da UnB
Emília Silberstein/UnB Agência |
Em assembleia tumultuada, professores decidem manter greve
219 docentes votaram a favor da continuidade da paralisação e 54 contra. Descontrolado, o presidente da ADUnB foi afastado do comando da reunião
Ana Lúcia Moura e Diogo Lopes de Oliveira - Da Secretaria de Comunicação da UnB
Depois de três horas de bate boca, os professores da Universidade de Brasília decidiram manter a greve, iniciada em 21 de maio: 219 docentes foram a favor da continuidade da paralisação. Apenas 54 aceitaram a proposta do Governo Federal, apresentada na semana passada. Não foram contabilizadas abstenções. A decisão foi tomada em assembleia tumultuada. Descontrolado, Rafael Morgado, presidente da Associação do Docentes (ADUnB), foi afastado, sob vaias e protestos, do comando da reunião pelos próprios aliados.
O embate começou na abertura da assembleia, às 15h38, quando a ADUnB propôs consulta por meio de urna, que seria aberta após os debates e ficaria à disposição dos professores até às 21h de terça-feira. O resultado, a ser apurado na quarta-feira, definiria os rumos da paralisação. Por 162 votos a 146, e em meio a forte discussão, os docentes rejeitaram o modelo de votação proposto, elaboraram uma nova pauta e iniciaram os debates para encaminhamento da votação durante a própria assembleia. Veja aqui vídeo. Aproximadamente 400 professores lotaram o Anfiteatro 12, no Instituto Central de Ciências.
Durante a contagem dos votos, no entanto, após ouvidas as manifestações favoráveis e contrárias à continuidade da paralisação, o presidente da ADUnB, Rafael Morgado, decidiu, abruptamente, retomar o modelo de votação em urna, rejeitado pelos professores uma hora antes. “Estamos em regime de votação”, informou. “Aqueles que são favoráveis à proposta da ADUnB se manifestem”, pediu. Menos da metade dos professores presentes à assembleia ergueu os braços. “Há vários professores lá fora que estão alijados do processo de votação. Eles também têm o direito de votar e por isso o processo de votação será em urna”, disse, fazendo referência aos cerca de 40 professores que estavam no corredor do Instituto Central de Ciências no momento da votação.
Emília Silberstein/UnB Agência
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A declaração provocou revolta dos professores. Alguns levantaram, foram até a mesa e exigiram que o presidente da ADUnB mantivesse a decisão tomada no início da assembleia. Rafael Morgado insistiu que a votação seria em urna e ordenou que os funcionários do sindicato iniciassem a coleta de votos. “Golpista”, gritava, da plateia, a maioria dos professores. Estudantes engrossaram o côro.
Enquanto a gritaria ocorria, pelo menos dez professores formavam fila para preencher a cédula de votação. Alguns chegaram a assinalar a opção desejada e depositar na urna. Indignados, os professores contrários à medida cercaram a mesa exigindo que fosse cumprida a decisão tomada no início da assembleia. “Você sabe que essa votação não tem legitimidade”, bradava o professor Rodrigo Dantas, do Departamento de Filosofia, ao lado de Perci Coelho, integrante do Comando Local de Greve, e de outros professores. Rafael Morgado manteve a votação.
Enquanto a gritaria ocorria, pelo menos dez professores formavam fila para preencher a cédula de votação. Alguns chegaram a assinalar a opção desejada e depositar na urna. Indignados, os professores contrários à medida cercaram a mesa exigindo que fosse cumprida a decisão tomada no início da assembleia. “Você sabe que essa votação não tem legitimidade”, bradava o professor Rodrigo Dantas, do Departamento de Filosofia, ao lado de Perci Coelho, integrante do Comando Local de Greve, e de outros professores. Rafael Morgado manteve a votação.
Emília Silberstein/UnB Agência
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Rodrigo Dantas chegou a pegar o microfone, mas, antes de iniciar sua fala, Rafael Morgado arrancou os fios das tomadas, desligando o aparelho de som. “Impeachment”, gritavam professores. Após seguidas tentativas de diálogo, os professores Ebnezer Nogueira, ex-presidente da ADUnB, Itiberê Saldanha e Paulo Celso dos Reis Gomes, convenceram Rafael Morgado, de quem são aliados, a sair da assembleia para uma conversa reservada. Pediram que reconhecesse o resultado. “Nós perdemos”, disse Ebnezer. “Esse é um compromisso de campanha, que assumi ao entrar para o sindicato. Sou um homem de palavra”, respondeu Rafael, que chorava diante dos colegas.
De volta ao anfiteatro, Rafael Morgado fechou a urna e ameaçou deixar a assembleia, mas foi impedido por estudantes, que bloquearam a saída do anfiteatro. O bloqueio foi desfeito após Ebnezer Nogueira e Paulo Celso Gomes afirmarem aos alunos que a votação tal qual aprovada no início da assembleia estava assegurada. “O que vale é o que está na urna”, protestou Rafael Morgado, sinalizando discordância com os colegas. Com a saída do presidente, a secretária-geral da ADUnB, Sandra Maria da Luz, prosseguiu com a votação sem uso de urna, que resultou na continuidade da greve. Os votos foram contados um a um, em voz alta.
DISPUTA – As divergências sobre a proposta da ADUnB começaram ainda na sexta-feira, 27 de julho, quando a diretoria da Associação encaminhou e-mail aos filiados convocando para a assembleia. O documento informava que a assembleia permaneceria aberta, em regime de votação em urna, até às 21h de terça-feira, para analisar a proposta do Governo Federal.
A cédula de votação traria duas alternativas. De um lado, a proposta da ADUnB, que sugeria a aceitação da proposta do Governo Federal com o condicionante de que, dentro de 180 dias, fosse definido cronograma de equiparação dos salários dos aposentados nível adjunto 4 com os dos professores da ativa. De outro, a proposta do Comando de Greve de rejeitar o plano apresentado pelo Governo Federal. “A assembleia abrirá neste momento e seguirá até terça-feira, às 21h, quando a urna fechar. Será em urna porque este foi um compromisso assumido em campanha e que tenho a obrigação de executar, segundo o regimento”, explicou Rafael Morgado, sob vaias, ao apresentar a proposta durante a assembleia.
Os protestos foram reforçados por nota dos ex-diretores da ADUnB, lida pela professora Rachel Nunes da Cunha, do Instituto de Psicologia: “A atual diretoria da ADUnB pretende controlar o processo deliberativo via mecanismos que, sob seu estrito domínio, tolhem o nosso direito de, democrática e publicamente, definir os rumos de nossas lutas que, tradicionalmente, vimos definindo reunidos em assembleia”, afirma o documento. O momento de tumulto que se seguiu foi controlado após proposta do professor Carlos Saito, do Departamento de Ecologia, e membro do Comando Local de Greve, de votar cada item da proposta original da ADUnB, quando foi rejeitada a votação em urna.
DEBATE – Após vencido o impasse sobre o modelo de votação, os professores iniciaram o debate. Argumento central dos contrários à proposta do Governo Federal: era precipitado aceitar proposta considerada insuficiente uma vez que a categoria conseguiu garantir a negociação. “O Governo não contemplou a nossa proposta. Não entrei em greve por 5%, 10% ou 25% de reajuste, mas pela reestruturação da carreira. A greve é um compromisso com o país ”, completou Rafael Villas Bôas, professor da Faculdade UnB Planaltina. “Entre uma proposta e outra das que o Governo Federal apresentou, mudaram-se vírgulas”, disse Claus Akira, do Departamento de Matemática.
O vice-presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Luiz Henrique Schuch, lembrou que 35 assembleias de representações sindicais ligadas ao Andes-SN rejeitaram a proposta do Governo Federal. “Rejeitaram porque ela não atende à reivindicação principal da categoria, que é a reestruturação da carreira”, afirmou.
A ADUnB não definiu quando será a próxima assembleia. Na quarta-feira, os sindicatos que participam da mesa de negociação com o Governo Federal – Andes, Proifes e Sinasefe – se reúnem com representantes do Ministério do Planejamento para apresentar o resultado final das deliberações das universidades. Leia mais aqui.
A cédula de votação traria duas alternativas. De um lado, a proposta da ADUnB, que sugeria a aceitação da proposta do Governo Federal com o condicionante de que, dentro de 180 dias, fosse definido cronograma de equiparação dos salários dos aposentados nível adjunto 4 com os dos professores da ativa. De outro, a proposta do Comando de Greve de rejeitar o plano apresentado pelo Governo Federal. “A assembleia abrirá neste momento e seguirá até terça-feira, às 21h, quando a urna fechar. Será em urna porque este foi um compromisso assumido em campanha e que tenho a obrigação de executar, segundo o regimento”, explicou Rafael Morgado, sob vaias, ao apresentar a proposta durante a assembleia.
Os protestos foram reforçados por nota dos ex-diretores da ADUnB, lida pela professora Rachel Nunes da Cunha, do Instituto de Psicologia: “A atual diretoria da ADUnB pretende controlar o processo deliberativo via mecanismos que, sob seu estrito domínio, tolhem o nosso direito de, democrática e publicamente, definir os rumos de nossas lutas que, tradicionalmente, vimos definindo reunidos em assembleia”, afirma o documento. O momento de tumulto que se seguiu foi controlado após proposta do professor Carlos Saito, do Departamento de Ecologia, e membro do Comando Local de Greve, de votar cada item da proposta original da ADUnB, quando foi rejeitada a votação em urna.
DEBATE – Após vencido o impasse sobre o modelo de votação, os professores iniciaram o debate. Argumento central dos contrários à proposta do Governo Federal: era precipitado aceitar proposta considerada insuficiente uma vez que a categoria conseguiu garantir a negociação. “O Governo não contemplou a nossa proposta. Não entrei em greve por 5%, 10% ou 25% de reajuste, mas pela reestruturação da carreira. A greve é um compromisso com o país ”, completou Rafael Villas Bôas, professor da Faculdade UnB Planaltina. “Entre uma proposta e outra das que o Governo Federal apresentou, mudaram-se vírgulas”, disse Claus Akira, do Departamento de Matemática.
O vice-presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Luiz Henrique Schuch, lembrou que 35 assembleias de representações sindicais ligadas ao Andes-SN rejeitaram a proposta do Governo Federal. “Rejeitaram porque ela não atende à reivindicação principal da categoria, que é a reestruturação da carreira”, afirmou.
A ADUnB não definiu quando será a próxima assembleia. Na quarta-feira, os sindicatos que participam da mesa de negociação com o Governo Federal – Andes, Proifes e Sinasefe – se reúnem com representantes do Ministério do Planejamento para apresentar o resultado final das deliberações das universidades. Leia mais aqui.
Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada. Textos: UnB Agência. Fotos: nome do fotógrafo/UnB Agência.
Conheça a música da greve! Dilma, Dilma, Dilma Negocia com os grevistas! 31/07 na Esplanada - Vídeo incrível
Igor Pereira, da Juventude da CTB do Rio Grande do Sul, empresta seu talento e criatividade à luta da FASUBRA, ao criar a incrível versão de Sociedade Alternativa de Raul Seixas, com a letra Dilma, Dilma, Dilma negocia com os Grevistas!
Muito bom demais! Compartilhe e contribua com essa corrente pela negociação e a valorização da Educação e do Serviço Público Federal!
PCdoB: Texto de José Reinaldo sobre a Conib não é antissemita - Portal Vermelho
PCdoB: Texto de José Reinaldo sobre a Conib não é antissemita - Portal Vermelho
O Secretariado Nacional do Partido Comunista do Brasil esclarece que não considera “antissemita” o texto em questão – uma peça jornalística em que o editor do Vermelho critica os ataques da Conib ao presidente da República Islâmica do Irã quando da visita deste ao Brasil por ocasião da Conferência Rio + 20.
O Portal Vermelho cumpre seu dever editorial de opinar sobre a grave situação no Oriente Médio e ao fazê-lo reflete a linha política internacional do Partido Comunista do Brasil.
São Paulo, 30 de julho de 2012
Secretariado Nacional do Partido Comunista do Brasil
Em nota intitulada “Dirigentes do PCdoB criticam texto antissemita de militante do partido”, publicada em sua página na Internet, no dia 20 de julho do corrente ano, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) publica cartas recebidas de um dirigente do PCdoB no RS e duas parlamentares, para afirmar indevidamente que o jornalista José Reinaldo Carvalho, editor do Vermelho e secretário de Comunicação do Partido, foi “repudiado” por seus camaradas por ter "escrito um texto antissemita”.
O Secretariado Nacional do Partido Comunista do Brasil esclarece que não considera “antissemita” o texto em questão – uma peça jornalística em que o editor do Vermelho critica os ataques da Conib ao presidente da República Islâmica do Irã quando da visita deste ao Brasil por ocasião da Conferência Rio + 20.
O Portal Vermelho cumpre seu dever editorial de opinar sobre a grave situação no Oriente Médio e ao fazê-lo reflete a linha política internacional do Partido Comunista do Brasil.
São Paulo, 30 de julho de 2012
Secretariado Nacional do Partido Comunista do Brasil
segunda-feira, 30 de julho de 2012
domingo, 29 de julho de 2012
Ângelo Alves: A Síria está em guerra - Ângelo Alves - Portal Vermelho e Avante!
Ângelo Alves: A Síria está em guerra - Portal Vermelho
A Síria vive tempos dramáticos para o seu povo. Os combates chegaram às principais cidades do país, primeiro Damasco e depois Alepo, a capital econômica da Síria. Pelas fronteiras com a Jordânia entram dezenas de milhares de mercenários (40 a 60 mil nos últimos dias, segundo algumas fontes) recrutados em países como a Líbia e o Afeganistão, muitos deles pertencentes a grupos terroristas.
Prossegue e intensifica-se a entrada de armamento no país, nomeadamente armamento pesado como armas anti-tanque e foguetes lança-granadas fornecidos pela Otan, por via da Turquia e pelas monarquias ditatoriais do Conselho de Cooperação do Golfo. Os grupos armados e financiados a partir do exterior por uma coligação de terror liderada pelos EUA, França e Alemanha, operacionalizada pela Turquia e financiada pelo Qatar e Arábia Saudita, tentam tomar posições em postos fronteiriços para facilitar a entrada de mais armamento e homens. É cada vez mais difícil de esconder a presença de agentes estrangeiros britânicos e franceses no terreno e os agentes da CIA treinam e escolhem os homens que a partir de campos de treino na Turquia são infiltrados no país. O exército israelita reforça as suas posições e ação nos montes Golan e são desferidas ameaças contra o governo sírio. O exército turco concentra enormes meios na sua fronteira com a Síria. Os «rebeldes» exigem que o Conselho de Segurança da ONU dê luz verde para que as bombas comecem a cair sobre o povo que dizem defender. Rússia e China, numa notável resistência às pressões e defendendo-se daquilo que sabem ser um projeto que lhes toca na sua própria segurança e soberania, bloqueiam no campo diplomático a legitimação da guerra de agressão direta.
