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Textos de Combate: Sem perder a ternura, jamais - Paulo Vinícius da Silva - à Venda

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quarta-feira, 6 de novembro de 2024

A Revolução Russa ilumina até hoje (escrevendo sobre tudo) - Paulo Vinícius da Silva

Tudo muda o tempo todo no mundo. Não adianta mentir, nem fingir pra si mesmo. Agora há tanta vida lá fora e aqui dentro, como uma onda no mar.

Lulu Santos - Como uma onda


Sem teoria revolucionária não pode haver também movimento revolucionário. Nunca se insistirá demasiadamente nesta ideia numa altura em que a prédica em voga do oportunismo aparece acompanhada de uma atracção pelas formas mais estreitas da actividade prática.(1)

Vladimir Lênin


Ampliar, radicalizando e radicalizar, ampliando. (2)

Diógenes Arruda

 (3)

Novembro é o mês do mais importante acontecimento da História para a Classe Trabalhadora e, negativamente, para a Burguesia: o dia em que a classe trabalhadora tomou o poder na Rússia dos tzares, 7 de novembro de 1917 e que era ainda contada no calendário juliano no país, 25 de outubro (representativo do atraso da reserva do reacionarismo na Europa e no mundo, a Rússia).

Muitas vezes ao longo da História, o povo foi capaz de se alçar ao poder, mas na Rússia, ao contrário da Comuna de Paris, o poder foi mantido, o povo não foi derrotado. E em menos de 30 anos, construiriam um desenvolvimento industrial tão impetuoso que mudou até as leis do capitalismo, com o advento do surgimento do New Deal nos EUA e do Estado de Bem Estar Social na Europa Ocidental. Tais concessões só houve graças à existência da URSS e a sua superioridade evidente sobre o capitalismo: a capacidade de resolver os problemas, de projetar o futuro. salvariam a Humanidade do Nazi-fascismo, batendo a Alemanha, deixando Hitler na sua ratoeira até seu final covarde e vil. O imensurável sacrifício dos povos da URSS para libertar a humanidade do nazi-fascismo não pode ser esquecido, suas lições não foram em vão. 

Talvez, uma dessas lições seja que a Linha Política é imprescindível à vitória. Quando a linha política é correta, até os oportunistas acertam. Quando a linha política tá errada, não tem Che Guevara que se salve. 

A Revolução Russa foi fruto da linha política perseguida ao longo de anos, e que teve movimentos decisivos sob a condução de Lênin. Na chegada de Lênin à Rússia, na Estação Finlândia, Petrogrado, o líder bolchevique desceu do trem "dando uma voadora" na aliança possível dos bolcheviques com a social-democracia e o governo Kerenski, porque a dita aliança manteria  a Guerra de pé. Havia uma linha que separava o oportunismo em que caíra a II Internacional, e que Lênin denunciara. E, ademais, ele ousou construir a unidade necessária para a construção do poder soviético, e foi ouvido. Ele foi capaz de compreender a necessidade de ajustes e mudanças na linha política para atingir o objetivo que se realizou efetivamente com a tomada do poder pela classe trabalhadora russa. À época, o "natural" seria uma aliança com Kerenski. Lênin desembarcou defendendo a guinada que levou à vitória, contando para isso com o inestimável apoio de Stalin.

Não existe isso de se fazer o que quer e chegar ao sublime objetivo de superar o capitalismo. Lênin há muito alertou o movimento da classe trabalhadora que "Sem consciência revolucionária não há movimento revolucionário". Essa consigna evidencia o papel da consciência para a ação vitoriosa no campo da luta da classe trabalhadora em seu caminho ao poder, em aliança com os camponeses. Lênin achou a chave de como fazer a classe trabalhadora se unir até o ponto de chegar ao poder, mantê-lo, e dirigir a sociedade. Esse é 1/3 do jogo.

Maquiavel afirmou no início do século XVI em sua obra, o Príncipe:

Não ignoro que muitos foram e são de opinião de que as coisas desse mundo são governadas pela fortuna e por Deus, e que os homens prudentes não se lhes podem opor, e até não têm remédio algum contra elas. Por isso, poder-se-ia julgar que não devemos incomodar-nos demais com as coisas, mas deixar-nos governar pela sorte. Esta opinião tem-se reforçado em nossos dias devido às grandes variações que foram e são vistas todos os dias, além de qualquer conjetura humana. Pensando nisto, às vezes me sinto um tanto inclinado a esta opinião: entretanto, já que o nosso livre-arbítrio não desapareceu, julgo possível ser verdade que a fortuna seja árbitro de metade de nossas ações, mas que também deixe ao nosso governo a outra metade, ou quase.(4) Maquiavel

A outra metade, ou quase a metade, dependeria da virtú, feita de mérito, de força, de condição, de correlação de forças suficiente. Essa virtú foi plasmada por Lênin no sistema de aliança que reúne a direção do movimento e as amplas massas do povo. Descobriu o jeito de unir a turma, ir pra cima e vencer a parada.

