Quem é o procurador que detrata a UNE? | UJS
Nesta última sexta-feira (08/06) o jornal O Globo voltou a trazer para a manchete de sua capa uma matéria contra a União Nacional dos Estudantes. A matéria ocupou uma página inteira do jornal para inferir sobre supostos desvios nas contas da entidade estudantil.
Existem dois tipos de padrões de manipulação da informação muito utilizados pela imprensa: o primeiro padrão consta de se elaborar uma pauta no “aquário” – espaço como é conhecido o gabinete do editor chefe – e convocar alguns “especialistas” de sempre para dar credibilidade para a notícia; outro padrão costumeiro acontece quando o próprio aquário é pautado por suas “fontes” e seus interesses.
A matéria do jornal O Globo desta sexta-feira é claramente um exemplo deste segundo padrão. Pautado pela denúncia do procurador do Tribunal de Contas da União, Marinus Marsico, o jornal O Globo apresentou algumas suspeitas como se fossem crimes já julgados.
Marsico é um oponente conhecido da esquerda brasileira. Uma de suas ações mais famosas deveu-se a tentativa de revisar a lei de indenizações aos que foram perseguidos pela ditadura civil-militar no Brasil. O procurador não considera justo que o Estado brasileiro através da Comissão de Anistia peça desculpas aos que foram torturados ou aos familiares dos mortos naquele período. Marsico também costuma ocupar as páginas da imprensa quando o assunto é o MST. Nos últimos anos o procurador se preocupou em impedir que recursos do governo federal fossem repassados para os movimentos rurais que batalham por uma terra para trabalhar. Outro alvo costuma ser o imposto sindical. Ou a coincidência é muito grande ou existe de fato uma seletividade ideológica nas investigações do procurador. Talvez por isso ele seja uma figura tão presente na imprensa brasileira.
O que aconteceu nesta sexta-feira foi mais uma demonstração de como os padrões de manipulação na grande imprensa se confirmam. O jornal O Globo apropriou-se de uma matéria oferecida pelo procurador e requentada – há tempos já havia aparecido a suposta denúncia na revista Veja – para atacar a UNE. Coloca em sua manchete a denúncia como se ela já não tivesse sido explicada e esvaziada e a transforma em fato consumado, tornando a vítima em ré. Além de, como é de costume, não ter aberto nenhum espaço para a publicação da nota da UNE em resposta ao jornal.
O procurador Marinus Marsico tem todo o direito de investigar quem ele quiser, inclusive tem o direito de selecionar apenas uma classe para investigar. Assim como os movimentos sociais têm o direito de denunciar o corte de classe existente na seleção dos investigados do procurador.
Por Théo Rodrigues
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