O atentado terrorista da passada semana contra a sede da segurança nacional síria, que vitimou três altos responsáveis do governo sírio, incluindo o ministro da defesa, Daud Rajha, documenta bem até onde está disposto a ir o chamado exército livre sírio e as potências imperialistas envolvidas no projeto de submeter a Síria. A versão oficial dos acontecimentos aponta para um atentado suicida, mas circulam relatos que apontam para a possibilidade de um ataque aéreo de drones, os aviões não tripulados norte-americanos que estão a matar centenas de civis no Iémen e no Paquistão. A confirmar-se esta versão, estamos perante uma elucidativa prova do grau de envolvimento dos EUA, confirmado aliás por ações dos últimos dias como bloqueios do sinal de satélite do canal Al-Dounia sírio ou a ação de pirataria da conta de Twitter deste mesmo canal pela CIA.
A Síria está em guerra, esta é que é a verdade. Uma guerra fabricada no terreno durante mais de um ano, programada nos corredores do Pentágono desde os tempos da administração Bush, financiada há anos por uma criminosa cadeia de financiamento e ingerência de milhões de dólares que alimentou os mercenários políticos, fantoches de Washington e da Otan, que integram hoje o Conselho Nacional Sírio. Gente que desfila nas reuniões do Clube Bildergerg, vive comodamente em Paris (como Kodami, uma das figuras de proa do CNS) ou em Conventry (como Rami Abdel Rahman, o rosto do sinistro Observatório Sírio dos Direitos Humanos). O país que durante décadas desconheceu conflitos étnicos ou sectários; o país em que xiitas, sunitas, alauitas, druzos, curdos e cristãos conviveram pacificamente; o país em que as religiões islâmica e cristã coexistiram pacificamente num dos poucos estados árabes laicos do Mundo, este país, um dos poucos elementos de estabilidade na tumultuosa região do Médio Oriente, foi arrastado pelo imperialismo para uma guerra assente na incitação à violência sectária, que pode condenar o povo sírio há anos, senão décadas, de guerra e que pode fazer explodir de vez uma guerra regional que, dada a internacionalização a que está sujeita, pode redundar num conflito de dimensões imprevistas.
Mas nem tudo são favas contadas. A operação Vulcão de Damasco redundou numa enorme derrota militar dos “rebeldes” e o exército sírio retoma o controle de várias zonas. É uma luta pela soberania do povo sírio, e por mais incrível que pareça, dada a violência dos combates, pela paz no Médio Oriente e no Mundo.
* Ângelo Alves é membro da Comissão Política do PCP
A Síria vive tempos dramáticos para o seu povo. Os combates chegaram às principais cidades do país, primeiro Damasco e depois Alepo, a capital econômica da Síria. Pelas fronteiras com a Jordânia entram dezenas de milhares de mercenários (40 a 60 mil nos últimos dias, segundo algumas fontes) recrutados em países como a Líbia e o Afeganistão, muitos deles pertencentes a grupos terroristas.
Por Ângelo Alves, no Jornal Avante!
Prossegue e intensifica-se a entrada de armamento no país, nomeadamente armamento pesado como armas anti-tanque e foguetes lança-granadas fornecidos pela Otan, por via da Turquia e pelas monarquias ditatoriais do Conselho de Cooperação do Golfo. Os grupos armados e financiados a partir do exterior por uma coligação de terror liderada pelos EUA, França e Alemanha, operacionalizada pela Turquia e financiada pelo Qatar e Arábia Saudita, tentam tomar posições em postos fronteiriços para facilitar a entrada de mais armamento e homens. É cada vez mais difícil de esconder a presença de agentes estrangeiros britânicos e franceses no terreno e os agentes da CIA treinam e escolhem os homens que a partir de campos de treino na Turquia são infiltrados no país. O exército israelita reforça as suas posições e ação nos montes Golan e são desferidas ameaças contra o governo sírio. O exército turco concentra enormes meios na sua fronteira com a Síria. Os «rebeldes» exigem que o Conselho de Segurança da ONU dê luz verde para que as bombas comecem a cair sobre o povo que dizem defender. Rússia e China, numa notável resistência às pressões e defendendo-se daquilo que sabem ser um projeto que lhes toca na sua própria segurança e soberania, bloqueiam no campo diplomático a legitimação da guerra de agressão direta.
O atentado terrorista da passada semana contra a sede da segurança nacional síria, que vitimou três altos responsáveis do governo sírio, incluindo o ministro da defesa, Daud Rajha, documenta bem até onde está disposto a ir o chamado exército livre sírio e as potências imperialistas envolvidas no projeto de submeter a Síria. A versão oficial dos acontecimentos aponta para um atentado suicida, mas circulam relatos que apontam para a possibilidade de um ataque aéreo de drones, os aviões não tripulados norte-americanos que estão a matar centenas de civis no Iémen e no Paquistão. A confirmar-se esta versão, estamos perante uma elucidativa prova do grau de envolvimento dos EUA, confirmado aliás por ações dos últimos dias como bloqueios do sinal de satélite do canal Al-Dounia sírio ou a ação de pirataria da conta de Twitter deste mesmo canal pela CIA.
A Síria está em guerra, esta é que é a verdade. Uma guerra fabricada no terreno durante mais de um ano, programada nos corredores do Pentágono desde os tempos da administração Bush, financiada há anos por uma criminosa cadeia de financiamento e ingerência de milhões de dólares que alimentou os mercenários políticos, fantoches de Washington e da Otan, que integram hoje o Conselho Nacional Sírio. Gente que desfila nas reuniões do Clube Bildergerg, vive comodamente em Paris (como Kodami, uma das figuras de proa do CNS) ou em Conventry (como Rami Abdel Rahman, o rosto do sinistro Observatório Sírio dos Direitos Humanos). O país que durante décadas desconheceu conflitos étnicos ou sectários; o país em que xiitas, sunitas, alauitas, druzos, curdos e cristãos conviveram pacificamente; o país em que as religiões islâmica e cristã coexistiram pacificamente num dos poucos estados árabes laicos do Mundo, este país, um dos poucos elementos de estabilidade na tumultuosa região do Médio Oriente, foi arrastado pelo imperialismo para uma guerra assente na incitação à violência sectária, que pode condenar o povo sírio há anos, senão décadas, de guerra e que pode fazer explodir de vez uma guerra regional que, dada a internacionalização a que está sujeita, pode redundar num conflito de dimensões imprevistas.
Mas nem tudo são favas contadas. A operação Vulcão de Damasco redundou numa enorme derrota militar dos “rebeldes” e o exército sírio retoma o controle de várias zonas. É uma luta pela soberania do povo sírio, e por mais incrível que pareça, dada a violência dos combates, pela paz no Médio Oriente e no Mundo.
* Ângelo Alves é membro da Comissão Política do PCP
Bandos mercernários sofrem grandes perdas na Síria - Portal Vermelho
Bandos mercernários sofrem grandes perdas na Síria - Portal Vermelho
No nordeste, na província de Deir Ezzor, fronteriça com o Iraque, as forças do governo enfrentaram os grupos mercenários na cidade do mesmo nome no bairro Al-Ardi e também em uma área rural de Al-Mayadin, causando-lhes uma grande quantidade de baixas.
Uma tentativa de infiltração de um grupo armado a partir do Líbano pelos povoados de Al-Mathuma e Shahira situados em uma zona de Tal Kalakh, na província de Homs, a 162 quilômetros de Damasco, foi abortada pelas autoridades com o resultado de vários mortos e feridos entre os terroristas.
Enquanto isso, na província sulista de Deraa, a 109 quilômetros da capital, e em Busra al-Sham, bandos armados sufreram grande quantidade de baixas em enfrentamentos com o Exército Sírio.
Por outro lado, os mercenários não conseguiram avançar ao enfrentar as forças governamentais no bairro de Salahedin, em Alepo, a segunda cidade e coração econômico da Síria, depois de iniciada uma ofensiva governamental para eliminar sua presença na zona.
Segundo analistas que se encontram no terreno, os bando mercenários pretendiam conectar o bairro de Salahedin ao de Sahur, para criar um corredor que lhes permitisse receber ajuda desde o exterior, principalmente da Turquia.
Também foi abortada uma tentativa de infiltração de um grupo desde a Turquia em áreas de Idleb, perto de Ain Beida, na jurisdição de Yesser Shoughour, a mais de 350 quilômetros a noroeste do país.
Em outros enfrentamentos nessa região os bandos armados da oposição perderam vários veículos equipados com metralhadoras e outras armas.
Em relação ao conflito na Síria, o jornal britânico Sunday Telegraph informou sobre a presença de combatentes islâmicos no norte de Siria.
Segundo a publicação há elementos procedentes do Paquistão, Bangladesh e Chechênia, além de outros países, confirmando que 40 por centos deles falam inglês e são de nacionalidades desconhecidas.
No sábado (28), a rede de |TV estadunidense CNN revelou que mais de 30 mercenários procedentes da Líbia se transferiram para a Síria para participar na agressão contra este país.
O grupo que ingressou no território sírio é dirigido por Al-Mahdi al-Harati, considerado um dos principais chefes de bandos que derrubaram o governo líbio.
Apelos à intervenção
A forte batida das autoridades síria fez com que vários países ocidentais que apoiam os grupos mercenários manifestassem preocupação pelos fatos, entre eles o presidente francês, Francois Hollande, que solicitou uma una intervenção urgente do Conselho de Segurança da ONU.
O líder do Conselho Nacional Sírio (CNS), Abdel Baset Sayda, que conta com apoio financeiro e militar dos países imperialistas, fez um apelo neste domingo (29) para que países estrangeiros armem ainda mais os mercenários que lutam contra o governo do presidente Bashar Al-Assad.
Ele também reivindicou o apoio dos países árabes ao Exército Livre da Síria (ELS).
Aliança Irã-Síria
Por outro lado, os chanceleres do Irã, Ali Akbar Salehi, e da Síria, Walid Al-Moallem, rechaçaram qualquer intervenção estrangeira na crise do país árabe, e ratificaram apoio ao plano de paz de Kofi Annan.
Os dois ministros de Relações Exteriores mantiveram conversações oficiais em Teerã e chamaram os Estados Unidos, outros países ocidentais e árabes a cessarem a ingerência no conflito sírio e deixarem de apoiar os grupos terroristas da oposição.
Depois de enaltecer o bom nível das relações entre a Síria e o Irã, Salehi ratificou que o Irã "permanecerá sempre junto à Síria".
Ele acrescentou que a solidariedade seguirá invariável, mais ainda nestes momentos para enfrentar o que considerou como uma uma evidente violação dos direitos de um país e do direito internacional.
Nesse sentido, fontes da chancelaria iraniana assinalaram que os chanceleres também falaram sobre as alternativas para "frustrar o terrorismo apoiado pelos Estados Unidos" e derrotar os bandos armados da oposição, agora com maior ação bélica na cidade de Aleppo.
Os dois chanceleres se pronunciaram também favoráveis a manter em execução as reformas adotadas pelo presidente Bashar Al-Assad "em linha com a materialização de demandas populares mediante o diálogo e a interação como vias para superar os atuais problemas na Síria".
O chanceler sírio, Al-Moallem, por seu lado, agradeceu a amizade iraniana coa a Síria "em tempos difíceis" e elogiou a postura de princípios frente à interferência de Washington nos assuntos internos de Damasco, assim como no fornecimento de armas e outros recursos à oposição.
O ministro sírio assinalou que o suprimento de armas e munições se faz sabendo que os opositores cometerão atos de sabotagem e terrorismo na Síria, por isso, recriminou alguns governos árabes - que evitou mencionar - pela hostilidade para com seu país e a submissão ao Ocidente.
"Nós, os sírios estamos determinados a derrotar os planos intervencionistas do regime sionista (de Israel) e o Exército sírio enfrentará firmemente os terroristas e instaurará a paz e a estabilidade no país", enfatizou o ministro árabe.
Em outro momento da coletiva de imprensa, ele sublinhou que a Síria se considera comprometida com o plano de paz de seis puntos do enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, em contraste com a rejeição ao al diálogo por parte da oposição armada.
"Chamamos os partidos de oposição a negociar com o governo, e temos tratado de conversar com eles, mas seus atos terroristas bloqueiam as negociações", explicou.
Prensa Latina e agências internacionais
Forças governamentais causaram grandes perdas aos grupos armados que tentam ganhar posições em diferentes províncias do país, informaram neste domingo as autoridades.
No nordeste, na província de Deir Ezzor, fronteriça com o Iraque, as forças do governo enfrentaram os grupos mercenários na cidade do mesmo nome no bairro Al-Ardi e também em uma área rural de Al-Mayadin, causando-lhes uma grande quantidade de baixas.
Uma tentativa de infiltração de um grupo armado a partir do Líbano pelos povoados de Al-Mathuma e Shahira situados em uma zona de Tal Kalakh, na província de Homs, a 162 quilômetros de Damasco, foi abortada pelas autoridades com o resultado de vários mortos e feridos entre os terroristas.
Enquanto isso, na província sulista de Deraa, a 109 quilômetros da capital, e em Busra al-Sham, bandos armados sufreram grande quantidade de baixas em enfrentamentos com o Exército Sírio.
Por outro lado, os mercenários não conseguiram avançar ao enfrentar as forças governamentais no bairro de Salahedin, em Alepo, a segunda cidade e coração econômico da Síria, depois de iniciada uma ofensiva governamental para eliminar sua presença na zona.
Segundo analistas que se encontram no terreno, os bando mercenários pretendiam conectar o bairro de Salahedin ao de Sahur, para criar um corredor que lhes permitisse receber ajuda desde o exterior, principalmente da Turquia.
Também foi abortada uma tentativa de infiltração de um grupo desde a Turquia em áreas de Idleb, perto de Ain Beida, na jurisdição de Yesser Shoughour, a mais de 350 quilômetros a noroeste do país.
Em outros enfrentamentos nessa região os bandos armados da oposição perderam vários veículos equipados com metralhadoras e outras armas.
Em relação ao conflito na Síria, o jornal britânico Sunday Telegraph informou sobre a presença de combatentes islâmicos no norte de Siria.
Segundo a publicação há elementos procedentes do Paquistão, Bangladesh e Chechênia, além de outros países, confirmando que 40 por centos deles falam inglês e são de nacionalidades desconhecidas.
No sábado (28), a rede de |TV estadunidense CNN revelou que mais de 30 mercenários procedentes da Líbia se transferiram para a Síria para participar na agressão contra este país.
O grupo que ingressou no território sírio é dirigido por Al-Mahdi al-Harati, considerado um dos principais chefes de bandos que derrubaram o governo líbio.
Apelos à intervenção
A forte batida das autoridades síria fez com que vários países ocidentais que apoiam os grupos mercenários manifestassem preocupação pelos fatos, entre eles o presidente francês, Francois Hollande, que solicitou uma una intervenção urgente do Conselho de Segurança da ONU.