Essa chave que Lênin deu à classe trabalhadora corresponde à mesma pergunta que inspirava o célebre italiano, como reunir as forças e virtudes necessárias para chegar ao poder e unir a nação italiana. Além dessa força e dessa legitimidade, é preciso ainda o concurso da fortuna, condições gerais e o acaso, que não dependem da nossa vontade objetiva. 

A essas duas variáveis, somo uma terceira parte, e evoco Garrincha,  Anjo de Pernas Tortas,  que:

"teve atuação decisiva na conquista das Copas de 58 e 62. A ele se credita a hoje famosa expressão “combinar com os russos”. No mundial de 58, antes do jogo contra a extinta União Soviética, em que o Brasil venceu o time adversário por 2 X 0, teria ocorrido um diálogo sui generis entre Garrincha e o técnico Vicente Feola. Conta-se que Vicente disse ao atleta para pegar a bola, driblar o primeiro beque, driblar o segundo, ir até a linha de fundo e cruzar forte para trás para Vavá marcar. Garrincha, então, respondeu: “Tudo bem, mas o senhor já combinou com os russos?”.(5)

 

Ou seja, Virtú, Fortuna e o outro que joga o jogo, o adversário. Essa tríade é suficiente para dar nó na cabeça, dar nó em pingo d`água. Mas pelo menos coloca a luta como o motor da transformação e o caminho para vencer as grandes batalhas. 

Lênin achou o caminho, o regime tzarista não reuniu forças suficientes para se manter, os acontecimentos mundiais colocaram a urgência da Paz, do Pão e da Terra para a classe trabalhadora e os camponeses russos chegaram ao poder no maior país da Terra. 

Essa resposta  ao dilema da chegada ao poder e da união necessária brilhou como um farol diante dos trabalhadores de todo o mundo. Inclusive o movimento anarquista brasileiro, colocado diante do impasse face à greve geral não ter sido capaz de acabar com o capital. As vitoriosas greves multitudinárias que desembocaram na Greve Geral de 1917 não eram suficientes para assegurar os acordos, ou mesmo a democracia e o movimento sindical. Para isso era necessário uma organização política e a luta pelo poder. Foi essa a via que a Revolução Socialista Russa de 1917 apontou, o caminhos das pedras, a linha política justa e inovadora de Lênin. A partir de Lênin  e da Revolução Socialista de 1917 na Rússia, a classe trabalhadora passa a jogar o jogo principal disputando contra a burguesia imperialista os caminhos do mundo.

(3)


Quando a linha política é justa, os caminhos se abrem, as coisas acontecem, e o jogo muda, inclusive ficando mais difícil. Mas devemos estar atentos a reconhecer os erros ainda mais que as vitórias, e o pior erro é achar que as coisas são paradas, que elas não mudam. Ruim não é ajustar a política, mas sim ser derrotado. Ser derrotado e não tirar lições só pode levar a novas derrotas.

Precisamos de uma linha política justa. Se ela estiver pensa, torta, perde-se o rumo. Diógenes Arruda Câmara Ferreira, refletindo sobre Lênin, brindou-nos com uma consigna dialética: "Ampliar, radicalizando e radicalizar, ampliando", voltada a analisar esse movimento de estica e puxa da vida, da luta, que não podemos apenas cuidar do peixe, tem também de cuidar do gato. Fica essa dica, de que há que ampliar, mas há que também fortalecer o campo popular para o enfrentamento das batalhas cada vez mais duras de nossa época. Cadê o povo? Cadê a juventude? 

A linha política justa funciona, ecoa no coração do povo. Mesmo quando a situação é muito difícil, ela ajuda a sobreviver. Mas a realidade é rápida e desafiadora, camarão parado a onda leva. Os chineses tem um dito que me vem à mente, diante de tantas tendências à dispersão do nosso povo, com o Brasil em perigo: "entregues a si mesmas as coisas tendem para o caos" (sic). Tem que ter consciência, unidade e tem de ter povo, só uma ação coordenada que unifique milhões pode chegar a esse objetivo. 

