“Faz parte das atribuições de um embaixador conhecer os acontecimentos políticos do país no qual está alocado”. Esta é a resposta do embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilien Sánchez Averláiz, à crítica feita pelos partidos PSDB (Partido Social Democrata Brasileiro), DEM (Democratas) e PPS (Partido Popular Socialista) que, em nota, questionaram a presença do diplomata no "ato em defesa do legado de Lula".
O evento, realizado no Distrito Federal, na última terça-feira (5), reuniu cerca de 500 pessoas no auditório da Câmara Legislativa e teve manifestações de apoio ao ex-ministro José Dirceu, condenado pela Ação Penal 470, apelidada pela imprensa de “mensalão”.
Para os partidos da direita, a presença de Maximilien, que não integrou a mesa, não fez nenhuma fala política e simplesmente integrava a plateia, foi uma “afronta à soberania do Brasil” e mereceria o “repúdio imediato das autoridades brasileiras, a começar pelo Ministério das Relações Exteriores”. Pedem inclusive um posicionamento da presidenta Dilma Rousseff “diante de um episódio de tamanha gravidade”.
O embaixador venezuelano esclareceu ainda que recebe convites e assiste “aos mais diversos eventos das mais diversas instituições brasileiras em todos os estados”. E declarou que “inclusive, tenho aceitado e continuarei aceitando qualquer convite que me façam os partidos signatários”, disse também em nota.
Fora de propósito
“É absolutamente despropositado atribuir à minha presença entre os convidados de um evento público sobre realizações do governo federal no Brasil caráter de interferência em assuntos internos. Trata-se de coerção da representação diplomática da Venezuela e de uma tentativa imprópria de usar um país irmão para disputas políticas internas”, asseverou o diplomata.
Para o secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Alemão Abreu, trata-se de uma “calúnia oportunista dos partidos da oposição de direita sem a mínima correspondência com a realidade”. Para ele, essa posição “é parte dos ataques sistemáticos desses partidos contra as forças de esquerda e progressistas, no Brasil e na América Latina”.
Alemão elogia a atividade do embaixador no Brasil: “Ele realiza um ativo, eficaz e amplo trabalho de relações diplomáticas com o governo e o parlamento brasileiros, e com todos os partidos políticos do país, sempre respeitando a soberania do Brasil e de nossas instituições”.
Da Redação do Vermelho,
Vanessa Silva
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