Sydney Gobetti: “Vou morrer com a bandeira do Partido na mão” - PCdoB. O Partido do socialismo.
Faleceu na noite desta quarta-feira (20), o vereador Sydney Gobetti de Souza (PCdoB), da cidade de Marília, em São Paulo. Gobetti foi vítima de um câncer no intestino, doença que lutava contra há dois anos. A Câmara Municipal decretou luto oficial por três dias.O vereador já estava com a doença avançada, em decorrência de metástase no fígado. Na última quinta-feira (14), ele precisou ser internado devido a complicações no sistema renal, fator que complicou ainda mais seu quadro clínico.
Para tratar na doença, ele já tinha se submetido a duas cirurgias, sendo a primeira em 2011 e o último procedimento esse ano. Há dois meses paralisou o tratamento com quimioterapia e radioterapia.
História
Gobetti começou a militar no Partido Comunista do Brasil ainda na universidade, quando cursava medicina e ingressou no movimento estudantil da Universidade Estadual de Londrina.
Após a sua formação, Gobetti foi morar em Marília e a sua militância só se acentuou. Lutou contra a ditadura e mesmo com a repressão dos tempos de chumbo, não deixou de lutar explicitamente por mais direitos para a população da cidade.
Depois de organizar uma mobilização para a construção de uma ponte que ligava os bairros Vila Coimbra e Vila Jardim, Gobetti foi demitido pelo prefeito da cidade, que gerou outra mobilização maior para que ele fosse readmitido como médico na prefeitura.
A consequência dessa luta foi a sua primeira eleição, sendo o vereador mais votado no pleito de 1982, pela legenda MDB (Movimento Democrático Brasileiro) quando o Partido Comunista do Brasil ainda estava na ilegalidade.
Medicina, uma de suas paixões
Mesmo depois de ser eleito vereador, Sydney não deixou de atuar como médico em nenhum momento, até a confirmação do diagnóstico do câncer. Trabalhou durante toda a sua vida em postos públicos e a maior parte dessa trajetória somente em três: o do Bairro Cascata, Vila Altaneira e Costa e Silva.
O posto médico era sua segunda casa. Gobetti, que trabalhava em dois turnos – de manhã e a noite, sentia prazer no exercício da profissão. Recebia todos os pacientes que tinham consultas marcadas, depois atendia aqueles que não tinham agendado. Conversava com todos os seus pacientes, calmamente, como era sua característica e dava mais uma lição: do amor à vida, independente de quem fosse.
Militância, razão da sua existência
Há alguns dias, Sydney disse a um jovem militante do PCdoB da cidade: - “Já que sei que vou morrer, posso optar como morrer. Quero estar com a bandeira do partido na mão”.
Essa frase dita por Gobetti poucos dias antes de se internar, pode sintetizar mais de três décadas de militância comunista.
Militante dedicado, desde o seu ingresso, nunca parou de militar em nenhum momento da sua vida. Sempre concentrado e sereno, ele fazia todos os esforços para que nenhum filiado deixasse as fileiras do partido.
Quem militava ao seu lado já escutou muitas vezes a frase: - “Todas as pessoas têm mais qualidade que defeitos, e já que é assim, pode contribuir muito com a construção do socialismo”.
Para ele, a luta do socialismo era também ter fé no ser humano. Era também condição e amor a essa nobre causa, mas acima de tudo, uma ciência feita pelos trabalhadores contra a sua opressão.
Na Câmara Municipal
Seus sete mandatos tiveram grande ligação com setores do funcionalismo público, movimentos sociais, trabalhadores e juventude.
Durante os mandatos, Gobetti apresentou 148 Projetos de Leis, dos quais 92 foram aprovados e convertidos em Leis Ordinárias.
Nos últimos meses, protagonizou o movimento que culminou na cassação do prefeito Abelardo Camarinha e atualmente era líder do governo do atual prefeito Ticiano Toffoli.
Sem dúvida, o falecimento de Sydney Gobetti é uma perda imensurável, não só para o Partido Comunista do Brasil, mas para todos aqueles que lutam e crêem em um mundo com justiça social, igualdade e soberania para todos os povos.
Como disse Bertold Brecht, “os homens que lutam todos os dias são imprescindíveis”.
Sydney Gobetti você está presente!
de São Paulo, Ana Flávia Marx
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