Curiosamente, não se apercebem, da coincidência de sua visão de política exterior com a esposada pelo Ministro Ernesto Araújo. Desse modo, chancelam uma política absurda de hostilidade contra o país irmão num grau de agressividade inédito há pelo menos um século. Todavia, foi acertada a posição de PT e PCdoB, desde o princípio, de denunciar as perigosas bravatas que se fazem de nosso país contra o povo irmão venezuelano, sem atentar para as consequências catastróficas e infames dessa política. Quem é contra Bolsonaro deveria ouvir seus ataques e hostilidade contra a Venezuela, agressão movida por governos, estes sim, frutos de fraude eleitoral, de extrema direita, a cumprir o funesto papel sabujo de cães de caça do império estadunidense contra um país latino-americano, contra a Pátria de Simón Bolívar.
É uma atitude burra o Brasil apoiar essa aventura golpista pelo intervencionismo externo que agora se tornou a panacéia universal, destinada a "salvar o povo venezuelano"do "regime de Maduro". Ora, quanta bobagem. O que estamos vendo é mais um capítulo do jogo bruto que se tornou o direito internacional e a noção de democracia desde a trágica invasão do Iraque pelos Estados Unidos, em 2003 - o Presidente Lula foi contra.
A partir dali, passa-se a admitir que se "exporte" via bombardeios a "democracia". A partir daí, torna-se aceitável o tipo de infâmia que representa o governo espanhol, monarquia metropolitana da Venezuela, derrotada por Bolívar, ter a pachorra de emitir um ultimato dando dias para que a Venezuela deponha seu presidente. É um escárnio. Jamais o Brasil podia apoiar isso, se levasse em conta o interesse dos brasileiros. Tal sorte de ataque contra a soberania de um país pode se voltar contra nós, que temos o Pré-Sal (tínhamos), a Amazônia, e somos um país invadido, entregue por dentro por uma quinta coluna. A quem interessa esse direito internacional em que um país ou um conjunto de países fora do ordenamento jurídico internacional - uma coalizão de interesses espúrios, de conquista, colonial, imperialista - possa se reunir e dizer: não reconheço sua eleição, ou ainda, dou-lhe prazo pra sair do poder, ou ainda, anule sua eleição e chame outra, ou ainda, que o derrotado, o Aécio deles assuma!? É uma loucura. Eles farão o mesmo conosco. É uma posição que fragiliza a soberania do nosso país, expõe-nos a uma guerra, completamente despreparados, com um caos evidente, sob um governo de incapazes. Devia o governo apoiar os venezuelanos na nossa fronteira, isso eles não fazem. Vocês entendem o que é o impacto de refugiados de guerra? Tem noção?!
A Venezuela está sofrendo uma guerra econômica, um bloqueio financeiro internacional, a secessão interna, atos terroristas promovidos pela oposição - houve há poucos dias um atentado com drone contra Maduro num ato público -, inúmeras atividades financiada desde fora. Há uma peculiaridade no subdesenvolvimento venezuelano estudada desde a década de 50 por Celso Furtado, e que no debate acadêmico nacional se refere a uma específica fragilidade econômica, o rentismo petroleiro, fator geopolítico incontornável dos interesses em disputa na Venezuela, uma das maiores reservas de petróleo do mundo.
2018
O peso do petróleo na economia se reflete na abundância de divisas internacionais que afeta sobretudo o câmbio e o valor nominal dos salários e preços. É um desestímulo massivo a qualquer atividade econômica interna, pois é mais barato importar tudo, não dá para competir. Essa conjuntura se agrava quando a classe empresarial comercial e importadora “acarapa" os produtos que deveria vender ao publico. No governo Sarney, no Brasil, em parte isso aconteceu com a carne, quando se escondiam as reses, especulando com o preço. No caso venezuelano é um locaute, liderado pelas associações empresariais, como FEDECAMARAS, que ficou célebre no sequestro e na tentativa de golpe contra o falecido presidente Chávez. Assim, a crise econômica venezuelana tem razões estruturais do seu rentismo petroleiro, agravadas pelo boicote econômico. A isso se soma o boicote diplomático promovido pelo alinhamento à politica hostil dos EUA, agravada por Trump.
2017
Outro aspecto do “regime de Maduro” é a caracterização de seu governo como ditadura, porque que ele não se submeteu à pantomima de atendimento às tentativas institucionais de golpe de Estado. No exercício de seu mandato, dado pela traumática eleição em que Chávez morrera, Maduro teve de enfrentar a insubmissão da Assembleia - lembram do Cunha, do impeachment? - que visava simplesmente a retirá-lo do poder dado pelas urnas. Maduro, ao contrário de Dilma, não se submeteu à sanha golpista e, com base na mesma Constituição, foi ao Supremo, anulando o golpe e chamando novas eleições, que venceu por 67% dos votos num sistema eletrônico similar ao nosso. O grau de polarização da sociedade e da disputa política e econômica no país vai a extremos com o estímulo externo, para a derrocada do governo e a retomada, pela força, da direção da PDVSA e do petróleo Venezuelano. Que moral o Brasil de hoje tem para criticar um país como a Venezuela? Esse país teve o maior número de eleições no mundo, no período de 1998-2018. Foram 6 eleições presidenciais, 5 eleições parlamentares, 7 eleições regionais, 4 eleições municipais (desde 2013), 6 referendos e 2 eleições de assembleia constituinte. Por que a Arábia Saudita, reino autoritário e misógino, merece o apoio dos EUA e a Venezuela apenas o ódio. Petróleo é a palavra, não democracia, não nos iludamos.
Não podemos jamais nos enredar nessa sorte de manobra estimulada claramente pelo imperialismo estadunidense e seus interesses petroleiros.
