Rejeitado por três casais heterossexuais ‘por ser feio e negro demais’, menino é adotado por casal homossexual - Pragmatismo Político
Rejeitado várias vezes, menino hoje mora no Rio com pais adotivos (reprodução/facebook)
O jornalista Gilberto Scofield Jr e seu companheiro, Rodrigo Barbosa, adotaram há quatro meses um menino de quatro anos. Em carta publicada no blog Ser mãe é padecer na internet, do portal Estadão, Scofield falou sobre o processo de adoção e os desafios da paternidade.
Filho de pais alcoólatras, o menino PH vivia em um abrigo na cidade de Capelinha (MG) desde que sua mãe morreu e o pai não quis ficar com ele. Segundo Scofield, antes de ser adotado, ele foi rejeitado por outros três casais heterossexuais, que alegaram que PH era “feio” ou “negro demais“.
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De quebra, Scofield mandou um recado para o presidente da Câmara dos Deputados e defensor do Estatuto da Família, Eduardo Cunha (PMDB-RJ):
“Não, deputado Eduardo Cunha. A paternidade virtuosa não é um monopólio da heterossexualidade. E caso a sua religião não pregue a tolerância, preste atenção num fato muito simples: toda a criança adotada por um casal de gays ou de lésbicas foi abandonada/espancada/negligenciada por um casal heterossexual, esse mesmo que o senhor julga serem os únicos capazes de criar filhos ‘normais’.”
Segundo dados de 2013 do CNA (Cadastro Nacional de Adoção), existem hoje 5.400 crianças e jovens para adoção no Brasil – 80% delas têm idade acima de nove anos. Apesar da resistência à crianças negras ter caído nos últimos anos, 29% dos interessados em adotar só aceitam crianças brancas. Outros 42,5% são indiferentes.
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