O vice-líder da Bancada do PT, deputado Afonso Florence (PT-BA), defendeu a ampliação do leque de investigações da CPI da Petrobras, criada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nesta quinta-feira (5). “Queremos que se investiguem todos, que a investigação retroaja ao período de governo do PSDB”, disse Florence, defendendo ainda a investigação sobre o cartel do metrô de São Paulo, que envolve o governo do estado.
Agência CâmaraNa CPMI da Petrobras, concluída em 2014, diante das acusações de recebimento de suborno pelo PSDB, o PT defendeu que o Partido tinha que se explicar.
A posição de Florence baseia-se em informações vazadas da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que investiga irregularidades em contratos firmados com a Petrobras. Segundo o deputado, a afirmação de Pedro Barusco - um dos investigados na Operação Lava-Jato – de que recebe propinas “desde a década de 90” constitui-se elemento inconteste para que a CPI comece a investigação a partir daquela época, quando o Brasil era governado pelo PSDB.O deputado alertou para a responsabilidade do Parlamento na condução de uma investigação sobre a Petrobras, mas frisou que tudo dependerá da finalização da Operação Lava-Jato, já que o Congresso não dispõe de instrumentos investigatórios como os que dispõem a Polícia
Federal e o Ministério Público.
Para Florence, a CPI não deve ser “apenas instrumento de disputa política”, como costumeiramente faz a oposição do condomínio PSDB/DEM/PPS, mas deve dar uma contribuição republicana, com aperfeiçoamento dos mecanismos de fiscalização e controle.
Para o parlamentar petista, a constituição de uma nova CPI para investigar a Petrobras parece fato “orquestrado”. Para ele, a iniciativa deixa evidente que por trás dela há interesses mundiais do petróleo ou grandes interesses econômicos, em razão do pré-sal e de toda a riqueza que representa a Petrobras, uma das maiores empresas petrolíferas do mundo. “É tudo isso que está em jogo”.
Posição nítida
O deputado frisou que o PT não é condescendentes com ilícitos, tanto que foi a partir do governo Lula – e depois com Dilma – que se iniciou um combate sem trégua à corrupção no País. Basta dizer que a Polícia Federal, durante o governo FHC, realizou apenas 48 operações. Com o PT, de 2003 a 2014, foram 2.226 operações, com a prisão de 24.881 pessoas, das quais 2.351 servidores públicos e 119 policiais federais.
Florence frisou que a posição do PT é nítida: “Nós não patrocinamos ilícitos. Patrocinamos investigação. Respeitamos a honra individual e o patrimônio político dos outros partidos e não temos condescendência com o ataque à honra dos nossos ativistas. Defendemos o amplo direito de defesa dos nossos filiados, dos filiados de outros partidos ou dos cidadãos sem filiação partidária”, assinalou.
Afonso Florence fez questão de lembrar que na CPMI da Petrobras, concluída em 2014, diante das acusações de recebimento de suborno de empresas envolvidas na Operação Lava Jato pelo presidente do PSDB, o falecido senador Sérgio Guerra, o PT defendeu que o PSDB tinha que se explicar.
“Eu disse na oportunidade, que o então presidente do PSDB, senador Aécio Neves teria o direito de vir aqui defender os seus filiados, porque não é possível que todos fossem chamados de corruptos”. No entanto, esclareceu Florence, o relatório paralelo do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) apontava pelo indiciamento do finado presidente do PSDB, como se fosse possível ouvir um morto. Aécio não apareceu nem foi convocado para explicar o caso.
O vice-líder defendeu também a instalação de outras CPIs, como as que se destinam a apurar a violência no Brasil, o desaparecimento de jovens e a situação do sistema carcerário, já protocoladas pelo PT.
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