Texto e fotos: Ricardo Felizola
A tarde desta segunda-feira (30) prometia ser decisiva para o fim da paralização das atividades dos professores. A Associação dos Docentes da UnB (ADUnB) realizou assembleia e, por 259 votos a 54, os professores rejeitaram o último acordo e decidiram continuar a greve.
Na semana passada, a ADUnB divulgou nota à imprensa que avalia o acordo sugerido pelo Governo. "A diretoria da ADUnB entende que a proposta enviada pelo governo representa um avanço significativo em relação à proposta anterior. Entretanto, ainda possui pontos prejudiciais, como a impossibilidade de progressão quando em estágio probatório", diz a nota.
Para promover a democracia e ouvir a vontade de todos, em assembleia, a ADUnB convocou todos os professores para decidirem pela continuidade ou não da paralisação, que completou 73 dias hoje (31). Enquanto a maioria decidiu pela greve, 259 professores, apenas 54 votos foram favoráveis a decisão da ADUnB de acabar com a greve, claro, se o Governo atendesse algumas ressalvas. Para a professora Patrícia Pinheiro, a proposta sugerida pela União não é nada boa. "O governo não fez direito a tarefa de casa. Nós queremos plano de carreira e melhores condições de trabalho", afirma.
Para a maioria dos docentes a reivindicação maior é a desestruturação da carreira que o governo propõe, e não somente o orçamento, que também não agrada a todos. "Podemos ganhar menos hoje, mas no futuro ganharemos uma carreira reestruturada", ressalta Rachel Cunha , professora da UnB.
A assembleia contou ainda com a presença de estudantes, servidores da UnB e professores aposentados da Universidade, que apoiaram a continuidade da paralisação.
Nova proposta
A nova medida apresentada pelo governo federal, na quinta-feira passada (24), aceita os 13 níveis de carreira que os docentes desejam, porém mantém a hierarquização vertical em classes e níveis, assim como quatro cargos distintos, sem unificação.
A União também propôs reajuste mínimo de 25% e máximo de 40%, para professores no auge da carreira, percentual abaixo do reivindicado pelos grevistas.
O governo instituiu, também, valores nominais de Vencimento Básico e Retribuição por Titulação, a serem concedidos de forma parcelada.
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