É preciso trazer o povo para a batalha, pois a extrema direita e o fascismo estão a disputá-lo. Esses milhões foram o Bônus Demográfico de 2012, a Turma da Xuxa (ou seja, o povo que viu a Xuxa), e nossos filhos. É a geração dos anos 2000. E nessa turma estão a maioria da classe trabalhadora de mulheres, negros e pardos, precarizados, plataformizados, uberizados, soltos no mundo VUCA e esperando o apocalipse zumbi. Nossa aliança tem de ser ampla, mas também precisa ter a profundidade do resgate da classe trabalhadora brasileira pela sua valorização e contra os juros e o rentismo parasitário.

Temos campo para isso. Basta combinar com os Chineses, com os Russos, com a Venezuela, inclusive.  Ai de nós, se não tivéssemos visto a necessidade da Frente Ampla. Se nos angustiam as falhas, talvez isso decorra de ainda faltar a Unidade Popular para organizar o próximo passo, quando não pudermos mais ser salvos pelo Lula. Ele já começou a entender isso, quando disse que Lula é o povo. É preciso chamar o povo para ser como o Lula, e resgatar a política. Getúlio ficou só. Lula não está sozinho, mas pe preciso organizar essa maioria. É preciso juntar as pessoas, lutar pela Hegemonia, salvar o Brasil e, assim, abrir caminhos ao Socialismo. É uma tarefa de milhões que só pode ser vencida pela Unidade Popular.


REFERÊNCIAS:

(1) LENIN, Vladimir. Que Fazer? Dogmatismo e «Liberdade de Crítica» Marxist Internet Archive.

(2) BUONICORE, Augusto. O Partido Comunista do Brasil em 1968. Fuindação Maurício Grabois https://grabois.org.br/2018/11/23/o-partido-comunista-do-brasil-em-1968/

(3) Imagens da centenária história de lutas do Partido Comunista do Brasil (1922-2022) [recurso eletrônico] / organizado por Adalberto  Monteiro e Fernando Garcia de Faria. - São Paulo, SP : Anita Garibaldi ;  Fundação Maurício Grabois, 2021. 584 p. ; PDF ; 406 MB. ISBN: 978-65-89805-10-6 (Ebook)

(4) MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe, p. 119. Martins Fontes, 2001. São Paulo.

(5) Fundação Cultural Palmares. Garrincha: a vida escreve certo por pernas tortas https://www.gov.br/palmares/pt-br/assuntos/noticias/garrincha-a-vida-escreve-certo-por-pernas-tortas

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Seminário Regional Nordeste da CTB Bancários ocorre em Fortaleza nos dias 1 e 2 de novembro








 Seminário Regional Nordeste da CTB Bancários 

1 e 2 de novembro de 2024

Hotel Praia Centro, Fortaleza/CE

Programação:

01/11 - sexta-feira

17h - Abertura - Hermelino Neto e Núcleo Sindical de Base da CTB Bancários do Ceará

17h30m - Atualização de Conjuntura - Augusto Vasconcelos - Bancário da Caixa, Professor universitário e Advogado, vereador de Salvador (PCdoB) e Presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia.

19h - CONFRATERNIZAÇÃO

02/11 - sábado 

9h - 11h - Concepções no Movimento Sindical - Paulo Vinicius da Silva - Sociólogo, Bancário do BB, dirigente do Sindicato dos Bancários de Brasília e Secretário Geral da CTB DF

11h - 12h - Luta da Mulheres na Categoria Bancária - Elvira Madeira -  Psicóloga e Mestra. Bancária da Caixa e Diretora do Sindicato dos Bancários do Ceará.

13h - Almoço

14h - As Transformações Atuais no Mundo do Trabalho - Emanoel Souza - Economista, Bancário da Caixa Econômica Federal, Ex-Presidente da Federação Bancários e Sergipe e da Coordenação Nacional da CTB Bancários

17h - Estruturação da CTB Bancários Nordeste - Hermelino Neto - Historiador e Professor, Presidente da Federação de Bancários Bahia e Sergipe e Coordenador Nacional da CTB Bancários.

18h - Encerramento

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Vitória da Frente Ampla em 2024 não esgota dilemas da esquerda - Paulo Vinícius da Silva

Por fatores alheios à minha vontade consciente, mas extremamente gratos, resto já há um mês em Fortaleza. Recebo!




