A capital baiana sediará a partir desta quinta-feira (24) a 20ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba. O evento, que acontece até o domingo (27), debaterá a integração Latino-Americana e Caribenha; a luta permanente contra o bloqueio econômico a Cuba; a libertação dos cinco heróis cubanos e o combate à campanha midiática internacional que divulga, de forma criminosa e deturpada, factoides políticos sobre supostos acontecimentos na ilha caribenha.
Da redação do Vermelho, Mariana Viel
O presidente da Associação José Martí e coordenador do núcleo do Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz) baiano, Antônio Barreto, o Barretinho, explica que a programação da convenção foi amplamente discutida por cerca de 10 entidades de solidariedade a Cuba, em dezembro do ano passado, em São Paulo.
“Normalmente as convenções de solidariedade a Cuba discutem mais questões como a saúde, a educação, a libertação dos Cinco Heróis cubanos, a luta contra o bloqueio e, mais recentemente, a guerra midiática. Um ponto que nunca foi discutido é a questão da integração latino-americana para o desenvolvimento econômico de Cuba — com o objetivo de furar o bloqueio e promover o avanço da revolução socialista”.
Barretinho destaca que, nos últimos anos, Brasil e Venezuela exercem papel fundamental na luta contra o bloqueio estadunidense à ilha. “Em relação às questões econômicas, de energia, educação e saúde há uma troca muito grande entre a Venezuela e Cuba. A Venezuela tem sido um grande sustentáculo de Cuba nos últimos anos. O Brasil também tem exercido um papel muito importante em relação às questões comerciais e diplomáticas com Cuba”.
As relações diplomáticas entre Havana e Brasília foram intensificadas após a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma tendência que também norteia o governo da presidente Dilma Rousseff. Para Barretinho, a divulgação mundial do apoio do Brasil a Cuba é fundamental — devido à liderança internacional que o país conquistou nos últimos anos. O Brasil é hoje o segundo maior parceiro comercial de Cuba na América Latina, atrás apenas da Venezuela.
O embaixador da Venezuela, Maximilien Sánchez Arveláiz, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) — respectivamente presidente e vice do Grupo Parlamentar Brasil/Cuba — estão entre os painelistas que debaterão a integração latino-americana e caribenha , a amizade entre esses povos e sua importância para o desenvolvimento econômico e o avanço da revolução cubana.
Movimento de solidariedade
O crescimento do movimento de solidariedade à ilha caribenha no país é outro dado que chama a atenção. Atualmente, cerca de 20 estados brasileiros possuem organizações de defesa da soberania a Cuba.
Segundo Barretinho — um dos organizadores da convenção — a cada edição do evento o número de participantes cresce consideravelmente — um reflexo da grande adesão às causas em debate. Ele explica ainda que a organização ampliou a rede de apoio à convenção — buscando também o apoio de partidos como o PSB, PT, PCdoB. Pela primeira vez o Cebrapaz participa de forma oficial. “Mandamos convite para todos os partidos políticos, movimentos sociais e confissões religiosas. Vamos fazer um evento amplo. É isso que Cuba quer”.
A 20ª Convenção contará ainda com intervenções e apresentações artístico-culturais brasileiras e cubanas, com o objetivo de sensibilizar as pessoas sobre a importância do intercâmbio cultural entre os dois países em luta permanente pela independência, soberania dos povos e pela paz mundial.
Guerra midiática
Estima-se que a abertura do evento tenha a presença de cerca de mil pessoas — aproximadamente delegados de outros estados. Já os debates devem contar com a presença de cerca de 500 pessoas.
Ainda entre os destaques da programação está o painel sobre A Campanha Midiática Internacional Contra Cuba, com a participação do jornalista e diretor da Telesur, Carlos Alberto Almeida, do editor do Portal Vermelho e secretário nacional de Comunicação do PCdoB, José Reinaldo Carvalho, e do historiador Muniz Ferreira.
“Mandam jornalistas para Cuba para fazer matérias contrárias à revolução. Nada de positivo é colocado. Estamos quebrando aos poucos esse bloqueio através da internet e os blogueiros progressistas. Estamos buscando uma parceria com os blogueiros para que eles possam nos ajudar a divulgar essa questão sobre a verdade sobre Cuba — o bloqueio econômico e midiático”.
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