O balanço do primeiro ano do governo Dilma, considerando os impactos negativos da crise mundial do capitalismo sobre o Brasil e o “cerco” que lhe impôs o monopólio midiático, como resultante é positivo. Mesmo que a economia tenha crescido aquém do esperado e na rabeira da classificação dos Brics, o governo assegurou um bom índice de geração de empregos. No Congresso obteve êxitos, entre eles, a aprovação da Comissão da Verdade e do novo Código Florestal. A presidenta chegou ao final de 2011 ostentando índices recordes de aprovação popular, segundo pesquisas de opinião.
Todavia, a grande mídia – porta-voz do capital financeiro e do conservadorismo – tem feito um verdadeiro cerco contra o governo. Manipulando a bandeira do combate à corrupção, ela empreende corrosiva campanha falsamente moralista que já levou ao chão seis ministros. E, como parte dessa escalada contra o governo, desencadeou um bombardeio cerrado contra o PCdoB e seu ex-ministro do Esporte, Orlando Silva.
A campanha difamatória contra do PCdoB teve como ponto de partida uma matéria de capa da revista Veja de 15 de outubro de 2011. Nela se acusava o ex-ministro do Esporte Orlando Silva e o PCdoB de terem montando um suposto esquema de corrupção no qual “seriam utilizadas ONGs de fachada para desviar recursos públicos do Programa Segundo Tempo para os cofres do Partido”.
Todavia, ao ler a pretensa reportagem se via que a munição do ataque era podre, pois se fundamentava tão somente nas palavras de um farsante, o soldado João Dias. Um elemento com folha corrida na polícia, tendo, inclusive, sido preso, acusado de corrupção. Dias, também, fora instado pelo Ministério do Esporte a devolver mais três milhões de reais, por não ter cumprido as normas de um convênio que ele havia assinado com o ministério.
A partir dessa “senha” de Veja se formou uma santa aliança de todos os grandes veículos de comunicação que, por cerca de 20 dias seguidos, espalharam essa mentira até a saturação.
O ex-ministro do Esporte, Orlando Silva, com altivez, apresentou esclarecimentos demonstrando a lisura de sua gestão. Deu inúmeras entrevistas, de vontade própria foi às duas casas do Congresso Nacional, cobrando de seus caluniadores ao menos uma prova que fosse. Do mesmo modo, a direção nacional do PCdoB, por intermédio de seu presidente Renato Rabelo, liderou a defesa da dignidade da histórica legenda dos comunistas e a integridade do ministro.
Todavia, a grande mídia – agindo na condição de um verdadeiro tribunal de exceção, em rito sumário, e sem provas – julgou, condenou e promoveu um verdadeiro linchamento moral do ex-ministro e de seu Partido.
De lá para cá, nenhuma prova – conforme desafiou o ex-ministro Orlando – surgiu contra ele, tampouco contra o PCdoB. O farsante João Dias, depois da injusta queda de Orlando, foi preso duas vezes, em 7 e 15 dezembro último, por tentar invadir o Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal.
O PCdoB, apoiado na verdade, na coesão de seu coletivo militante e na coragem política de sua direção, no apoio de aliados e do povo, tem conseguido batalha a batalha enfrentar a armação política contra ele montada. A guerra suja não conseguiu nem retirá-lo do governo, nem isolá-lo.
Na história brasileira, toda vez que recorreu ao anticomunismo – além de procurar “aniquilar” o Partido Comunista em virtude do seu crescimento ou de sua resistência à tirania – a direita sempre usou esse ataque como estratagema para golpear governos democráticos. Isso se repete agora. A direita reacionária recorre ao seu atávico anticomunismo para satanizar o PCdoB, justamente porque ele ganha crescente força política e social, exerce responsabilidades destacadas no governo da República, e se qualifica como um Partido revolucionário e contemporâneo.
Das lições de 2011, do balanço do primeiro ano do governo Dilma, duas grandes tarefas se apresentam: avançar na adoção de uma nova política macroeconômica, com redução forte dos juros, ajuste cambial e política fiscal consoante aos tempos de crise; e garantir à sociedade o direito constitucional à liberdade de expressão, o direito à informação e à comunicação.
Se outrora a comunicação plural e a liberdade de imprensa foram aniquiladas pela ditadura militar, agora se encontram sufocadas pelos monopólios do setor. Assim como o sufrágio universal decorrente da luta do povo, nas primeiras décadas do século XX, foi uma conquista determinante à ampliação da democracia, hoje, no século XXI, pela dimensão adquirida pela mídia – sobretudo, na esfera da política –, sua democratização é uma condição à conquista de uma sociedade verdadeiramente democrática.
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