O líder do Conselho Nacional Sírio (CNS), Abdel Baset Sayda, que conta com apoio financeiro e militar dos países imperialistas, fez um apelo neste domingo (29) para que países estrangeiros armem ainda mais os mercenários que lutam contra o governo do presidente Bashar Al-Assad.
Ele também reivindicou o apoio dos países árabes ao Exército Livre da Síria (ELS).
Aliança Irã-Síria
Por outro lado, os chanceleres do Irã, Ali Akbar Salehi, e da Síria, Walid Al-Moallem, rechaçaram qualquer intervenção estrangeira na crise do país árabe, e ratificaram apoio ao plano de paz de Kofi Annan.
Os dois ministros de Relações Exteriores mantiveram conversações oficiais em Teerã e chamaram os Estados Unidos, outros países ocidentais e árabes a cessarem a ingerência no conflito sírio e deixarem de apoiar os grupos terroristas da oposição.
Depois de enaltecer o bom nível das relações entre a Síria e o Irã, Salehi ratificou que o Irã "permanecerá sempre junto à Síria".
Ele acrescentou que a solidariedade seguirá invariável, mais ainda nestes momentos para enfrentar o que considerou como uma uma evidente violação dos direitos de um país e do direito internacional.
Nesse sentido, fontes da chancelaria iraniana assinalaram que os chanceleres também falaram sobre as alternativas para "frustrar o terrorismo apoiado pelos Estados Unidos" e derrotar os bandos armados da oposição, agora com maior ação bélica na cidade de Aleppo.
Os dois chanceleres se pronunciaram também favoráveis a manter em execução as reformas adotadas pelo presidente Bashar Al-Assad "em linha com a materialização de demandas populares mediante o diálogo e a interação como vias para superar os atuais problemas na Síria".
O chanceler sírio, Al-Moallem, por seu lado, agradeceu a amizade iraniana coa a Síria "em tempos difíceis" e elogiou a postura de princípios frente à interferência de Washington nos assuntos internos de Damasco, assim como no fornecimento de armas e outros recursos à oposição.
O ministro sírio assinalou que o suprimento de armas e munições se faz sabendo que os opositores cometerão atos de sabotagem e terrorismo na Síria, por isso, recriminou alguns governos árabes - que evitou mencionar - pela hostilidade para com seu país e a submissão ao Ocidente.
"Nós, os sírios estamos determinados a derrotar os planos intervencionistas do regime sionista (de Israel) e o Exército sírio enfrentará firmemente os terroristas e instaurará a paz e a estabilidade no país", enfatizou o ministro árabe.
Em outro momento da coletiva de imprensa, ele sublinhou que a Síria se considera comprometida com o plano de paz de seis puntos do enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, em contraste com a rejeição ao al diálogo por parte da oposição armada.
"Chamamos os partidos de oposição a negociar com o governo, e temos tratado de conversar com eles, mas seus atos terroristas bloqueiam as negociações", explicou.
Prensa Latina e agências internacionais
MPF denuncia major da reserva por sequestro e morte no Araguaia - Portal Vermelho
MPF denuncia major da reserva por sequestro e morte no Araguaia - Portal Vermelho
Também conhecido como Doutor Asdrúbal, o militar participou, há 40 anos, da Operação Marajoara, que pôs fim à Guerrilha do Araguaia, a maior ação de resistência armada à ditadura militar brasileira. Assassino confesso de pelo menos quatro guerrilheiros, Lício Maciel permanece impune.
A denúncia do MPF segue determinação da Corte Interamericana de Direitos Humanos que, em sentença de 2010, condenou o Brasil a apurar os crimes de lesa-humanidade ocorridos durante a guerrilha. Como a interpretação que o Supremo Tribunal Federal (STF) faz da Lei da Anistia, de 1979, impede que militares sejam punidos por crimes como assassinato e tortura, o MPF enquadrou o Doutor Asdrúbal pelo sequestro de Divino, considerado imprescritível.
Divino foi emboscado no dia 14 de outubro de 1973, na região do município de São Domingos do Araguaia (PA). De acordo com o MPF, ele e os companheiros André Grabois, o Zé Carlos, João Gualberto Calatroni, o Zebão, e Antônio Alfredo de Lima, o Alfredo, foram cercados quando abatiam porcos e não tinham nenhuma chance de reagir. Grabois, Calatroni e Lima foram executados na hora e Divino, sequestrado e levado com vida para a base militar da Casa Azul, em Marabá. Apesar de ferido, foi interrogado e submetido a grave sofrimento físico. Nunca mais foi visto.
Dez dias depois, Lício Maciel seria responsável pela morte da guerrilheira Lúcia Maria de Souza, a Sônia, executada imediatamente após reagir ao ataque dos militares e ferir o major no braço e no rosto. Bem antes, já havia se notabilizado pela prisão do também guerrilheiro José Genoíno, que viria a se tornar presidente do PT.
O ódio do militar pela esquerda é tamanho que, em 2005, chegou a insinuar que Genoíno foi o verdadeiro responsável pelas mortes dos companheiros, já que, quando preso, delatou como funcionavam as bases da guerrilha, mesmo sem sofrer tortura ou ameaça. “Genoino, olhe no meu olho, você está me vendo. Eu prendi você na mata e não toquei num fio de cabelo seu. Não lhe demos uma facãozada, não lhe demos uma bolacha - coisa de que me arrependo hoje”, disse ele, em discurso proferido na Câmara dos Deputados, durante sessão solene em homenagem aos militares que atuaram no Araguaia.
Tratado como um verdadeiro herói de guerra por outros militares de ultradireita, Maciel sempre se gabou de sua participação na guerrilha. “Tenho imenso orgulho de ter participado dessa luta, por ter agido positivamente para evitar que os guerrilheiros do PCdoB implantassem no país um regime comunista igual ao de Cuba, com paredão e tudo”, declarou ele, no mesmo discurso de 2005.
Em 2010, voltou a confirmar os assassinatos e prisões em depoimento à Justiça. Entretanto, disse que os guerrilheiros foram mortos em combate e se eximiu da culpa pelo desaparecimento de Divino que, segundo ele, foi devidamente entregue à base militar. Pelo menos duas testemunhas rechaçam a tese: o militar José Vargas Jimenez, que escreveu um livro sobre a repressão à guerrilha e depois confirmou as informações em depoimento oficial às autoridades brasileiras, e Manoel Leal Lima, o Vanu, que servia de guia para o grupo de militares durante a emboscada. Ambos ressaltam que os militares armaram uma emboscada para os militantes. E, ainda, que Divino foi submetido à grande tortura.
“Nessa etapa houve o deliberado e definitivo abandono do sistema normativo vigente, pois decidiu-se claramente pela adoção sistemática de medidas ilegais e violentas, promovendo-se então o sequestro ou a execução sumária dos militantes. Não há notícias de sequer um militante que, privado da liberdade pelas Forças Armadas durante a Operação Marajoara, tenha sido encontrado livre posteriormente”, esclarece a denúncia do MPF.
Memória
Divino nasceu em Goiânia, em 1942, e, em 1961, se tornou membro da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). Em 1966, deixou o país, retornando um ano depois para viver na clandestinidade, na região do Brejo Grande, próximo ao Rio Araguaia. Foi nesta época que, atuando como agricultor e comerciante, passou a ser conhecido como Nunes.
Sua irmã, Terezinha Souza Amorim, afirma que a família jamais deixou de buscar a verdade sobre o que aconteceu, sem sucesso. “Em 2004, minha mãe faleceu sem ter obtido informações do Estado brasileiro sobre o que aconteceu com o Divino, após lutar até o fim da vida para o encontrar. Hoje, a minha luta e de outros familiares de mortos e desaparecidos é para que a sociedade conheça a verdadeira história, para que o estado nos esclareça o que aconteceu com nossos entes queridos e para que os responsáveis por todos esses anos de angústia e desespero sejam responsabilizados”, esclarece.
Justiça
Lício Maciel é o terceiro militar denunciado por crimes de lesa-humanidade cometidos durante a ditadura. O primeiro foi justamente o seu parceiro de combate à guerrilha do Araguaia, Sebastião Curió Rodrigues, o Major Curió. A ação foi recusada pela primeira instância, mas o MPF recorreu e aguarda decisão. O segundo é o ex-diretor do DOI/CODI, coronel Brilhante Ustra.
A denúncia contra Lício Maciel foi distribuída para a 2ª Vara Federal do Pará e, desde 19 de julho, aguarda decisão da juíza Nair Pimenta de Castro.
Fonte: Carta Maior
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça o major da reserva Lício Augusto Maciel pelo sequestro do militante do PCdoB Divino Ferreira de Souza, o Nunes, capturado ilegalmente pelo Exército em 1973 e desaparecido desde então.
Também conhecido como Doutor Asdrúbal, o militar participou, há 40 anos, da Operação Marajoara, que pôs fim à Guerrilha do Araguaia, a maior ação de resistência armada à ditadura militar brasileira. Assassino confesso de pelo menos quatro guerrilheiros, Lício Maciel permanece impune.
A denúncia do MPF segue determinação da Corte Interamericana de Direitos Humanos que, em sentença de 2010, condenou o Brasil a apurar os crimes de lesa-humanidade ocorridos durante a guerrilha. Como a interpretação que o Supremo Tribunal Federal (STF) faz da Lei da Anistia, de 1979, impede que militares sejam punidos por crimes como assassinato e tortura, o MPF enquadrou o Doutor Asdrúbal pelo sequestro de Divino, considerado imprescritível.
Divino foi emboscado no dia 14 de outubro de 1973, na região do município de São Domingos do Araguaia (PA). De acordo com o MPF, ele e os companheiros André Grabois, o Zé Carlos, João Gualberto Calatroni, o Zebão, e Antônio Alfredo de Lima, o Alfredo, foram cercados quando abatiam porcos e não tinham nenhuma chance de reagir. Grabois, Calatroni e Lima foram executados na hora e Divino, sequestrado e levado com vida para a base militar da Casa Azul, em Marabá. Apesar de ferido, foi interrogado e submetido a grave sofrimento físico. Nunca mais foi visto.
Dez dias depois, Lício Maciel seria responsável pela morte da guerrilheira Lúcia Maria de Souza, a Sônia, executada imediatamente após reagir ao ataque dos militares e ferir o major no braço e no rosto. Bem antes, já havia se notabilizado pela prisão do também guerrilheiro José Genoíno, que viria a se tornar presidente do PT.
O ódio do militar pela esquerda é tamanho que, em 2005, chegou a insinuar que Genoíno foi o verdadeiro responsável pelas mortes dos companheiros, já que, quando preso, delatou como funcionavam as bases da guerrilha, mesmo sem sofrer tortura ou ameaça. “Genoino, olhe no meu olho, você está me vendo. Eu prendi você na mata e não toquei num fio de cabelo seu. Não lhe demos uma facãozada, não lhe demos uma bolacha - coisa de que me arrependo hoje”, disse ele, em discurso proferido na Câmara dos Deputados, durante sessão solene em homenagem aos militares que atuaram no Araguaia.
Tratado como um verdadeiro herói de guerra por outros militares de ultradireita, Maciel sempre se gabou de sua participação na guerrilha. “Tenho imenso orgulho de ter participado dessa luta, por ter agido positivamente para evitar que os guerrilheiros do PCdoB implantassem no país um regime comunista igual ao de Cuba, com paredão e tudo”, declarou ele, no mesmo discurso de 2005.
Em 2010, voltou a confirmar os assassinatos e prisões em depoimento à Justiça. Entretanto, disse que os guerrilheiros foram mortos em combate e se eximiu da culpa pelo desaparecimento de Divino que, segundo ele, foi devidamente entregue à base militar. Pelo menos duas testemunhas rechaçam a tese: o militar José Vargas Jimenez, que escreveu um livro sobre a repressão à guerrilha e depois confirmou as informações em depoimento oficial às autoridades brasileiras, e Manoel Leal Lima, o Vanu, que servia de guia para o grupo de militares durante a emboscada. Ambos ressaltam que os militares armaram uma emboscada para os militantes. E, ainda, que Divino foi submetido à grande tortura.
“Nessa etapa houve o deliberado e definitivo abandono do sistema normativo vigente, pois decidiu-se claramente pela adoção sistemática de medidas ilegais e violentas, promovendo-se então o sequestro ou a execução sumária dos militantes. Não há notícias de sequer um militante que, privado da liberdade pelas Forças Armadas durante a Operação Marajoara, tenha sido encontrado livre posteriormente”, esclarece a denúncia do MPF.
Memória
Divino nasceu em Goiânia, em 1942, e, em 1961, se tornou membro da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). Em 1966, deixou o país, retornando um ano depois para viver na clandestinidade, na região do Brejo Grande, próximo ao Rio Araguaia. Foi nesta época que, atuando como agricultor e comerciante, passou a ser conhecido como Nunes.
Sua irmã, Terezinha Souza Amorim, afirma que a família jamais deixou de buscar a verdade sobre o que aconteceu, sem sucesso. “Em 2004, minha mãe faleceu sem ter obtido informações do Estado brasileiro sobre o que aconteceu com o Divino, após lutar até o fim da vida para o encontrar. Hoje, a minha luta e de outros familiares de mortos e desaparecidos é para que a sociedade conheça a verdadeira história, para que o estado nos esclareça o que aconteceu com nossos entes queridos e para que os responsáveis por todos esses anos de angústia e desespero sejam responsabilizados”, esclarece.
Justiça
Lício Maciel é o terceiro militar denunciado por crimes de lesa-humanidade cometidos durante a ditadura. O primeiro foi justamente o seu parceiro de combate à guerrilha do Araguaia, Sebastião Curió Rodrigues, o Major Curió. A ação foi recusada pela primeira instância, mas o MPF recorreu e aguarda decisão. O segundo é o ex-diretor do DOI/CODI, coronel Brilhante Ustra.
A denúncia contra Lício Maciel foi distribuída para a 2ª Vara Federal do Pará e, desde 19 de julho, aguarda decisão da juíza Nair Pimenta de Castro.
Fonte: Carta Maior
Marina Silva, a 'ética' entregou a bandeira olímpica a soldados da OTAN?! Vila Vudu
A bandeira olímpica,
... e Marina Silva, a 'ética' e 'ecológica' entregou a bandeira olímpica a soldados da OTAN?!
29/7/2012, Manlio Dinucci (recebido por e-mail em italiano; enviado simultaneamente, para o autor, para Il Manifesto, Itália, sob o título "La bandiera olimpica in mano ai militari", aqui modificado)
As Olimpíadas podem ser “tempo de amizades novas e renovadas, onde se forjam a paz e o entendimento.” Assim o Arcebispo de Westminster saudou os atletas chegados a Londres, vindos de todas as partes do mundo. Para manifestar esse espírito, na cerimônia de abertura, o governo de Sua Majestade entregou a bandeira com os cinco círculos olímpicos, símbolo de paz... a um esquadrão de 16 soldados britânicos, selecionados entre os que mais se destacaram em guerras em curso.
