Tijolaço
7 de outubro de 2013 | 01:59
O livro que a Presidente Dilma Rousseff mencionou hoje no twitter - The Ultra-Secret NSA From 9/11 to the Eavesdropping on America ou “A Ultra- Secreta NSA: De 11/9 à espionagem sobre a América” – descreve a forma pela qual os americanos tem acesso às telecomunicação: nada mais que uma versão superinformatizada do velho “grampo” telefônico, agora aplicado sobre os cabos de fibra ótica que, apesar de ligarem todo o planeta, praticamente se interconectam todos através de “hubs” (conexões) localizados em território americano.
James Bramford, autor do livro, explicou numa entrevista a O Globo:
“Muita da comunicação internacional da região para os EUA e para a Europa, e para outros lugares a partir daí, passa por Miami, por um prédio, ao qual à NSA tem acesso, chamado NAP, National Access Point (Ponto de Acesso Nacional), operado por uma empresa privada.(…) desde os anos 60 a maior parte das comunicações internacionais era por satélite e a NSA as capturava, há uma imensa base para isso em Virgínia Ocidental. Mas no fim dos 90 os cabos de fibra óptica submarinos começaram a dominar o tráfego de comunicação. Todos os países têm esses cabos em volta e eles desembocam lá em Miami.
O mapa acima dá a você uma ideia de como isso acontece.
Por isso, é muito interessante a iniciativa de um grupo sul-africano que está reunindo recurso para implantar um cabo de telecomunicações ligando diretamente o Brasil à Africa do Sul, Índia, China e daì à Rússia. Só após a “ponta” brasileira é que o cabo se interconectaria com o resto da rede mundial.
Veja o mapa, bem interessante.
Não foi possível apurar a capacidade do grupo que anuncia o projeto em realizá-lo, mas a ideia tem toda a procedência: além de ligar os cinco países que integram o bloco econômico que mais se desenvolve no mundo, cria uma alternativa de comunicação independente da intermediação americana e uma rota pelo Hemisfério Sul, hoje inexistente. Há notícias de que a China aceitaria bancar com parte do investimento em 34 mil quilômetros de cabos de fibra ótica.
É claro que, sem dominar a tecnologia não haverá certeza da inviolabilidade dos dados trocados pelos cabos, mas esse seria um bom primeiro passo para isso. Sem o domínio do meio fìsico que suporta o fluxo de dados, certamente seria mais difícil o monitoramento de seu conteúdo.
Porque quase todas as nossas “linhas”, hoje, passam na “caixa geral” dos EUA, como observa Bramford em seu livro. Por mais que tenha tecnologia de ponta, diz ele, tudo começa num simples “jacaré” grampeado.
Por: Fernando Brito
O livro que a Presidente Dilma Rousseff mencionou hoje no twitter - The Ultra-Secret NSA From 9/11 to the Eavesdropping on America ou “A Ultra- Secreta NSA: De 11/9 à espionagem sobre a América” – descreve a forma pela qual os americanos tem acesso às telecomunicação: nada mais que uma versão superinformatizada do velho “grampo” telefônico, agora aplicado sobre os cabos de fibra ótica que, apesar de ligarem todo o planeta, praticamente se interconectam todos através de “hubs” (conexões) localizados em território americano.
James Bramford, autor do livro, explicou numa entrevista a O Globo:
“Muita da comunicação internacional da região para os EUA e para a Europa, e para outros lugares a partir daí, passa por Miami, por um prédio, ao qual à NSA tem acesso, chamado NAP, National Access Point (Ponto de Acesso Nacional), operado por uma empresa privada.(…) desde os anos 60 a maior parte das comunicações internacionais era por satélite e a NSA as capturava, há uma imensa base para isso em Virgínia Ocidental. Mas no fim dos 90 os cabos de fibra óptica submarinos começaram a dominar o tráfego de comunicação. Todos os países têm esses cabos em volta e eles desembocam lá em Miami.
O mapa acima dá a você uma ideia de como isso acontece.
Por isso, é muito interessante a iniciativa de um grupo sul-africano que está reunindo recurso para implantar um cabo de telecomunicações ligando diretamente o Brasil à Africa do Sul, Índia, China e daì à Rússia. Só após a “ponta” brasileira é que o cabo se interconectaria com o resto da rede mundial.
Veja o mapa, bem interessante.
Não foi possível apurar a capacidade do grupo que anuncia o projeto em realizá-lo, mas a ideia tem toda a procedência: além de ligar os cinco países que integram o bloco econômico que mais se desenvolve no mundo, cria uma alternativa de comunicação independente da intermediação americana e uma rota pelo Hemisfério Sul, hoje inexistente. Há notícias de que a China aceitaria bancar com parte do investimento em 34 mil quilômetros de cabos de fibra ótica.
É claro que, sem dominar a tecnologia não haverá certeza da inviolabilidade dos dados trocados pelos cabos, mas esse seria um bom primeiro passo para isso. Sem o domínio do meio fìsico que suporta o fluxo de dados, certamente seria mais difícil o monitoramento de seu conteúdo.
Porque quase todas as nossas “linhas”, hoje, passam na “caixa geral” dos EUA, como observa Bramford em seu livro. Por mais que tenha tecnologia de ponta, diz ele, tudo começa num simples “jacaré” grampeado.
Por: Fernando Brito
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