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sexta-feira, 18 de maio de 2012

Presos na Bahia assassinos de Colombiano e Catarina - Portal Vermelho

Presos na Bahia assassinos dos comunistas Paulo Colombiano e Catarina - Portal Vermelho


Foram presas cinco pessoas envolvidas nos assassinatos do diretor do Sindicato dos Rodoviários, Paulo Colombiano, e de sua esposa, Catarina Galindo, ocorridos no dia 29 de junho de 2010. A elucidação do crime, anunciada nesta quinta-feira (17), é um alívio para os familiares e amigos do casal, que vão continuar cobrando a continuidade das investigações para que todos os envolvidos no crime sejam presos e punidos.


  Secretaria de Segurança Pública apresenta resultado das investigações que culminaram nas prisões

Depois de longos um ano e 11 meses, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) da Bahia anunciou nesta quinta-feira (17), que prendeu cinco pessoas envolvidas diretamente nos assassinatos de Colombiano e Catarina. Segundo as investigações, os dois foram mortos a mando do dono do plano de saúde Mastermed, utilizado pelos rodoviários, Claudomiro César Ferreira Santana e de seu irmão Cássio Antonio Cerqueira Santana, devido a insurgência de Colombiano contra os valores absurdos repassados para o plano. O crime foi executado por dois motoqueiros, ainda não identificados, que receberam informações de Edilson Duarte de Araújo, Wagner Luís Lopes de Souza e Adaílton Araújo de Jesus, seguranças de Claudomiro, que seguiram as vítimas por dois dias e estavam no local do crime na hora das execuções.

Desde que assumiu a Diretoria Financeira do Sindicato dos Rodoviários, Colombiano vinha se mostrando insatisfeito com uma série de irregularidades, a principal envolvendo o plano de saúde Mastermed. Entre 2005 e 2010, R$ 106 milhões haviam sido recolhidos e pagos à Mastermed. Desse valor, cerca de R$ 35 milhões eram referentes à taxa de corretagem, valor considerado alto pelo dirigente, que procurou os donos para rever o contrato, mas foi assassinado logo depois. Colombiano tentou apurar ainda o desvio de R$ 1,4 milhões da entidade para contas de alguns diretores, além de se recusar a pagar dívidas não comprovadas em gráficas e postos de combustíveis.

“Paulo Colombiano assumiu o Sindicato e quando ele se deparou com o descalabro de desvio, de denúncias as mais variadas ele tentou colocar ordem na casa. Ele me disse, três dias antes de morrer, que estava estudando a possibilidade de contratar uma auditoria para verificar os escândalos como o valor absurdo cobrado pelo plano de saúde, o pagamento de faturas não existentes de gráficas e postos de combustíveis. E após estas denúncias, três dias depois ele foi assassinado”, declarou o presidente do PCdoB em Salvador, Geraldo Galindo.

As investigações sobre o caso vão continuar para prender todos os envolvidos no assassinato do casal.

Compromisso do governador

“Nós consideramos uma vitória a elucidação do crime que envolveu Colombiano e Catarina. Queremos manifestar o nosso agradecimento ao governador, que em contato por mais de uma vez com o PCdoB e familiares de Colombiano e Catarina assegurou que faria todo esforço para elucidar o crime. Foi um compromisso que ele assumiu publicamente com o PCdoB e as famílias das vítimas. E agora, está demonstrado que este compromisso era para valer. Queremos registrar este agradecimento e dizer que nós sempre tivemos confiança que isso aconteceria. Sempre acreditamos que o governador estava empenhado na elucidação deste crime”, afirmou o presidente do PCdoB na Bahia, Daniel Almeida.

Para Almeida, esta é também uma demonstração da capacidade da polícia baiana. “Esta apuração é muito importante para sinalizar que ninguém está acima da lei, que a impunidade não pode ser estímulo para outros crimes. E a investigação também é importante, porque o Paulo Colombiano e Catarina foram vítimas de criminosos que agem contra pessoas que denunciam o crime. Colombiano morreu por causa de sua honestidade e seriedade, morreu por ser sério e honesto, por ter atuado com o padrão de atuação que deve ter quem lida com o dinheiro dos outros, dinheiro público. Por se comportar de forma correta, ela foi vítima deste crime. Então, a elucidação do crime sinaliza também que ser sério, ser honesto tem que valer a pena e precisa ser protegido. Estes atos de seriedade devem ter a proteção do estado e da sociedade. A elucidação do crime é para dizer para sociedade que vale a pena ser sério, vale a pena ser honesto”, acrescentou

Alívio e cobrança

Irmão de Catarina, Geraldo Galindo acompanhou atentamente a entrevista coletiva em que os integrantes da Secretaria de Segurança Pública e se disse aliviado com a prisão dos mandantes e outros envolvidos no crime. “É um alívio enorme. É um consolo. A nossa dor vai durar até o final das nossas vidas pela perda de dois entes queridos. Mas, o fato do crime ser elucidado, dos mandantes e autores serem presos e punidos exemplarmente, isso é um alivio muito forte para nós”, disse.

“Nós familiares, amigos e militantes do PCdoB nunca esquecemos este crime e sempre fizemos mobilizações, fizemos reuniões com o secretário e o governador para que este crime não caísse no esquecimento. Hoje, a Secretaria de Segurança Pública mostrou que tem uma rede de profissionais qualificados e competentes, que conseguiram desvendar um crime que parecia insolúvel. Nós estamos aliviados, mas vamos continuar a exigir, e a Secretaria vai fazer isso, o que falta ser apurado.”, declarou Galindo.

CTB cobra continuidade das investigações de irregularidades no Sindicato dos Rodoviários
CTB cobra continuidade das investigações de irregularidades no Sindicato dos Rodoviários

De Salvador,
Eliane Costa.

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