À frente do esquadrão, formado de oficiais e soldados das três armas, vinha Tal Lambert, diretor de comunicações das bases aéreas de Lyneham e Brize Norton, usada ano passada na guerra contra a Líbia. Dentre outros militares da Real Força Aérea britânica, ali estava o Sargento Suneil Raval, condecorado por participação nas guerras dos Balcãs e do Iraque. Dentre os da Marinha e das Forças Especiais, vinha o oficial John Hiscock, condecorado pela Rainha com a Medalha da Galanteria, por ação na invasão do Iraque. Dentre os do Exército, o sargento Kyle Reains, condecorado por ação em combate no Iraque e no Afeganistão, onde foi ferido; e o cabo Josh Rainey, com duas missões de alto risco no Afeganistão, no currículo.
Exibir um esquadrão militar a carregar não só a bandeira britânica, mas também a bandeira olímpica foi gesto altamente simbólico: uma reafirmação de que os exército da Grã-Bretanha e de outros países da OTAN não fariam guerra de agressão e só operariam no interesse da paz e da humanidade.
Causa escândalo e vergonha que o Comitê Olímpico Internacional tenha admitido essa manifestação de forças militares, que deve ser proibida, para o futuro, em qualquer país no qual se realizem as Olimpíadas.
Também causa escândalo e vergonha que a imprensa internacional tenha ignorado essa manifestação, embora toda a imprensa mundial tenha testemunhado o gesto belicista. Mas jornais, televisões e jornalistas profissionais estavam ocupados em comentar o chapéu da rainha, no momento em que militares hasteavam a bandeira olímpica, reafirmando a glória do Império Britânico.
Em tempo: Entre as ‘entidades’ vestidas de branco, que entregaram a bandeira olímpica aos cuidados de soldados da OTAN, vinha, surpreendentemente, D. Marina Silva, brasileira, sem NENHUM atributo que a qualifique para estar naquele lugar pressuposto honroso e que absolutamente NADA representa no Brasil. Dado que ainda não se sabe, no Brasil, POR QUÊ foi convidada, aproveitamos a oportunidade para registrar, por hora, o nosso escândalo e a nossa vergonha apenas PESSOAIS. Voltaremos a esse assunto [Nota dos tradutores brasileiros].
quinta-feira, 26 de julho de 2012
ADUnB entra na Justiça para mudar consulta para reitor e decisão do Consuni
Emília Silberstein/UnB Agência
Regras para escolha do reitor foram decididas pelo Consuni em 1º de junho
Candidatos acusam sindicato de golpe e agressão à autonomia interna e pedem respeito à instância máxima da universidade. ADUnB diz que conselho desrespeitou a lei
Débora Cronenberger - Da Secretaria de Comunicação da UnB
Faltando um mês para o primeiro turno da consulta acadêmica sobre o próximo reitor, a Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB) entrou com um pedido de mandado de segurança judicial que pode mudar radicalmente as regras da sucessão deste ano. A ADUnB quer que a consulta seja formal, tenha efeito vinculante e que o voto dos docentes tenha peso de 70% na apuração. A iniciativa busca anular a decisão do Conselho Universitário (Consuni), instância máxima da Universidade, a respeito do formato da consulta acadêmica de 2012.
No dia 1º de junho, o Consuni – onde docentes, estudantes e técnico-administrativos estão representados –, decidiu, por 58 votos contra 23 e duas abstenções, adotar na consulta acadêmica deste ano o mesmo modelo de 2008. Ou seja: consulta informal baseada na paridade, em que os três segmentos da Universidade têm o mesmo peso de votos. (saiba mais aqui).
A ação da ADUnB na Justiça (veja aqui a íntegra) causou forte repercussão negativa na comunidade universitária, inclusive entre os candidatos a reitor. Nove entre dez candidatos classificaram a medida como uma tentativa de golpe e uma agressão contra a autonomia e o processo democrático da Universidade. Alunos e servidores técnicos também se manifestaram contra a mudança das regras decididas no Consuni. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) divulgou nota criticando duramente o teor da ação judicial. O Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub) também se manifestou a favor da paridade, em assembleia conjunta dos três segmentos, convocada para discutir a greve.
Emília Silberstein/UnB Agência
Regras para escolha do reitor foram decididas pelo Consuni em 1º de junho
Ainda não houve decisão da Justiça sobre o mandado de segurança. Na noite dessa terça-feira, 24, o site da Justiça Federal informou que o juiz Antônio Cláudio Macêdo da Silva, da 8ª Vara Federal, decidiu notificar o reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Junior, para solicitar informações antes de julgar pela concessão ou não da liminar. Após ser notificado, o que ainda não ocorreu, o reitor terá o prazo de 10 dias para apresentar informações à Justiça. A ADUnB alega, na defesa pela consulta formal e pelo peso de 70% dos votos para os docentes, que essa determinação está prevista pelo inciso III do artigo 16 da lei 5.540/1968, atualizada pela lei 9192/1995: "Em caso de consulta prévia à comunidade universitária, nos termos estabelecidos pelo colegiado máximo da instituição, prevalecerão a votação uninominal e o peso de setenta por cento para a manifestação do pessoal docente em relação ao das demais categorias".
Segundo o advogado que representa a ADUnB, Rafael Rodrigues de Oliveira, do escritório Rodrigues Pinheiro Advocacia, a consulta informal, conforme decidido pelo Consuni, confronta o artigo 172 do Regimento Geral da UnB, que trata da escolha de nomes para reitor e vice-reitor. O Regimento, que foi publicado no Diário Oficial da União em 25 de abril de 2001, diz no inciso 1º do artigo 172 que "o Colegiado que organiza o processo de escolha para Reitor e Vice-Reitor, composto na forma da legislação em vigor, deve realizar a consulta prévia à Comunidade Universitária para subsidiar sua votação". Para o advogado da ADUnB, nesse ponto o Regimento trata da obrigatoriedade da consulta acadêmica, "o que traz a formalidade do processo", segundo ele. "A consulta, portanto, deve ter caráter vinculante", acrescentou, avaliando que o Consuni não teria amparo do Regimento da UnB para decidir por uma consulta informal.
AUTONOMIA - A análise é rechaçada pelo procurador da UnB, Paulo Gustavo Medeiros Carvalho, que vê uma "impossibilidade jurídica" no pedido da ADUnB. "O mandado de segurança é para proteger direito líquido e certo, e não é o que acontece nesse caso. A legislação em vigor oferece duas possibilidades para a consulta acadêmica, e a universidade tem autonomia para deliberar o formato que quiser. Não acredito que a Justiça vá interferir em uma questão que cabe à universidade resolver", avaliou. A lei 9.192, de 1995, que altera a lei 5.540 de 1968, diz que o reitor e o vice-reitor serão nomeados pelo Presidente da República e escolhidos entre professores "cujos nomes figurem em listas tríplices organizadas pelo respectivo colegiado máximo".
Essa é a mesma lei que prevê que, em caso de consulta prévia à comunidade, prevalecerão a votação uninominal e o peso de setenta por cento para a manifestação do pessoal docente em relação às demais categorias. "A lei diz que pode haver consulta prévia. Não é obrigatória. Se não houver a consulta, prevalece a votação do órgão máximo da universidade. É esse o caso da consulta informal prevista para este ano na UnB. Prevalece a decisão do Consuni, órgão máximo da UnB", diz o procurador. Paulo também descarta a possibilidade de confronto entre a decisão do Consuni e o Regimento da UnB. "A obrigatoriedade da consulta não a torna necessariamente formal. O artigo 172 diz que a consulta prévia subsidia a votação no Consuni, e isso está de acordo com o modelo decidido para este ano", afirmou.
Em 2011, o Ministério da Educação divulgou a Nota Técnica 437, que diz: "importante salientar ainda que a realização por associações dos quadros que compõem a universidade ou entidade equivalente de consultas informais à comunidade universitária com a configuração dos votos de cada categoria da forma que for estabelecida, inclusive votação paritária, não contraria qualquer norma posta". A nota destaca ainda que "a consulta prévia não vincula juridicamente o colegiado para elaboração da lista".
A diferença entre consulta formal e informal é que na formal, o resultado da consulta acadêmica vincula necessariamente a inclusão, na lista tríplice a ser encaminhada pelo Consuni à Presidência da República, dos três candidatos mais votados na universidade. Na consulta informal, de posse do resultado da consulta, o Consuni se reúne e tem a palavra final sobre a lista tríplice, com a liberdade de incluir ou não na lista os candidatos mais votados pela comunidade acadêmica. "O que buscamos é trazer um caráter vinculante dessa consulta, ou seja, que os mais votados estejam necessariamente na lista tríplice", disse o advogado da ADUnB.
O pedido de mandado de segurança da ADUnB é em desfavor do reitor José Geraldo de Sousa Junior, por ele ser o presidente do Consuni, segundo o advogado da ADUnB. "O Consuni, que estabeleceu as regras da consulta que questionamos, não tem personalidade jurídica e não pode ser parte na ação", explica. Segundo ele, se o pedido for deferido pela Justiça, as datas da consulta não vão mudar. "O que muda é que, no momento da apuração, os votos dos docentes terão peso de 70%", afirma Rafael Rodrigues de Oliveira.
GOLPE - Dos 10 candidatos a reitor, apenas a professora Ana Valente, da chapa "Uma reitoria valente para honrar a UnB", defendeu a ação da ADUnB. "A ADUnB está sendo coerente. Ela já tinha feito plebiscito sobre a paridade e mais de 80% dos professores votaram pelo respeito à lei", disse, referindo-se ao plebiscito realizado pelos docentes em abril deste ano. "Sou absolutamente favorável à nota da ADUnB. A universidade, como instituição de ensino, não pode desrespeitar a lei", acrescentou.
Os outros candidatos, porém, foram contundentes em avaliações muito distintas das feitas pela professora. "A ADUnB está dando um golpe e espero que ele seja rechaçado", acusou o vice-reitor João Batista de Sousa, candidato a reitor pela chapa "UnB: Excelente e Solidária". "A ADUnB está fazendo isso porque está considerando que seu candidato ganhará com este modelo de 70% para o voto dos docentes. Estou confiante de que o modelo paritário prevalecerá, entretanto a ação em si traz um prejuízo para o processo. É uma questão surpreendente, tumultua, e é ruim para a universidade. Não consigo entender porque fazer esse retrocesso em uma universidade inovadora como a UnB", ressaltou.
Ivan Camargo, candidato pela chapa "UnB somos nós", pediu respeito ao Consuni. "Não quero entrar no mérito da discussão da ADUnB, ela tem de ser independente para tomar as iniciativas que considerar necessárias. Mas, como candidato a reitor, acho fundamental respeitar as decisões do Consuni. Segundo o princípio democrático, um assunto deve ser discutido o quanto for necessário, mas quando a decisão é tomada, tem de seguir a decisão. A meu modo de ver, o formato da eleição já está definido."
Volnei Garrafa criticou a medida não apenas enquanto candidato a reitor pela chapa "Viver UnB", mas também na condição de um dos fundadores da ADUnB. "Fui presidente da associação em 1980 e só tenho a lamentar essa iniciativa. Espero que a justiça não acolha essa solicitação. Com essa medida, a ADUnB traz para o presente uma discussão que está superada. Acho que não vai dar em nada, mas isso cria confusão e apreensão desnecessárias. Temos de produzir paz na UnB", defendeu Volnei.
Ele avaliou como "uma postura surpreendente e contraditória" o fato de a ADUnB acionar a Justiça mesmo participando, com três representantes – dois titulares e um suplente –, da Comissão Organizadora da Consulta (COC), que coordena o processo de sucessão na UnB.
A COC foi constituída no início de julho após decisão conjunta do presidente da ADUnB, Rafael Morgado, e dos coordenadores-gerais do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Antonio Guedes, e do Diretório Central de Estudantes (DCE), Octávio Torres. As entidades representativas dos três segmentos acadêmicos se comprometeram a coordenar, por meio da COC, o processo de sucessão na UnB nos moldes da consulta realizada em 2008 – de forma paritária, ou seja, com o mesmo peso eleitoral para cada um dos segmentos.
CONSULTA ÀS BASES - Paulo César Marques, candidato a reitor pela chapa "UnB+50", também estranhou o questionamento da ADUnB devido à sua participação na COC e avaliou que a direção da ADUnB deveria ter consultado as bases antes de acionar a justiça. "Não concordo com essa ação. Somos professores sindicalizados e não fomos consultados. A ADUnB encaminhou plebiscito que se manifestou contra a paridade, mesmo assim participou do processo após a decisão do Consuni, integrando a COC, junto com os outros segmentos acadêmicos. Com essa iniciativa, a ADUnB nega o princípio histórico da associação, que é a autonomia da universidade, e a paridade foi uma decisão autônoma da universidade".
Assim como Paulo César, Márcia Abrahão, candidata pela chapa "O amanhã fazemos juntos", criticou a ausência de consulta prévia aos professores sindicalizados a respeito da ação judicial. "É inadmissível o sindicato propor o descumprimento da decisão do Consuni e entrar na Justiça contra uma decisão do órgão máximo da Universidade", ressaltou Márcia. Sadi dal Rosso, candidato pela chapa "Construindo a unidade", também argumentou que o pedido de mandado de segurança viola a autonomia da Universidade. "Tudo indica que não vão conseguir absolutamente nada, pois acredito que não vai ter um juiz que vai se pronunciar para intervir na autonomia interna da universidade", destacou.
Gustavo Lins Ribeiro, candidato pela chapa "Inova UnB", defende que seja respeitada a deliberação do Consuni. "Não tem mais o que ser decidido sobre esse assunto. Se essa foi a posição do Consuni, é a posição a ser obedecida", frisou. Denise Bomtempo, candidata pela chapa "Inovação e sustentabilidade", acredita que a ação da ADUnB será inócua. "Na verdade, essa é uma consulta pública não-vinculativa. Minha opinião é que a medida da ADUnB não vai impactar o processo. A comunidade acadêmica quer escolher suas preferências. É uma consulta paritária para auscultar a comunidade acadêmica. Todos os segmentos participam dentro da paridade", destacou.
Maria Luisa Ortiz, candidata pela chapa "Gira UnB para uma nova gestão", endossou a defesa da paridade. "Estou de acordo com a forma que votamos em 2008. Inclusive fiz um seminário sobre paridade e participei de uma eleição de paridade, então eu não poderia ser incoerente. Os técnicos-administrativos e estudantes têm direito a ter a mesma proporção dos docentes. Sou de acordo com o que foi acordado no Consuni", ressaltou.
COMISSÃO – Entre os representantes da COC, a avaliação foi unânime no sentido de que a ação da ADUnB não muda nada nos trabalhos que têm sido feitos até agora pela comissão. "Nós continuamos nossas reuniões normalmente. Não tenho posição pessoal sobre esse assunto. Vamos aguardar o resultado dessa ação para ver se isso vai afetar nosso trabalho em algum momento", afirmou o professor Ricardo Pezzuol Jacobi, um dos representantes da ADUnB na COC. "A COC não vai paralisar os trabalhos por causa disso. Não sou da diretoria da ADUnB, que tem suas iniciativas, mas acho que essa ação judicial não influencia a COC", acrescentou Paulo Celso dos Reis Gomes, também representante da ADUnB na comissão.
