O presidente do Chile, Sebastián Piñera, em nome dos chefes de Estado e governo, reunidos em Santiago do Chile, reconheceu, neste domingo (27) o papel protagonista do presidente venezuelano Hugo Chávez Frías para o nascimento da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), cujos trabalhos serão encerrados nesta segunda-feira (28) e que foi precedida por dois dias de reuniões entre a Celac e a União Europeia.
AVN Reunião da Celac em Santiago do Chile
"Quero fazer um reconhecimento a um presidente que não está conosco, o presidente Hugo Chávez, cuja visão permitiu colocar em andamento esta iniciativa", disse Piñera. A Celac, integrada por 33 países, foi criada em dezembro de 2011 em Caracas a pedido de Chávez, hospitalizado em Cuba desde 12 de dezembro após sua quarta operação contra um câncer.Leia também:
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Piñera, presidente temporário do organismo regional, ressaltou seus sentimentos e sinceros desejos dos povos do continente pela pronta recuperação do líder venezuelano. "Todos fazemos votos para que possa vencer nesta batalha, talvez a mais dura de sua vida, e que possa se reintegrar plenamente como presidente da Venezuela", acrescentou Piñera. O vice-presidente, Nicolas Maduro, designado por Chávez como seu eventual sucessor, é o representante da Venezuela na cúpula.
Nesta segunda-feira (28), o presidente cubano, Raúl Castro, assumiu a presidência temporária do bloco.
Carta de Chávez
Nicolás Maduro leu uma carta enviada por Chávez para a ocasião. O mandatário ressaltou a importância do fortalecimento da unidade regional e destacou que a Celac é “o projeto de união política, econômica e social mais importante de nossa história contemporânea”.
Chávez também condenou o “vergonhoso bloqueio imperial” contra Cuba e a “contínua colonização e agora militarização progressiva das ilhas Malvinas”, que denunciou como violações das resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU).
Acrescentou ainda que, com a Celac, a Nação de Repúblicas, como a chamava Simón Bolívar, começou a tomar corpo. “Os sagrados propósitos, nossas relações fraternais e interesses comuns que nos unem têm na Celac uma base fundamental para garantir a estabilidade dos governos e a soberania e a perpetuação de cada uma de nossas pátrias”.
Alertou que não deve acontecer agora a repartição ou quebra do projeto de união por parte das oligarquias, tal como o acontecido na época da independência. “Ponho minha convicção ao reiterar as palavras que pronunciei quando nasceu a Celac: hoje somos uma pátria ou não seremos pátria. Ou fazemos a única pátria grande ou não haverá pátria para ninguém nestas terras”.
“Já foi eloquentemente demonstrado que a América Latina e o Caribe são capazes de pensar a si próprios e verem a si mesmos e ao mundo com plena autonomia e atuar conjuntamente. A grande política supõe uma aprendizagem permanente: é aprender a conviver com nossas diferenças, aceita-las e processá-las, buscando a maneira de nos complementarmos. A grande política impede que a intriga nos divida”, ressaltou.
Por fim, o chefe de Estado destacou a importância da zona de paz que está em criação na região, onde se respeite o Direito Internacional e se reivindique a solução política e negociada dos conflitos. “Temos o dever de antepor à lógica da guerra uma cultura da paz”, pontuou.
Da Redação do Vermelho
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