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quinta-feira, 5 de julho de 2018
Vídeo - 20ª Conferência dos Bancários - Falei pela CTB sobre as eleições de 2018 - Rosolução
RESOLUÇÃO
As delegadas e os delegados eleitos e reunidos na 20ª Conferência Nacional dos Bancários, reforçam a importância do respeito à democracia, da realização das eleições 2018 e orientam a escolha de candidatos comprometidos com a classe trabalhadora.
Isso significa candidatos à Presidência da República que se comprometam
com a revogação da reforma trabalhista,
revogação da PEC da Morte,
da revogação da lei das terceirizações e
em defesa das empresas públicas, da democracia brasileira e da soberania nacional.
Também candidatos que se posicionem contrários à criminalização da política e dos movimentos sociais e sindical.
ELEIÇÕES 2018: POR UM CONGRESSO NACIONAL COMPROMETIDO COM O POVO
Pela revogação da reforma trabalhista, pelo direito à aposentadoria, em defesa das empresas públicas, da democracia e da soberania nacional
Em 2017, quase 200 mil estudantes matriculados abandonaram o ensino superior. E este ano, o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, teve 1,2 milhão de inscritos a menos.
O Brasil tem atualmente quase 14 milhões de desempregados. Ao todo, são 27,7 milhões de pessoas com força de trabalho subutilizada. Se comparado com 2014, o número de desempregados cresceu 94,2%, o que significa que há 6,6 milhões de pessoas a mais procurando emprego no país desde o golpe por meio do qual Michel Temer (MDB-SP) assumiu o governo no Brasil. São 4,6 milhões os trabalhadores que sequer têm forças para procurar uma vaga no mercado de trabalho, depois de meses e meses de tentativas frustradas. A maioria (60,6%) vive na região Nordeste, onde estão 2,8 milhões dos desalentados.
Desalento é a palavra que hoje, talvez, melhor defina o povo brasileiro, antes conhecido por sua alegria e disposição de viver. Mas isso é passado e o que vemos hoje é um país que voltou atrás, 20 anos em dois. Um país onde não há emprego, onde não há estudo, onde a crueldade sob a alcunha de austeridade fiscal mata. A taxa de mortalidade na infância (proporção de óbitos de menores de 5 anos para cada mil nascidos vivos), que durante de mais de uma década teve quedas consecutivas, subiu 11% em 2016, em comparação com o ano anterior.
Enquanto isso, seis milionários brasileiros têm a mesma riqueza que 50% dos mais pobres no país.
Já somam 40% os municípios brasileiros que não contam com uma agência bancária. E em muitos onde ainda há esse serviço, prestado prioritariamente pelos bancos públicos, já não chega mais dinheiro. Cidades abandonadas, desemprego que assombra.
O resultado do golpe, para onde quer que se olhe, é mais pobreza, o estrangulamento do desenvolvimento nacional, o aumento do desrespeito aos direitos dos trabalhadores, dívidas interna e externa em alta, o caos.
Quando da última eleição, mesmo antes do golpe, o perfil dos eleitos dava uma ideia, ainda que distante da terrível realidade vivida agora, do país que teríamos. A bancada de deputados federais que defende a causa dos trabalhadores caiu quase pela metade. Levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), em outubro de 2014, identificava que os eleitos pela classe trabalhadora diminuíram de 83 representantes para 46. E que do outro lado, a
bancada empresarial contaria com 190 parlamentares.
O resultado foi visto ao longo dos últimos anos, com medidas que praticamente inviabilizaram o governo de Dilma Rousseff. Foi esse Congresso – majoritariamente patronal e com bancadas relacionadas a igrejas (“da bíblia), avessas aos direitos humanos (“da bala”), ex-jogadores de futebol (“da bola”) e ruralistas – que votou, em 2016, o impeachment da presidenta eleita.
As consequências foram nefastas para a sociedade brasileira, com o avanço de ditas reformas que na verdade estão levando ao desmonte de setores estratégicos da economia nacional.
Assim, foi aprovada a toque de caixa, em dezembro de 2016, a Emenda Constitucional 95, devidamente apelidada de PEC da Morte, por meio da qual foram congelados por 20 anos os investimentos nas áreas de Saúde, Educação, infraestrutura. Vai faltar dinheiro também para a agricultura familiar, responsável por 70% da produção de alimentos que vão para a mesa do povo brasileiro. E para programas de combate à violência contra a mulher – isso em um país que registra uma agressão contra elas a cada quatro minutos. Outro ataque frontal à maioria do povo brasileiro foi a “reforma” trabalhista. A lei 13.467, sancionada em julho do ano passado, praticamente rasga a CLT, retirando direitos e reduzindo a força do movimento sindical. Entre as mudanças, autorização para o trabalho intermitente e temporário, liberação da terceirização, fim das homologações nos sindicatos, prevalência do negociado sobre o legislado, o que possibilita o desrespeito a conquistas históricas dos trabalhadores.
O governo tentou ainda promover uma reforma da Previdência, por meio da PEC 287 protocolada em dezembro de 2016. As mudanças praticamente extinguiam o direito à aposentadoria, inviabilizando a Previdência pública e penalizando principalmente os que ingressaram mais cedo no mercado de trabalho, os mais carentes. Os movimentos sindical e social se uniram e conseguiram barrar a proposta até agora. O decreto de intervenção militar no Rio de Janeiro, de fevereiro de 2018, suspendeu as votações de Proposta de Emenda Constitucional até dezembro deste ano. Esse é o cenário em que se darão as campanhas salariais do segundo semestre de 2018, quando ocorrerão também as eleições que definirão o presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais.
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