A greve dos professores das instituições federais, que atinge 51 unidades em todo país, deve ser ampliada a partir desta segunda-feira (11) com a adesão de servidores. Segundo a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que reúne 37 sindicatos, o movimento crescerá devido ao impasse nas negociações com o governo sobre reajuste salarial, recebimento de gratificações e reestruturação de carreiras.
A partir de hoje, também cruzam os braços os trabalhadores técnico-administrativos em educação nas universidades federais e os funcionários federais do setor de geografia e estatística. Na quarta-feira (13), será a vez dos servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União. Na mesma data, os servidores federais da educação básica, profissional e tecnológica também anunciaram paralisação das atividades.
A Condsef anunciou que a greve geral dos servidores federais começará na segunda-feira (18) de junho e que será mantida por tempo indeterminado. A decisão foi aprovada na segunda-feira (4) por mais de 300 representantes sindicais de 20 unidades da federação, reunidos em assembleia, em Brasília (DF). Nessa data, servidores marcharam na Esplanada dos Ministérios na terça-feira (5) e foram recebidos em reunião no Ministério do Planejamento, mas segundo os grevistas, não houve avanços nas negociações.
Além das questões salariais e da cobrança por reestruturação das carreiras antes da realização de novos concursos públicos, os servidores federais também protestam contra a Medida Provisória 568/12, em tramitação no Congresso Nacional. Caso aprovada, a norma muda o cálculo dos adicionais de insalubridade e de periculosidade, além de alterar a carga horária de médicos e outras categorias que possuem jornada estabelecida em lei.
Há mais de 20 dias, os professores das universidades federais deflagraram a greve que vem atraindo outros trabalhadores e também estudantes universitários. Na terça-feira (5), mais de 400 estudantes se reuniram no Auditório de Matemática e Estatística localizado no campus Goiânia da Universidade Federal de Goiás (UFG), para declarar apoio à greve dos professores.
A reunião teve início com um discurso da presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (ADUFG), Rosana Borges, especificando as pautas da greve dos professores que será deflagrada na próxima segunda-feira (11). Além da professora Rosana, a assembleia contou com a presença de representantes do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e Federação de Sindicato de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes).
Após o discurso, os estudantes promoveram debates sobre a educação e também realizaram uma votação que decidiu por unanimidade declarar apoio aos professores e deflagrar greve estudantil na mesma data escolhida pelos docentes.
Entre as pautas reivindicadas pelo corpo discente, estão a exigência do aumento do número de funcionários, melhorias na infraestrutura dos campi do interior do estado, mais verbas para a assistência estudantil, a ampliação dos restaurantes universitários e das moradias estudantis.
Para o presidente do DCE da universidade, Iago Montalvão, é importante que os estudantes apóiem os professores e reivindiquem suas próprias pautas.
"A entrada dos estudantes nessa luta demonstra a solidariedade para com os professores que merecem sim ser valorizados. Além disso, é o momento fundamental para pautarmos nossas reivindicações e conquistarmos nossos direitos’’, declarou.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) reforçou a defesa de uma reforma universitária democrática e declarou todo seu apoio à greve. Em sua última reunião de diretoria executiva, realizada no dia 31 de maio, uma nota foi lançada declarando apoio às paralisações e reivindicando um novo Plano Nacional de Ensino (PNE) à altura dos desafios do país.
O movimento estudantil continuará acompanhando as discussões desta semana sobre o novo Plano Nacional de Educação. A expectativa é que ele seja votado logo e que o mesmo garanta 10% do Produto Interno Bruto (PIB) e 50% dos royalties e Fundo Social do Pré-Sal para educação.
O Ministério da Educação considera a paralisação precipitada pois acredita que há tempo suficiente para alterações no Projeto de Lei Orçamentária para 2013, que deve ser fechado até 31 de agosto. O Ministério do Planejamento ainda não se manifestou oficialmente sobre o indicativo de greve geral dos servidores públicos federais.
Com agências
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