A fragilidade de nossas FFAA devido ao sucateamento é gritante. Para pagar o serviço da dívida pública e para a agenda da “corrupção”, que foi corrompida, vimos sacrificados projetos centrais da defesa nosso país, como o submarino nuclear - com a prisão do gênio brasileiro, Vice-Almirante Othon, criador das centrífugas de enriquecimento de urânio brasileiras - , a renovação frustrada dos caças, o satélite brasileiro (já dominado) e o alheamento crescente aos interesses nacionais por um deslumbre injustificado diante de uma potência decadente como os EUA.
Enquanto isso, no país vizinho vimos o fortalecimento inaudito da autoridade política dos militares e da capacidade de defesa venezuelana, assim como a vinculação de sua economia às chinesa e russa, mudando o eixo de seu comércio exterior e também saindo dos grandes acordos do sistema financeiro.
Expomo-nos, assim, a um conflito internacional em plena Amazônica, em que o interesse de superpotências se impõem sobre a vontade soberana de um povo para lhe retirar o petróleo. Nada pode depor mais contra o interesse dos brasileiros e brasileiras. A América Latina deve ser solidária à Venezuela, recebendo com dignidade os irmãos venezuelanos e repudiando toda chantagem e ingerência externa, somando em favor do diálogo e da paz na nossa região. E devemos repudiar a intervenção dos EUA promovendo a guerra na América Latina. Essas sim são as posições que correspondem aos grandes interesses nacionais. Ianques, go Home! Paz para a Venezuela, não à ingerência externa! Os venezuelanos são os e as donos(as) de seu destino!
O peso do petróleo na economia se reflete na abundância de divisas internacionais que afeta sobretudo o câmbio e o valor nominal dos salários e preços. É um desestímulo massivo a qualquer atividade econômica interna, pois é mais barato importar tudo, não dá para competir. Essa conjuntura se agrava quando a classe empresarial comercial e importadora “acarapa" os produtos que deveria vender ao publico. No governo Sarney, no Brasil, em parte isso aconteceu com a carne, quando se escondiam as reses, especulando com o preço. No caso venezuelano é um locaute, liderado pelas associações empresariais, como FEDECAMARAS, que ficou célebre no sequestro e na tentativa de golpe contra o falecido presidente Chávez. Assim, a crise econômica venezuelana tem razões estruturais do seu rentismo petroleiro, agravadas pelo boicote econômico. A isso se soma o boicote diplomático promovido pelo alinhamento à politica hostil dos EUA, agravada por Trump.
2017
Outro aspecto do “regime de Maduro” é a caracterização de seu governo como ditadura, porque que ele não se submeteu à pantomima de atendimento às tentativas institucionais de golpe de Estado. No exercício de seu mandato, dado pela traumática eleição em que Chávez morrera, Maduro teve de enfrentar a insubmissão da Assembleia - lembram do Cunha, do impeachment? - que visava simplesmente a retirá-lo do poder dado pelas urnas. Maduro, ao contrário de Dilma, não se submeteu à sanha golpista e, com base na mesma Constituição, foi ao Supremo, anulando o golpe e chamando novas eleições, que venceu por 67% dos votos num sistema eletrônico similar ao nosso. O grau de polarização da sociedade e da disputa política e econômica no país vai a extremos com o estímulo externo, para a derrocada do governo e a retomada, pela força, da direção da PDVSA e do petróleo Venezuelano. Que moral o Brasil de hoje tem para criticar um país como a Venezuela? Esse país teve o maior número de eleições no mundo, no período de 1998-2018. Foram 6 eleições presidenciais, 5 eleições parlamentares, 7 eleições regionais, 4 eleições municipais (desde 2013), 6 referendos e 2 eleições de assembleia constituinte. Por que a Arábia Saudita, reino autoritário e misógino, merece o apoio dos EUA e a Venezuela apenas o ódio. Petróleo é a palavra, não democracia, não nos iludamos.
Não podemos jamais nos enredar nessa sorte de manobra estimulada claramente pelo imperialismo estadunidense e seus interesses petroleiros.
A fragilidade de nossas FFAA devido ao sucateamento é gritante. Para pagar o serviço da dívida pública e para a agenda da “corrupção”, que foi corrompida, vimos sacrificados projetos centrais da defesa nosso país, como o submarino nuclear - com a prisão do gênio brasileiro, Vice-Almirante Othon, criador das centrífugas de enriquecimento de urânio brasileiras - , a renovação frustrada dos caças, o satélite brasileiro (já dominado) e o alheamento crescente aos interesses nacionais por um deslumbre injustificado diante de uma potência decadente como os EUA.
Enquanto isso, no país vizinho vimos o fortalecimento inaudito da autoridade política dos militares e da capacidade de defesa venezuelana, assim como a vinculação de sua economia às chinesa e russa, mudando o eixo de seu comércio exterior e também saindo dos grandes acordos do sistema financeiro.
Expomo-nos, assim, a um conflito internacional em plena Amazônica, em que o interesse de superpotências se impõem sobre a vontade soberana de um povo para lhe retirar o petróleo. Nada pode depor mais contra o interesse dos brasileiros e brasileiras. A América Latina deve ser solidária à Venezuela, recebendo com dignidade os irmãos venezuelanos e repudiando toda chantagem e ingerência externa, somando em favor do diálogo e da paz na nossa região. E devemos repudiar a intervenção dos EUA promovendo a guerra na América Latina. Essas sim são as posições que correspondem aos grandes interesses nacionais. Ianques, go Home! Paz para a Venezuela, não à ingerência externa! Os venezuelanos são os e as donos(as) de seu destino!
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