André Sousa Justiniano Ribeiro, representante do DCE na COC, concorda que a ação não impactará os trabalhos da comissão. "Se houver alguma decisão judicial, vamos cumprir, claro, mas acho muito difícil uma decisão alcançar uma consulta informal. A consulta foi estabelecida para seguir a regra da paridade e tudo segue como combinado. Como estudante, faço coro com o que o DCE lançou sobre o assunto", disse. Segundo ele, a ação da ADUnB não vai entrar na pauta da COC. Frederico Cristiano Gonçalves Mourão, representante do Sintfub na COC, avaliou que a ADUnB age "na contramão da comunidade acadêmica". "Existe uma decisão do Consuni, que conta com a participação de todos os segmentos da universidade, sobre o formato da escolha para reitor este ano", afirmou.
RACHA – A iniciativa da ADUnB causou espanto e indignação não só entre os candidatos, mas também nas entidades representativas dos outros dois segmentos acadêmicos. "A gente estranha essa postura, que é lamentável. Como é que decidem isso depois da inscrição das chapas e depois de terem indicado representantes para a COC, que é baseada na paridade?", questiona Mauro Mendes, da coordenação-geral do Sintfub. "Isso é muito ruim para a instituição. A própria ADUnB concordou com a paridade em 2008, que foi o modelo aprovado pelo Consuni para a sucessão em 2012", acrescenta.
"A gente não esperava uma medida dessas por parte da ADUnB. Entendemos que o processo no Consuni foi construído durante todo o semestre. Todos puderam se expressar. Se alguém quisesse um resultado diferente no Consuni, que buscasse convencer os integrantes do Conselho com argumentos, e não por uma interferência judicial numa questão interna da universidade. Essa é uma postura de quem não sabe perder", critica Octávio Torres, da coordenação geral do DCE, que divulgou uma nota na segunda-feira, 23, repudiando a medida.
A nota do DCE explica que as consultas acadêmicas para escolha de reitor podem ser formais ou informais: "Os resultados devem ser levados ao conhecimento do Conselho Universitário, que é o órgão responsável por encaminhar à Presidência da República uma lista tríplice com nomes de possíveis reitores(as). A escolha final cabe ao chefe do Executivo, podendo escolher qualquer um dos três nomes indicados por este Conselho. Embora o estatuto da nossa universidade libere o Consuni de compor uma lista tríplice sem quaisquer escrutínios, é tradicional em nossa universidade que o Conselho ouça a comunidade acadêmica, através de consultas", diz a nota.
LUTA HISTÓRICA – O reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Junior, citado no mandado de segurança solicitado pela ADUnB, diz que não acredita que o pedido de mudança nas regras da consulta seja acolhido pela Justiça. "Não vejo como essa medida possa prosperar, tendo em vista que o procedimento decidido pelo Conselho Universitário reproduz a escolha de 2008 e de outras 37 universidades federais. Esse procedimento segue tanto o que prevê a lei quanto o que orienta o MEC sobre o procedimento de formação da lista", afirma o reitor. Seu argumento é semelhante ao usado por Octávio Torres, do DCE: "Segundo o MEC, não há norma legal em contrariedade com consultas paritárias, tanto é que várias universidades fazem a consulta dessa forma", disse o líder estudantil.
Para o reitor, a ação judicial da ADUnB "indica uma postura resistente ao modelo atual de legitimação de escolha de dirigentes". "De certa forma, fragiliza a luta histórica da autonomia da universidade, ao judicializar uma questão que sempre esteve na base dessa luta histórica pela autodeterminação."
ADUNB – O professor Rafael Morgado, presidente da ADUnB, rebateu várias críticas dirigidas à ação judicial. "Não precisamos consultar as bases porque isso já havia ocorrido com o plebiscito que a ADUnB realizou sobre a paridade, quando 82% dos professores se mostraram favoráveis à aplicação da lei, que prevê o peso de 70% para o voto dos docentes, 15% para estudantes e 15% para técnico-administrativos. O resultado do plebiscito legitima a ação judicial", afirmou. Segundo ele, desde o plebiscito a ADUnB vinha discutindo a possibilidade de acionar a Justiça. O pedido do mandado de segurança foi feito à Justiça no dia 20, mesmo dia da homologação das candidaturas na UnB. "Não fizemos isso antes porque toda ação judicial tem o seu tempo correto. Assim que tivemos todos os documentos, demos entrada ao pedido do mandado de segurança", conta.
Rafael afirma que não há incoerência na postura da ADUnB pelo fato de haver professores participando dos trabalhos da COC, instalada sob o critério da paridade na consulta acadêmica. "A direção da ADUnB não está na COC. A COC tem representação de docentes que foram indicados pela direção da ADUnB. Os docentes têm representação na COC, e não a ADUnB". Ele garante que o objetivo da associação não é inviabilizar ou atrasar os prazos previstos para a consulta acadêmica. "Nossa luta é pela formalidade. A consulta vai acontecer naturalmente, a questão em discussão é o formato", ressalta.
Eurípedes da Cunha Dias, tesoureira da ADUnB, contesta o argumento levantado por representantes de estudantes e técnicos e candidatos a reitor de que a ação judicial traz prejuízo à autonomia da universidade. "Esse é um argumento precário, parcial. Há muitas outras questões que definem a autonomia da universidade, como a gestão de seus recursos, do pessoal, as normas de progressão, entre outras", disse, acrescentando que a ADUnB defende uma questão pontual, que não contraria a luta histórica da associação pela autodeterminação da UnB.
Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada. Textos: UnB Agência. Fotos: nome do fotógrafo/UnB Agência.
Regras para escolha do reitor foram decididas pelo Consuni em 1º de junho
Candidatos acusam sindicato de golpe e agressão à autonomia interna e pedem respeito à instância máxima da universidade. ADUnB diz que conselho desrespeitou a lei
Débora Cronenberger - Da Secretaria de Comunicação da UnB
Faltando um mês para o primeiro turno da consulta acadêmica sobre o próximo reitor, a Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB) entrou com um pedido de mandado de segurança judicial que pode mudar radicalmente as regras da sucessão deste ano. A ADUnB quer que a consulta seja formal, tenha efeito vinculante e que o voto dos docentes tenha peso de 70% na apuração. A iniciativa busca anular a decisão do Conselho Universitário (Consuni), instância máxima da Universidade, a respeito do formato da consulta acadêmica de 2012.
No dia 1º de junho, o Consuni – onde docentes, estudantes e técnico-administrativos estão representados –, decidiu, por 58 votos contra 23 e duas abstenções, adotar na consulta acadêmica deste ano o mesmo modelo de 2008. Ou seja: consulta informal baseada na paridade, em que os três segmentos da Universidade têm o mesmo peso de votos. (saiba mais aqui).
A ação da ADUnB na Justiça (veja aqui a íntegra) causou forte repercussão negativa na comunidade universitária, inclusive entre os candidatos a reitor. Nove entre dez candidatos classificaram a medida como uma tentativa de golpe e uma agressão contra a autonomia e o processo democrático da Universidade. Alunos e servidores técnicos também se manifestaram contra a mudança das regras decididas no Consuni. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) divulgou nota criticando duramente o teor da ação judicial. O Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub) também se manifestou a favor da paridade, em assembleia conjunta dos três segmentos, convocada para discutir a greve.
Emília Silberstein/UnB Agência
Regras para escolha do reitor foram decididas pelo Consuni em 1º de junho
Ainda não houve decisão da Justiça sobre o mandado de segurança. Na noite dessa terça-feira, 24, o site da Justiça Federal informou que o juiz Antônio Cláudio Macêdo da Silva, da 8ª Vara Federal, decidiu notificar o reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Junior, para solicitar informações antes de julgar pela concessão ou não da liminar. Após ser notificado, o que ainda não ocorreu, o reitor terá o prazo de 10 dias para apresentar informações à Justiça. A ADUnB alega, na defesa pela consulta formal e pelo peso de 70% dos votos para os docentes, que essa determinação está prevista pelo inciso III do artigo 16 da lei 5.540/1968, atualizada pela lei 9192/1995: "Em caso de consulta prévia à comunidade universitária, nos termos estabelecidos pelo colegiado máximo da instituição, prevalecerão a votação uninominal e o peso de setenta por cento para a manifestação do pessoal docente em relação ao das demais categorias".
Segundo o advogado que representa a ADUnB, Rafael Rodrigues de Oliveira, do escritório Rodrigues Pinheiro Advocacia, a consulta informal, conforme decidido pelo Consuni, confronta o artigo 172 do Regimento Geral da UnB, que trata da escolha de nomes para reitor e vice-reitor. O Regimento, que foi publicado no Diário Oficial da União em 25 de abril de 2001, diz no inciso 1º do artigo 172 que "o Colegiado que organiza o processo de escolha para Reitor e Vice-Reitor, composto na forma da legislação em vigor, deve realizar a consulta prévia à Comunidade Universitária para subsidiar sua votação". Para o advogado da ADUnB, nesse ponto o Regimento trata da obrigatoriedade da consulta acadêmica, "o que traz a formalidade do processo", segundo ele. "A consulta, portanto, deve ter caráter vinculante", acrescentou, avaliando que o Consuni não teria amparo do Regimento da UnB para decidir por uma consulta informal.
AUTONOMIA - A análise é rechaçada pelo procurador da UnB, Paulo Gustavo Medeiros Carvalho, que vê uma "impossibilidade jurídica" no pedido da ADUnB. "O mandado de segurança é para proteger direito líquido e certo, e não é o que acontece nesse caso. A legislação em vigor oferece duas possibilidades para a consulta acadêmica, e a universidade tem autonomia para deliberar o formato que quiser. Não acredito que a Justiça vá interferir em uma questão que cabe à universidade resolver", avaliou. A lei 9.192, de 1995, que altera a lei 5.540 de 1968, diz que o reitor e o vice-reitor serão nomeados pelo Presidente da República e escolhidos entre professores "cujos nomes figurem em listas tríplices organizadas pelo respectivo colegiado máximo".
Essa é a mesma lei que prevê que, em caso de consulta prévia à comunidade, prevalecerão a votação uninominal e o peso de setenta por cento para a manifestação do pessoal docente em relação às demais categorias. "A lei diz que pode haver consulta prévia. Não é obrigatória. Se não houver a consulta, prevalece a votação do órgão máximo da universidade. É esse o caso da consulta informal prevista para este ano na UnB. Prevalece a decisão do Consuni, órgão máximo da UnB", diz o procurador. Paulo também descarta a possibilidade de confronto entre a decisão do Consuni e o Regimento da UnB. "A obrigatoriedade da consulta não a torna necessariamente formal. O artigo 172 diz que a consulta prévia subsidia a votação no Consuni, e isso está de acordo com o modelo decidido para este ano", afirmou.
Em 2011, o Ministério da Educação divulgou a Nota Técnica 437, que diz: "importante salientar ainda que a realização por associações dos quadros que compõem a universidade ou entidade equivalente de consultas informais à comunidade universitária com a configuração dos votos de cada categoria da forma que for estabelecida, inclusive votação paritária, não contraria qualquer norma posta". A nota destaca ainda que "a consulta prévia não vincula juridicamente o colegiado para elaboração da lista".
A diferença entre consulta formal e informal é que na formal, o resultado da consulta acadêmica vincula necessariamente a inclusão, na lista tríplice a ser encaminhada pelo Consuni à Presidência da República, dos três candidatos mais votados na universidade. Na consulta informal, de posse do resultado da consulta, o Consuni se reúne e tem a palavra final sobre a lista tríplice, com a liberdade de incluir ou não na lista os candidatos mais votados pela comunidade acadêmica. "O que buscamos é trazer um caráter vinculante dessa consulta, ou seja, que os mais votados estejam necessariamente na lista tríplice", disse o advogado da ADUnB.
O pedido de mandado de segurança da ADUnB é em desfavor do reitor José Geraldo de Sousa Junior, por ele ser o presidente do Consuni, segundo o advogado da ADUnB. "O Consuni, que estabeleceu as regras da consulta que questionamos, não tem personalidade jurídica e não pode ser parte na ação", explica. Segundo ele, se o pedido for deferido pela Justiça, as datas da consulta não vão mudar. "O que muda é que, no momento da apuração, os votos dos docentes terão peso de 70%", afirma Rafael Rodrigues de Oliveira.
GOLPE - Dos 10 candidatos a reitor, apenas a professora Ana Valente, da chapa "Uma reitoria valente para honrar a UnB", defendeu a ação da ADUnB. "A ADUnB está sendo coerente. Ela já tinha feito plebiscito sobre a paridade e mais de 80% dos professores votaram pelo respeito à lei", disse, referindo-se ao plebiscito realizado pelos docentes em abril deste ano. "Sou absolutamente favorável à nota da ADUnB. A universidade, como instituição de ensino, não pode desrespeitar a lei", acrescentou.
Os outros candidatos, porém, foram contundentes em avaliações muito distintas das feitas pela professora. "A ADUnB está dando um golpe e espero que ele seja rechaçado", acusou o vice-reitor João Batista de Sousa, candidato a reitor pela chapa "UnB: Excelente e Solidária". "A ADUnB está fazendo isso porque está considerando que seu candidato ganhará com este modelo de 70% para o voto dos docentes. Estou confiante de que o modelo paritário prevalecerá, entretanto a ação em si traz um prejuízo para o processo. É uma questão surpreendente, tumultua, e é ruim para a universidade. Não consigo entender porque fazer esse retrocesso em uma universidade inovadora como a UnB", ressaltou.
Ivan Camargo, candidato pela chapa "UnB somos nós", pediu respeito ao Consuni. "Não quero entrar no mérito da discussão da ADUnB, ela tem de ser independente para tomar as iniciativas que considerar necessárias. Mas, como candidato a reitor, acho fundamental respeitar as decisões do Consuni. Segundo o princípio democrático, um assunto deve ser discutido o quanto for necessário, mas quando a decisão é tomada, tem de seguir a decisão. A meu modo de ver, o formato da eleição já está definido."
Volnei Garrafa criticou a medida não apenas enquanto candidato a reitor pela chapa "Viver UnB", mas também na condição de um dos fundadores da ADUnB. "Fui presidente da associação em 1980 e só tenho a lamentar essa iniciativa. Espero que a justiça não acolha essa solicitação. Com essa medida, a ADUnB traz para o presente uma discussão que está superada. Acho que não vai dar em nada, mas isso cria confusão e apreensão desnecessárias. Temos de produzir paz na UnB", defendeu Volnei.
Ele avaliou como "uma postura surpreendente e contraditória" o fato de a ADUnB acionar a Justiça mesmo participando, com três representantes – dois titulares e um suplente –, da Comissão Organizadora da Consulta (COC), que coordena o processo de sucessão na UnB.
A COC foi constituída no início de julho após decisão conjunta do presidente da ADUnB, Rafael Morgado, e dos coordenadores-gerais do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Antonio Guedes, e do Diretório Central de Estudantes (DCE), Octávio Torres. As entidades representativas dos três segmentos acadêmicos se comprometeram a coordenar, por meio da COC, o processo de sucessão na UnB nos moldes da consulta realizada em 2008 – de forma paritária, ou seja, com o mesmo peso eleitoral para cada um dos segmentos.
CONSULTA ÀS BASES - Paulo César Marques, candidato a reitor pela chapa "UnB+50", também estranhou o questionamento da ADUnB devido à sua participação na COC e avaliou que a direção da ADUnB deveria ter consultado as bases antes de acionar a justiça. "Não concordo com essa ação. Somos professores sindicalizados e não fomos consultados. A ADUnB encaminhou plebiscito que se manifestou contra a paridade, mesmo assim participou do processo após a decisão do Consuni, integrando a COC, junto com os outros segmentos acadêmicos. Com essa iniciativa, a ADUnB nega o princípio histórico da associação, que é a autonomia da universidade, e a paridade foi uma decisão autônoma da universidade".
Assim como Paulo César, Márcia Abrahão, candidata pela chapa "O amanhã fazemos juntos", criticou a ausência de consulta prévia aos professores sindicalizados a respeito da ação judicial. "É inadmissível o sindicato propor o descumprimento da decisão do Consuni e entrar na Justiça contra uma decisão do órgão máximo da Universidade", ressaltou Márcia. Sadi dal Rosso, candidato pela chapa "Construindo a unidade", também argumentou que o pedido de mandado de segurança viola a autonomia da Universidade. "Tudo indica que não vão conseguir absolutamente nada, pois acredito que não vai ter um juiz que vai se pronunciar para intervir na autonomia interna da universidade", destacou.
Gustavo Lins Ribeiro, candidato pela chapa "Inova UnB", defende que seja respeitada a deliberação do Consuni. "Não tem mais o que ser decidido sobre esse assunto. Se essa foi a posição do Consuni, é a posição a ser obedecida", frisou. Denise Bomtempo, candidata pela chapa "Inovação e sustentabilidade", acredita que a ação da ADUnB será inócua. "Na verdade, essa é uma consulta pública não-vinculativa. Minha opinião é que a medida da ADUnB não vai impactar o processo. A comunidade acadêmica quer escolher suas preferências. É uma consulta paritária para auscultar a comunidade acadêmica. Todos os segmentos participam dentro da paridade", destacou.
Maria Luisa Ortiz, candidata pela chapa "Gira UnB para uma nova gestão", endossou a defesa da paridade. "Estou de acordo com a forma que votamos em 2008. Inclusive fiz um seminário sobre paridade e participei de uma eleição de paridade, então eu não poderia ser incoerente. Os técnicos-administrativos e estudantes têm direito a ter a mesma proporção dos docentes. Sou de acordo com o que foi acordado no Consuni", ressaltou.
COMISSÃO – Entre os representantes da COC, a avaliação foi unânime no sentido de que a ação da ADUnB não muda nada nos trabalhos que têm sido feitos até agora pela comissão. "Nós continuamos nossas reuniões normalmente. Não tenho posição pessoal sobre esse assunto. Vamos aguardar o resultado dessa ação para ver se isso vai afetar nosso trabalho em algum momento", afirmou o professor Ricardo Pezzuol Jacobi, um dos representantes da ADUnB na COC. "A COC não vai paralisar os trabalhos por causa disso. Não sou da diretoria da ADUnB, que tem suas iniciativas, mas acho que essa ação judicial não influencia a COC", acrescentou Paulo Celso dos Reis Gomes, também representante da ADUnB na comissão.
André Sousa Justiniano Ribeiro, representante do DCE na COC, concorda que a ação não impactará os trabalhos da comissão. "Se houver alguma decisão judicial, vamos cumprir, claro, mas acho muito difícil uma decisão alcançar uma consulta informal. A consulta foi estabelecida para seguir a regra da paridade e tudo segue como combinado. Como estudante, faço coro com o que o DCE lançou sobre o assunto", disse. Segundo ele, a ação da ADUnB não vai entrar na pauta da COC. Frederico Cristiano Gonçalves Mourão, representante do Sintfub na COC, avaliou que a ADUnB age "na contramão da comunidade acadêmica". "Existe uma decisão do Consuni, que conta com a participação de todos os segmentos da universidade, sobre o formato da escolha para reitor este ano", afirmou.
RACHA – A iniciativa da ADUnB causou espanto e indignação não só entre os candidatos, mas também nas entidades representativas dos outros dois segmentos acadêmicos. "A gente estranha essa postura, que é lamentável. Como é que decidem isso depois da inscrição das chapas e depois de terem indicado representantes para a COC, que é baseada na paridade?", questiona Mauro Mendes, da coordenação-geral do Sintfub. "Isso é muito ruim para a instituição. A própria ADUnB concordou com a paridade em 2008, que foi o modelo aprovado pelo Consuni para a sucessão em 2012", acrescenta.
"A gente não esperava uma medida dessas por parte da ADUnB. Entendemos que o processo no Consuni foi construído durante todo o semestre. Todos puderam se expressar. Se alguém quisesse um resultado diferente no Consuni, que buscasse convencer os integrantes do Conselho com argumentos, e não por uma interferência judicial numa questão interna da universidade. Essa é uma postura de quem não sabe perder", critica Octávio Torres, da coordenação geral do DCE, que divulgou uma nota na segunda-feira, 23, repudiando a medida.
A nota do DCE explica que as consultas acadêmicas para escolha de reitor podem ser formais ou informais: "Os resultados devem ser levados ao conhecimento do Conselho Universitário, que é o órgão responsável por encaminhar à Presidência da República uma lista tríplice com nomes de possíveis reitores(as). A escolha final cabe ao chefe do Executivo, podendo escolher qualquer um dos três nomes indicados por este Conselho. Embora o estatuto da nossa universidade libere o Consuni de compor uma lista tríplice sem quaisquer escrutínios, é tradicional em nossa universidade que o Conselho ouça a comunidade acadêmica, através de consultas", diz a nota.
LUTA HISTÓRICA – O reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Junior, citado no mandado de segurança solicitado pela ADUnB, diz que não acredita que o pedido de mudança nas regras da consulta seja acolhido pela Justiça. "Não vejo como essa medida possa prosperar, tendo em vista que o procedimento decidido pelo Conselho Universitário reproduz a escolha de 2008 e de outras 37 universidades federais. Esse procedimento segue tanto o que prevê a lei quanto o que orienta o MEC sobre o procedimento de formação da lista", afirma o reitor. Seu argumento é semelhante ao usado por Octávio Torres, do DCE: "Segundo o MEC, não há norma legal em contrariedade com consultas paritárias, tanto é que várias universidades fazem a consulta dessa forma", disse o líder estudantil.
Para o reitor, a ação judicial da ADUnB "indica uma postura resistente ao modelo atual de legitimação de escolha de dirigentes". "De certa forma, fragiliza a luta histórica da autonomia da universidade, ao judicializar uma questão que sempre esteve na base dessa luta histórica pela autodeterminação."
ADUNB – O professor Rafael Morgado, presidente da ADUnB, rebateu várias críticas dirigidas à ação judicial. "Não precisamos consultar as bases porque isso já havia ocorrido com o plebiscito que a ADUnB realizou sobre a paridade, quando 82% dos professores se mostraram favoráveis à aplicação da lei, que prevê o peso de 70% para o voto dos docentes, 15% para estudantes e 15% para técnico-administrativos. O resultado do plebiscito legitima a ação judicial", afirmou. Segundo ele, desde o plebiscito a ADUnB vinha discutindo a possibilidade de acionar a Justiça. O pedido do mandado de segurança foi feito à Justiça no dia 20, mesmo dia da homologação das candidaturas na UnB. "Não fizemos isso antes porque toda ação judicial tem o seu tempo correto. Assim que tivemos todos os documentos, demos entrada ao pedido do mandado de segurança", conta.
Rafael afirma que não há incoerência na postura da ADUnB pelo fato de haver professores participando dos trabalhos da COC, instalada sob o critério da paridade na consulta acadêmica. "A direção da ADUnB não está na COC. A COC tem representação de docentes que foram indicados pela direção da ADUnB. Os docentes têm representação na COC, e não a ADUnB". Ele garante que o objetivo da associação não é inviabilizar ou atrasar os prazos previstos para a consulta acadêmica. "Nossa luta é pela formalidade. A consulta vai acontecer naturalmente, a questão em discussão é o formato", ressalta.
Eurípedes da Cunha Dias, tesoureira da ADUnB, contesta o argumento levantado por representantes de estudantes e técnicos e candidatos a reitor de que a ação judicial traz prejuízo à autonomia da universidade. "Esse é um argumento precário, parcial. Há muitas outras questões que definem a autonomia da universidade, como a gestão de seus recursos, do pessoal, as normas de progressão, entre outras", disse, acrescentando que a ADUnB defende uma questão pontual, que não contraria a luta histórica da associação pela autodeterminação da UnB.
Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada. Textos: UnB Agência. Fotos: nome do fotógrafo/UnB Agência.
Manifesto e Carta Programa Viver UnB - 89, com Volnei e Bermúdez - www.viverunb.com.br
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A Universidade de Brasília (UnB) é parte de nós. Sua presença marca nossa vida profissional e pessoal, seja como professores, servidores técnico-administrativos ou estudantes, ainda que sua importância em muito nos ultrapasse. A UnB tem história,e nossas trajetórias profissionais são parte desta vocação maior, a serviço do desenvolvimento do Distrito Federal, do Centro Oeste e do Brasil.
E é por termos em mente esta referência grandiosa que não podemos nos omitir ante a atual perda de sua excelência e prestígio. Assumimos um compromisso para que a UnB possa superar a crônica crise que tem vivido nos últimos anos, dolorosamente exposta diante de todos. Manifestamos a inconformidade com o presente, a nossa certeza de que é possível fazer mais e melhor, e a esperança da mudança. É preciso unir todos e todas que partilham o mesmo compromisso de Viver a UnB.
Por isso, essa Carta programa é um manifesto de compromissos, esperanças e projetos viáveis para mudar a realidade atual. Apresenta valores, princípios, eixos e ações estratégicas referentes ao ensino, à pesquisa, à extensão, à gestão universitária e ao nosso compromisso público para o quadriênio 2012-2016.
Neste período de transição, temos o dever de resgatar a autoestima da instituição e seu papel histórico, para desta forma fortalecer sua autonomia, democracia, transparência e inovação. É preciso BEM VIVER a UnB, com condições institucionais, de qualidade e de convívio no trabalho, de segurança pessoal e profissional, procurando rearticular todo nosso potencial social, acadêmico, cultural, econômico e político para que ela
possa encontrar-se consigo mesma e olhar para o futuro.
Acreditamos que uma nova administração deve atender aos legítimos anseios da comunidade universitária, fortalecendo seu papel acadêmico, definindo sua relação com o Distrito Federal e com a região Centro-Oeste e o Brasil, estabelecendo uma relação republicana e de mão-dupla com a sociedade e se reposicionando em face do futuro. Com a união de um amplo coletivo plural, escolhemos Volnei Garrafa e Luis Afonso Bermúdez como portavozes dessas ideias e como nossos candidatos a Reitor e Vice-Reitor
da UnB.
Volnei e Bermúdez possuem larga experiência e capacidade de Carta Programa - Viver UnB - Chapa 89 - 2
ouvir a comunidade que anseia por retomar seu protagonismo diante de uma bela História que nos pertence.
É preciso ter a ousadia de somar esforços e ideias pelo bem da UnB, sem sectarismos e divisões. Volnei e Bermúdez combinam ideais de dedicação de vida inteira à Universidade, de integridade e excelência acadêmica e de gestão que, reunidos num projeto político audaz e generoso, abrirão um novo horizonte para a nossa Instituição.
Como Darcy Ribeiro, queremos a UnB capaz de “ter o inteiro domínio do saber humano” para “pensar o
Brasil como problema”. Para isso, cumpre-nos aproveitar a eleição para Reitor e Vice-Reitor para repensar
a própria UnB, estruturando novos caminhos para superar sua ‘crise de projeto’.
O Brasil de hoje coloca ao nosso alcance uma larga avenida de oportunidades. Aproveitá-las exige que a UnB retome seu lugar de inquietude e vanguarda na produção do conhecimento. Deve ser capaz de pensar o país em suas múltiplas dimensões, aportando uma contribuição singular e indissociável da excelência acadêmica. Para isso, apresentamos medidas concretas para unir a comunidade universitária, aproveitar seus
grandes talentos, beneficiar-se da sua posição geopolítica privilegiada no Brasil e de sua grande legitimidade social. A partir dessas bases, é possível implantar um novo rumo que supere os gargalos político-institucionais que enfraquecem sua gestão financeira, de pessoal e de infraestrutura, com reflexos negativos em todos os
âmbitos da vida da UnB.
Nossos valores são claros eestão na raiz de nossa instituição, sendo necessário resgatá-los:
1 – Democracia, pluralidade e diálogo. Ética e respeito à diversidade como pedra angular da missão universitária;
2 – Transparência e relacionamento republicano com a comunidade e a sociedade, com omundo do trabalho e com o Estado;
3 – Excelência acadêmica, compromisso social e empreendedorismo. Ousadia para inovar em tecnologia, debater os grandes temas do mundo, do Brasil, do Centro-Oeste e do Distrito Federal;
4 – Eficiência no uso dos recursos públicos e renovação do marco legal da UnB, para ampliar sua capacidade de financiamento. Esta é exigência fundamental para enfrentar os desafios da excelência acadêmica e da consolidação qualificada da expansão institucional;
5 – Políticas inclusivas, solidariedade e fortalecimento dos laços da comunidade universitária como nossa principal força. Valorização do nosso maior patrimônio: os servidores docentes e técnico-administrativose os estudantes que aqui buscam construir seu futuro.
A partir desses valores, identificamos quatro EIXOS e suas AÇÕES estratégicas, referencias concretas para tornar possível uma gestão universitária contemporânea verdadeiramente comprometida com a sociedade que a mantém e que é sua razão de existir.
EIXO 1 - UnBEM VIVER: As pessoas em primeiro lugar!
EIXO 2 - Uma UnB que funcione!
EIXO 3 - Construir saberes e cidadania - Compromisso e integração com a sociedade
EIXO 4 - De portas abertas ao futuro - UnB SEM FRONTEIRAS
Continue e baixe a Carta Programa Viver a UnB, com Volnei e Bermúdez - Chapa 89
Vladimir Safatle: O que quebrará o país? | UJS - Vladimir Safatle
Vladimir Safatle: O que quebrará o país? | UJS
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nos últimos dias que a elevação dos gastos com a educação ao patamar de 10% do Orçamento nacional poderia quebrar o País. Sua colocação vem em má hora. Ele deveria dizer, ao contrário, que a perpetuação dos gastos em educação no nível atual quebrará a Nação.
Neste exato momento, o Brasil assiste a praticamente todas as universidades federais em greve. Uma greve que não pede apenas melhores salários para o quadro de professores e funcionários, mas investimentos mais rápidos em infraestrutura. Com a expansão do ensino universitário federal, as demandas de recurso serão cada vez mais crescentes e necessárias. Isto se quisermos ficar apenas no âmbito das universidades públicas.
Por trás de declarações como as do ministro, esconde-se a incompreensão do que é o próximo desafio do desenvolvimento nacional. Se o Brasil quiser oferecer educação pública e de qualidade para todos precisará investir mais do que até agora foi feito. Precisamos resolver, ao mesmo tempo, problemas do século XIX (como o analfabetismo e o subletrismo) e problemas do século XXI (como subvenção para laboratórios universitários de pesquisa e internacionalização de sua produção acadêmica). Por isto, nada adianta querer comparar o nível de gasto do Brasil com o de países com sistema educacional consolidado como Alemanha, França e outros. Os desafios brasileiros são mais complexos e onerosos.
O investimento em educação é, além de socialmente importante, economicamente decisivo. O governo ainda não compreendeu que o gasto das famílias com educação privada é um dos maiores freios para o desenvolvimento econômico. Vivemos em um momento no qual fica cada vez mais clara a necessidade de repactuação salarial brasileira. A maioria brutal dos empregos gerados nesses últimos anos oferece até um salário mínimo e meio. A proliferação de greves neste ano apenas indica a consciência de que tais salários não podem garantir uma vida digna com possibilidade de ascensão social.
Há duas maneiras de aumentar a capacidade de compra dos salários: aumento direto de renda ou eliminação de custos. Nesse último quesito, os custos familiares com educação privada são decisivos. A criação de um verdadeiro sistema público de educação seria o maior aumento direto de salário que teríamos.
O governo teima, no entanto, em não perceber que o modelo de desenvolvimento conhecido como “lulismo” está se esgotando. Lula notou que havia margem de distribuição de renda no Brasil sem a necessidade de acirrar, de maneira profunda, conflitos de classe. De fato, sua intuição demonstrou-se correta. Mas o sucesso momentâneo tende a cegar o governo para os limites do modelo.
Com a ascensão social da nova classe média, as exigências das famílias aumentaram. Elas querem agora fornecer aos filhos condições para continuar o processo de ascensão, o que atualmente passa por gastos em escola privada. Esses gastos corroem os salários, além de pagar serviços de baixa qualidade. A escola brasileira, além de cara comparada a qualquer padrão mundial, é ruim.
É fato que o aumento exponencial dos gastos em educação coloca em questão o problema do financiamento do Estado. Ele poderia ser resolvido se o governo tivesse condição política para impor uma reforma tributária capaz de taxar grandes fortunas, transações financeiras, heranças e o consumo conspícuo para financiar a educação. Lembremos que, com o fim da CPMF, o sistema de saúde brasileiro viu postergado para sempre seus sonhos de melhora.
Tais condições exigiriam um tipo de política que está fora do espectro do lulismo, com suas alianças políticas imobilizadoras e sua tendência em não acirrar conflitos de classe. O Brasil paulatinamente compreende a necessidade de passar a outra etapa e, infelizmente, poucos são os atores políticos dispostos a isto.
Por: Vladimir Safatle
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nos últimos dias que a elevação dos gastos com a educação ao patamar de 10% do Orçamento nacional poderia quebrar o País. Sua colocação vem em má hora. Ele deveria dizer, ao contrário, que a perpetuação dos gastos em educação no nível atual quebrará a Nação.
Neste exato momento, o Brasil assiste a praticamente todas as universidades federais em greve. Uma greve que não pede apenas melhores salários para o quadro de professores e funcionários, mas investimentos mais rápidos em infraestrutura. Com a expansão do ensino universitário federal, as demandas de recurso serão cada vez mais crescentes e necessárias. Isto se quisermos ficar apenas no âmbito das universidades públicas.
Por trás de declarações como as do ministro, esconde-se a incompreensão do que é o próximo desafio do desenvolvimento nacional. Se o Brasil quiser oferecer educação pública e de qualidade para todos precisará investir mais do que até agora foi feito. Precisamos resolver, ao mesmo tempo, problemas do século XIX (como o analfabetismo e o subletrismo) e problemas do século XXI (como subvenção para laboratórios universitários de pesquisa e internacionalização de sua produção acadêmica). Por isto, nada adianta querer comparar o nível de gasto do Brasil com o de países com sistema educacional consolidado como Alemanha, França e outros. Os desafios brasileiros são mais complexos e onerosos.
O investimento em educação é, além de socialmente importante, economicamente decisivo. O governo ainda não compreendeu que o gasto das famílias com educação privada é um dos maiores freios para o desenvolvimento econômico. Vivemos em um momento no qual fica cada vez mais clara a necessidade de repactuação salarial brasileira. A maioria brutal dos empregos gerados nesses últimos anos oferece até um salário mínimo e meio. A proliferação de greves neste ano apenas indica a consciência de que tais salários não podem garantir uma vida digna com possibilidade de ascensão social.
Há duas maneiras de aumentar a capacidade de compra dos salários: aumento direto de renda ou eliminação de custos. Nesse último quesito, os custos familiares com educação privada são decisivos. A criação de um verdadeiro sistema público de educação seria o maior aumento direto de salário que teríamos.
O governo teima, no entanto, em não perceber que o modelo de desenvolvimento conhecido como “lulismo” está se esgotando. Lula notou que havia margem de distribuição de renda no Brasil sem a necessidade de acirrar, de maneira profunda, conflitos de classe. De fato, sua intuição demonstrou-se correta. Mas o sucesso momentâneo tende a cegar o governo para os limites do modelo.
Com a ascensão social da nova classe média, as exigências das famílias aumentaram. Elas querem agora fornecer aos filhos condições para continuar o processo de ascensão, o que atualmente passa por gastos em escola privada. Esses gastos corroem os salários, além de pagar serviços de baixa qualidade. A escola brasileira, além de cara comparada a qualquer padrão mundial, é ruim.
É fato que o aumento exponencial dos gastos em educação coloca em questão o problema do financiamento do Estado. Ele poderia ser resolvido se o governo tivesse condição política para impor uma reforma tributária capaz de taxar grandes fortunas, transações financeiras, heranças e o consumo conspícuo para financiar a educação. Lembremos que, com o fim da CPMF, o sistema de saúde brasileiro viu postergado para sempre seus sonhos de melhora.
Tais condições exigiriam um tipo de política que está fora do espectro do lulismo, com suas alianças políticas imobilizadoras e sua tendência em não acirrar conflitos de classe. O Brasil paulatinamente compreende a necessidade de passar a outra etapa e, infelizmente, poucos são os atores políticos dispostos a isto.
Por: Vladimir Safatle
Estudantes pressionam para manter PNE na pauta de 2012 | UJS
Estudantes pressionam para manter PNE na pauta de 2012 | UJS
O Plano Nacional de Educação (PNE) corre o risco de não ser aprovado neste ano. O governo já declarou, por meio de seu ministro da Fazenda, Guido Mantega, que não aceita a decisão da Comissão Especial da Câmara, que discute o Plano Nacional de Educação (PNE), de ampliar para a Educação 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Para manter a conquista, a União Nacional dos Estudantes (UNE) articula com líderes partidários a não assinatura de um recurso de plenário, como vislumbra o governo.
A Comissão Especial que analisa o PNE votou, com unanimidade, no dia 26 de junho, a aprovação da meta que destina 10% do PIB para financiar o setor educacional no país. Trata-se de uma luta que unifica o movimento social pela Educação, onde estudantes, professores e demais trabalhadores têm se empenhado para isso.
Seguindo o caminho natural do texto do PNE, ele deve ir para o Senado. No entanto, interlocutores do governo tentarão no segundo semestre manter o projeto na Câmara para levá-lo à votação no Plenário.
“O governo está querendo ao invés de jogar para o Senado, que seria a movimentação natural, quer reverter essa decisão na própria Câmara, para desautorizar a decisão da comissão especial do PNE. E isso seria uma tragédia porque além dos 10% do PIB, outros pontos polêmicos serão reavivados. Então a chance do PNE não sair da câmara neste ano é enorme. Vão querer atrasar a tramitação, desrespeitando a comissão especial”, declarou ao Vermelho, Daniel Iliescu, presidente da UNE.
Iliescu lembrou que o movimento estudantil conseguiu “derrotar o posicionamento do governo” e que agora é preciso garantir que ele vá ao Senado. “Se ir ao plenário da Câmara, o governo joga para o plenário a decisão da aprovação sobre o PNE, o que será um desrespeito a comissão, que é suprapartidária, que trabalhou durante um ano e cinco meses, e tomou uma decisão unânime sobre o PIB”, completou o presidente da UNE.
Para impedir a manobra, os estudantes já iniciaram algumas conversas com lideranças partidárias para não assinarem o recurso. Até agora, segundo Iliescu, somente a liderança do PT assinou. “Achamos que isso (ir a plenário) não vai acontecer pelo que tiramos das conversas com as lideranças. A gente conversou com PCdoB, PDT, PSD, PR, PSC, além do que a oposição também não vai assinar mesmo. Estamos aguardando o retorno dos trabalhos para intensificar a articulação”, explicou o presidente da UNE.
Depois da aprovação na Comissão, Mantega afirmou que “passar para 10% de maneira intempestiva põe em risco as contas públicas. Isso vai quebrar o Estado brasileiro, então não vai beneficiar porque depois você vai ter que rever isso e não vai ter recursos para a educação.”
Compromisso com os estudantes
Os estudantes foram recebidos na terça-feira (17) pelo secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC), Amaro Lins, para responder as mais de 100 reivindicações, feitas por estudantes de diversas universidades federais, entregues ao ministro Aloizio Mercadante (da Educação), depois da #Marchadosestudantes, no dia 26 de junho, em Brasília, que reuniu cerca de 3 mil pessoas. Uma comissão formada por cerca de 70 lideranças estudantis, de 44 universidades federais, foi recebida em audiência pública.
Na ocasião, o ministro assumiu uma série de compromissos se comprometendo, inclusive, a dar retorno em 15 dias. Iliescu reconhece que alguns pontos foram conquistados, mas outros ainda não há retorno.
“Em especial de positivo, será consolidada uma comissão permanente, que deve ser oficializada em uma portaria, formada por estudantes, professores, funcionários, reitores e o MEC, para diagnóstico da infra-estrutura e da qualidade das universidades federais. Será fundamental para poder apontar rumos para a universidade brasileira, que viveu um processo de expansão importante, mas a gente acha que foi sub-financiada”, lembra o estudante.
Insatisfação
O que mais desapontou os estudantes foi a ausência de um anúncio do MEC sobre investimentos urgentes na construção de moradias e restaurantes.
“Amaro Lins se limitou a prometer que o orçamento do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) para 2013 vai aumentar, o que é uma de nossas reivindicações. Mas, além desse aumento ordinário, que só pela própria expansão ele deve aumentar, deve haver um aumento robusto, uma linha de crédito especifica para construir os bandejões e alojamentos, até para não desperdiçar essa expansão em curso”, justificou Iliescu.
Está em curso uma expansão feita por conta do novo formato do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que amplia a mobilidade acadêmica.
“Tem muita gente estudando fora de seu estado de origem, e esse drama da moradia é muito grande, você tem aí a especulação imobiliária avançando principalmente no Nordeste e Sudeste. Então há uma ausência de moradias para estudantes, e o que existe não possui verba para reforma. Já os restaurantes, houve alguns avanços pontuais, mas é preciso abranger, pensar de forma macro”, insistiu Daniel Iliescu, que também comentou que não foi dito quanto de recurso será liberado para o Pnaes. A UNE reivindica R$ 1,5 bilhão para assistência estudantil anual.
Fonte: Vermelho
O Plano Nacional de Educação (PNE) corre o risco de não ser aprovado neste ano. O governo já declarou, por meio de seu ministro da Fazenda, Guido Mantega, que não aceita a decisão da Comissão Especial da Câmara, que discute o Plano Nacional de Educação (PNE), de ampliar para a Educação 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Para manter a conquista, a União Nacional dos Estudantes (UNE) articula com líderes partidários a não assinatura de um recurso de plenário, como vislumbra o governo.
A Comissão Especial que analisa o PNE votou, com unanimidade, no dia 26 de junho, a aprovação da meta que destina 10% do PIB para financiar o setor educacional no país. Trata-se de uma luta que unifica o movimento social pela Educação, onde estudantes, professores e demais trabalhadores têm se empenhado para isso.
Seguindo o caminho natural do texto do PNE, ele deve ir para o Senado. No entanto, interlocutores do governo tentarão no segundo semestre manter o projeto na Câmara para levá-lo à votação no Plenário.
“O governo está querendo ao invés de jogar para o Senado, que seria a movimentação natural, quer reverter essa decisão na própria Câmara, para desautorizar a decisão da comissão especial do PNE. E isso seria uma tragédia porque além dos 10% do PIB, outros pontos polêmicos serão reavivados. Então a chance do PNE não sair da câmara neste ano é enorme. Vão querer atrasar a tramitação, desrespeitando a comissão especial”, declarou ao Vermelho, Daniel Iliescu, presidente da UNE.
Iliescu lembrou que o movimento estudantil conseguiu “derrotar o posicionamento do governo” e que agora é preciso garantir que ele vá ao Senado. “Se ir ao plenário da Câmara, o governo joga para o plenário a decisão da aprovação sobre o PNE, o que será um desrespeito a comissão, que é suprapartidária, que trabalhou durante um ano e cinco meses, e tomou uma decisão unânime sobre o PIB”, completou o presidente da UNE.
Para impedir a manobra, os estudantes já iniciaram algumas conversas com lideranças partidárias para não assinarem o recurso. Até agora, segundo Iliescu, somente a liderança do PT assinou. “Achamos que isso (ir a plenário) não vai acontecer pelo que tiramos das conversas com as lideranças. A gente conversou com PCdoB, PDT, PSD, PR, PSC, além do que a oposição também não vai assinar mesmo. Estamos aguardando o retorno dos trabalhos para intensificar a articulação”, explicou o presidente da UNE.
Depois da aprovação na Comissão, Mantega afirmou que “passar para 10% de maneira intempestiva põe em risco as contas públicas. Isso vai quebrar o Estado brasileiro, então não vai beneficiar porque depois você vai ter que rever isso e não vai ter recursos para a educação.”
Compromisso com os estudantes
Os estudantes foram recebidos na terça-feira (17) pelo secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC), Amaro Lins, para responder as mais de 100 reivindicações, feitas por estudantes de diversas universidades federais, entregues ao ministro Aloizio Mercadante (da Educação), depois da #Marchadosestudantes, no dia 26 de junho, em Brasília, que reuniu cerca de 3 mil pessoas. Uma comissão formada por cerca de 70 lideranças estudantis, de 44 universidades federais, foi recebida em audiência pública.
Na ocasião, o ministro assumiu uma série de compromissos se comprometendo, inclusive, a dar retorno em 15 dias. Iliescu reconhece que alguns pontos foram conquistados, mas outros ainda não há retorno.
“Em especial de positivo, será consolidada uma comissão permanente, que deve ser oficializada em uma portaria, formada por estudantes, professores, funcionários, reitores e o MEC, para diagnóstico da infra-estrutura e da qualidade das universidades federais. Será fundamental para poder apontar rumos para a universidade brasileira, que viveu um processo de expansão importante, mas a gente acha que foi sub-financiada”, lembra o estudante.
Insatisfação
O que mais desapontou os estudantes foi a ausência de um anúncio do MEC sobre investimentos urgentes na construção de moradias e restaurantes.
“Amaro Lins se limitou a prometer que o orçamento do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) para 2013 vai aumentar, o que é uma de nossas reivindicações. Mas, além desse aumento ordinário, que só pela própria expansão ele deve aumentar, deve haver um aumento robusto, uma linha de crédito especifica para construir os bandejões e alojamentos, até para não desperdiçar essa expansão em curso”, justificou Iliescu.
Está em curso uma expansão feita por conta do novo formato do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que amplia a mobilidade acadêmica.
“Tem muita gente estudando fora de seu estado de origem, e esse drama da moradia é muito grande, você tem aí a especulação imobiliária avançando principalmente no Nordeste e Sudeste. Então há uma ausência de moradias para estudantes, e o que existe não possui verba para reforma. Já os restaurantes, houve alguns avanços pontuais, mas é preciso abranger, pensar de forma macro”, insistiu Daniel Iliescu, que também comentou que não foi dito quanto de recurso será liberado para o Pnaes. A UNE reivindica R$ 1,5 bilhão para assistência estudantil anual.
Fonte: Vermelho
"Justa Causa pro Patrão", de Luísa Barbosa, é lançado no Rio de Janeiro
"Justa Causa pro Patrão" é lançado no Rio de Janeiro
A editora Multifoco acaba de lançar o livro “Justa Causa pro Patrão” de autoria da socióloga comunista Luisa Barbosa Pereira. Trata-se de um interessante estudo de caso envolvendo operários da indústria naval, o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, a Justiça do Trabalho e o Estado brasileiro.
Ele, segundo a autora, tem "como objeto central entender que maneira esse sindicato tem buscado novas estratégias nos anos recentes para garantir os direitos dos trabalhadores e a proteção social do Estado."
A obra nos vem bem recomendada. O professor Marco Aurélio Santana, doutor em sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirma que “o trabalho de Luisa Pereira, se associa a outros que vão nos fornecendo um quadro muito mais rico, cheio de nuances, no qual, aparecem os limites às ações dos trabalhadores, aparecem também, e muito, a capacidade de agência dos trabalhadores, bem como as possibilidades delas advindas (...).
O livro traz ainda um ganho adicional que é fornecer uma análise não só do quadro sócio-econômico dos anos 1980 e 1990, mas também das formas de resposta sindical utilizada pelos trabalhadores. Neste sentido, o livro de Luisa Pereira traz contribuições importantes ao campo de pesquisa, e, sobretudo, ao debate social sobre o tema analisado”.
Para outro professor da UFRJ, Ivan Alemão, “Justa Causa pro Patrão" é um trabalho que não pode deixar de ser lido (...), pois trata-se de um estudo que revela uma revolta bem espelhada na palavra de ordem dos metalúrgicos do estaleiro Ishikawagima, que inspirou o título deste livro. A indignação com os desmandos do capital aqui relatada é gradualmente analisada de forma científica. Os fatos da narrativa vão sugerindo temas e hipóteses que são respondidas passo a passo, a partir de métodos modernos de interpretação da luta de classes”. E conclui: “A expressão “justa causa” é utilizada para demitir o trabalhador faltoso, mas, neste caso, quem estará sentado no banco dos réus é o patrão”.
A autora é cientista social e mestre em Sociologia e Antropologia pela UFRJ e Pesquisadora do Arquivo da Memória Operária (Amorj).
Publicado por Augusto Buonicore no Portal Vermelho
A editora Multifoco acaba de lançar o livro “Justa Causa pro Patrão” de autoria da socióloga comunista Luisa Barbosa Pereira. Trata-se de um interessante estudo de caso envolvendo operários da indústria naval, o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, a Justiça do Trabalho e o Estado brasileiro.
Ele, segundo a autora, tem "como objeto central entender que maneira esse sindicato tem buscado novas estratégias nos anos recentes para garantir os direitos dos trabalhadores e a proteção social do Estado."
A obra nos vem bem recomendada. O professor Marco Aurélio Santana, doutor em sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirma que “o trabalho de Luisa Pereira, se associa a outros que vão nos fornecendo um quadro muito mais rico, cheio de nuances, no qual, aparecem os limites às ações dos trabalhadores, aparecem também, e muito, a capacidade de agência dos trabalhadores, bem como as possibilidades delas advindas (...).
O livro traz ainda um ganho adicional que é fornecer uma análise não só do quadro sócio-econômico dos anos 1980 e 1990, mas também das formas de resposta sindical utilizada pelos trabalhadores. Neste sentido, o livro de Luisa Pereira traz contribuições importantes ao campo de pesquisa, e, sobretudo, ao debate social sobre o tema analisado”.
Para outro professor da UFRJ, Ivan Alemão, “Justa Causa pro Patrão" é um trabalho que não pode deixar de ser lido (...), pois trata-se de um estudo que revela uma revolta bem espelhada na palavra de ordem dos metalúrgicos do estaleiro Ishikawagima, que inspirou o título deste livro. A indignação com os desmandos do capital aqui relatada é gradualmente analisada de forma científica. Os fatos da narrativa vão sugerindo temas e hipóteses que são respondidas passo a passo, a partir de métodos modernos de interpretação da luta de classes”. E conclui: “A expressão “justa causa” é utilizada para demitir o trabalhador faltoso, mas, neste caso, quem estará sentado no banco dos réus é o patrão”.
A autora é cientista social e mestre em Sociologia e Antropologia pela UFRJ e Pesquisadora do Arquivo da Memória Operária (Amorj).
Publicado por Augusto Buonicore no Portal Vermelho
Ato de Posse da nova diretoria da ANPG tem presença de autoridades e homenagens
O Ato de Posse da nova diretoria da ANPG, eleita no 23º Congresso Nacional de Pós-Graduandos, em maio deste ano, aconteceu na tarde desta terça-feira, 24, no Auditório Central do Centro Paulo Freire, da UFMA. O local escolhido não foi por acaso, nas dependências da UFMA desde domingo (22) ocorrem as atividades da 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Os pós-graduandos, antes mesmo da fundação da ANPG, em 1986, já participavam das reuniões anuais com muito afinco. O Encontro de Jovens Cientistas, que chega esse ano na sua 13ª edição, foi concebido e acontece sempre em conjunto com as atividades das reuniões anuais. Em 2010, durante a 62ª RA em Natal (RN), a ANPG realizou o 2º Salão Nacional de Divulgação Científica, reunindo estudantes do ensino fundamental, médio, graduação e pós-graduação em torno da integração científica na América Latina.
Glaucius destacou que a parceria da ANPG com a agência de fomento e a consistência das opiniões apresentadas garantiram o pleito da entidade pela vaga no Conselho Deliberativo do CNPq. Além disso, afirmou que “sem a participação da ANPG com diversas manifestações pelo Brasil não teríamos conseguido demonstrar a preemência do reajuste do valor das bolsas de mestrado e doutorado”.
Para o presidente do Foprop a aproximação da entidade com a ANPg tem sido muito produtiva e a nova gestão tem grandes desafios pela frente.
Em suas falas, Euzébio Jorge e Ildeu de Castro ressaltaram os recentes avanços que o Brasil vem experimentando no último período, em especial na área da Educação, porém destacaram que muito ainda precisa ser feito e que a ANPG cumpre um papel importante tanto na disputa de recursos financeiros para a educação, c,t&i como na própria definição dos rumos dessas áreas.
Homenagem
da esq p/ dir: Luciano Rezende (ex-presidente da ANPG), Juliano Quintella (APG UNIFESP), Elisangela Lizardo (presidenta da gestão cessante), Elba Mochel, Luana Bonone (presidenta eleita), Natalino Salgado (reitor da UFMA) e Fábio Palácio (ex-diretor da ANPG). Foto: Eleonora Rigotti. |
Os diretores da ANPG aproveitaram o momento de reunião na capital maranhense para homenagear um dos fundadores da ANPG, José Augusto Mochel.
Mochel é egresso da Universidade Federal do Maranhão e, enquanto cursava seu mestrado na então Escola Paulista de Medicina (hoje UNIFESP), fundou, junto a demais pós-graduandos, a ANPG.
Ao final, a professora da UFMA Elba Gomide Mochel , viúva de José Augusto Mochel, recebeu uma placa e uma carta de reconhecimento da ANPG, lida pelo vice-presidente eleito, Hyllo Nader. Com a voz embargada ela relatou que ela e o marido saíram de São Luís para cursar a pós-graduação em São Paulo pois no Maranhão ainda não havia cursos de mestrado na área da saúde. Ela exemplificou o avanço desses 25 anos com a menção às obras que os participantes da 64ª RA da SBPC estão observando na própria UFMA. “Não é um crescimento vegetativo, é também qualitativo”, pontuou.
Ao diretor da APG UNIFESP, Juliano Quintella, foi entregue uma cópia da Ata de Fundação da ANPG, que deve permanecer na sede da APG UNIFESP, que foi, por muitos anos, também a sede da ANPG.
O reitor da UFMA também se dispôs a abrigar uma cópia da ata no Museu da universidade, como forma de manter viva a lembrança do legado de Mochel. Os dois estudaram juntos em São Paulo, enquanto o reitor também cursava seu mestrado. “Não se constrói o presente nem se avança no futuro sem valorizar a história. O poeta Rubem Alves tem uma frase de que gosto muito ‘A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente’ Mochel viveu o presente!”, finalizou o reitor.
O ex-presidente, Luciano Rezende (2002-2004), a presidenta da gestão cessante Elisangela Lizardo (2010-2012) e o ex-diretor Fábio Palácio também foram homenageados pela sua contribuição ao longo dos 26 anos da ANPG.
Os presentes também fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao ex-reitor da UFRJ (2003-2011) e ex-diretor da Finep, Aloísio Teixeira, que morreu na segunda-feira (23) de enfarte fulminante, aos 67 anos, quando estava em casa (Ipanema, Zona Sul do Rio), em companhia da mulher, a economia Beatriz Azeredo. Ele tinha cinco filhos e quatro netos.
Despedida
Ao empossar os novos diretores, Elisangela usou das palavras do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade para se despedir : “Irmãos, cantai esse mundo que não verei,mas virá um dia, (…) Um mundo enfim ordenado, uma pátria sem fronteiras, sem leis e regulamentos, uma terra sem bandeiras, sem igrejas nem quartéis, (...) Esse país não é meu nem vosso ainda, poetas. Mas será um dia o país de todo homem”.
Luana Bonone, presidenta eleita e empossada, relembrou momentos importantes da história da ANPG nesses 26 anos e convocou todos os diretores a emcampar os desafios que a próxima gestão tem pela frente. Entre eles, a garantia e ampliação do reajuste de 20% das bolsas de mestrado e doutorado (10% a partir de 1º de julho e 10% em 2013) anunciado durante o 23º Congresso Nacional de Pós-Graduandos, em maio.
Os diretores, agora empossados, realizam a 1ª reunião de planejamento da gestão durante toda esta quarta-feira (24), na UFMA, onde seguem participando da 64ª Reunião Anual da SBPC.
Da Redação.
SBPC e ANPG esclarecem distorções em matéria no jornal O Estado de São Paulo
ANPG - Associação Nacional dos Pós-Graduandos
Nesta quarta-feira (25) as entidades científicas reunidas na 64ª Reunião Anual da SBPC foram surpreendidas por uma matéria equivocada publicada no jornal O Estado de São Paulo. O jornal afirmou em sua edição de hoje que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) seria contrários ao programa Ciência sem Fronteiras (CsF) do governo federal. A ANPG e a SBPC afirmam através da nota que o fato de apresentarem sugestões pontuais para o aperfeiçoamento do programa não significa que sejam contrárias ao Ciência sem Fronteiras. Frases descontextualizadas da presidenta da ANPG, Luana Bonone e da presidenta da SBPC, Helena Nader, foram utilizadas para legitimar a matéria de ataque ao programa. Ambas opiniões foram apresentadas na Mesa-Redonda "Fronteira da Ciência sem Fronteiras" realizada na tarde de ontem, na 64ª RA da SBPC. De fato, o mau jornalismo presente em muitos meios de comunicação no país é evidente. Para a presidenta da ANPG, Luana Bonone, o título da matéria e o contexto em que é apresentado não condizem com as opiniões gerais da comunidade científica.“Selecionaram apenas uma frase minha de forma que ficou parecendo que a ANPG é contrária ao programa, o que não é verdade”. A opinião da ANPG, de forma completa e sistematizada, pode ser consultada naresolução da entidade sobre o CsF. Leia abaixo a íntegra da nota: SBPC e ANPG prestam esclarecimentos sobre matéria no jornal O Estado de São Paulo Em sua edição do dia 25 de julho deste ano o jornal O Estado de S. Paulo publicou matéria sobre o programa Ciência sem Fronteiras (CsF) sob o título “Programa é criticado em encontro da SBPC”. As declarações atribuídas às presidentas da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader e da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Luana Bonone, foram retiradas do contexto e não refletem as opiniões das duas dirigentes. Sobre a matéria, a SBPC e a ANPG esclarecem: 1 – Ao contrário do que faz parecer a matéria do jornal O Estado de S. Paulo, a SBPC e a ANPG são totalmente a favor do Programa Ciência sem Fronteiras, por entender que vai melhorar a formação de um grande número de bons pesquisadores brasileiros. 2 – A SBPC e a ANPG consideram o Programa Ciência sem Fronteiras um importante instrumento para a internacionalização da ciência brasileira, meta esta, inclusive, que está presente como prioridade no último Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG). 3 – A SBPC e a ANPG acreditam que por ser um programa ainda muito recente são necessários ajustes que possam garantir seu constante aperfeiçoamento. 4 – Uma questão que preocupa a SBPC e a ANPG é saber como a coordenação de aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Conselho nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq) estão trabalhando para garantir o retorno desses cientistas, dando-lhes condições para que possam colocar em prática o que aprenderam no exterior, contribuindo para o aumento da produção científica do país e a melhoria da ciência brasileira. 5 – Diante disso, a SBPC e a ANPG solicitam que o jornal publique uma correção da informação errada que publicou. São Luís, 25 de julho de 2012. Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) |
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