Longe de problema, é solução para muitos padeceres. E o apoio de amigos e pouso jamais faltaram, a acolhida cearense é lendária. Meu tempo dessa vez foi vivido com mais autonomia na minha cidade.

Uni minhas férias à campanha eleitoral em Fortaleza, em que o campo progressista conseguiu a vitória por uma margem apertadíssima, elegendo Evandro Leitão, ex-pedetista recém ingresso no Partido dos Trabalhadores, Presidente da Assembleia Legislativa e ex-Presidente do Ceará com uma trajetória vitoriosa à frente do time de futebol. Um imenso alívio percorreu-me ao constatar a vitória de domingo último, mas partilho também o pasmo face ao candidato André Fernandes ter obtido 49,62% dos votos da capital alencarina. É triste e significativo, pois Fortaleza é muito avançada e está diversas vezes à frente do Brasil, com notável protagonismo, inclusive com a emersão da liderança de Camilo Santana, Ministro da Educação, quem veio, viu, e venceu.

Aqui, o maior derrotado é Ciro Gomes, o auto-Nero, ou o Rei Medas. O cabra deitou na BR. Tudo que ele toca fica pôdi. Ele se agoniou. Em vez de dividir o filé, preferiu ver o circo pegar fogo. Ele tinha a Governadora Isolda, o Prefeito Sarto, o melhor candidato à Prefeitura, Roberto Cláudio. Pois o cristão papocou foi tudo. Perdeu até o apoio do Cid Gomes, cujo lendário destemor jamais admitiria sujeição, ainda mais para perder. Camilo passou a régua. Acolheu Evandro Leitão, e foi para cima até a vitória, virando, ganhando quase 100 mil votos de outras candidaturas. 

Ainda assim, ou exatamente por isto, Evandro Leitão, quem viera do PDT, teve uma campanha claramente petista e é a isso que se deve a margem apertada, assumir o embate nos termos da direita, o que lhe potencializa. Se fôssemos mais frente amplistas e Ciro não tivesse implodido a unidade, teríamos ampla vantagem, mas vencemos na hora exata. Em São Paulo, Boulos deu um suador na direita, abraçando a tese da Frente Ampla com destemor e realismo. Em Recife  João Campos mostrou o potencial da amplitude com a juventude e a unidade. Mas o fato de Fortaleza ter sido por um triz, por um pelinho, digamos assim, escancara o perigo e os limites de fiarmo-nos em apenas um líder, ou acreditarmos que é dever de um partido, apenas, liderar o Brasil.

No Brasil, quem ganhou a eleição foi a Frente Ampla, e quem perdeu foi o Bolsonarismo. 

Estranho seria governarmos em frente ampla e na eleição municipal sermos os guerrilheiros de Stalingrado - que se os louvem para sempre. Essa pegadinha do malandro não funciona na política brasileira. A necessidade de dirigir o "centro" reluz há muito como pré-requisito para governar o Brasil. Então, a depender do posicionamento acerca da Frente Ampla, a avaliação será positiva, negativa ou neutra. O que lasca é o "eu venci, nós empatamos, eles perderam".  Também não dá para negar derrota, como a sofrida pelo PCdoB, desafiando o elogio das federações.

É preciso debater na refrega, na batalha. Foram muitas as conversas ao pé de ouvido, dando conta da confusão e da insegurança entre nós, quando estamos em mar revolto. Por isso, não podia expectar desde Brasília, e vim sentir o cheiro da pólvora na rua, caminhando com o meu povo. Desses diálogos, deriva em parte essa reflexão sobre a Frente Ampla e a Unidade Popular. 

Na esquerda há três visões sobre o governo e a condução do país, todas referidas à Frente Ampla. Há duas dominantes desde a vitória de Lula, não agora, mas desde 2003.

I - Frente Ampla com o PT: 

esse sempre foi o limite do partido na sua  ação política. Admite a Frente Ampla, se estiver à testa. Não é à toa que o Presidente Lula lidera a Frente Ampla, ele já a liderou em 2003 e a premissa é a mesma. Um grande partido social democrata de massas e brasileiro é o fiador da aliança. Como dizem: é tudo petê! 

Notável vitória em solo brasileiro, o PT se afirmou como partido e afirmou seu principal líder, Lula. Mas a tese de que um partido seria capaz de dirigir o processo jamais foi aplicada, ao contrário, sempre foi batida. O que prevalece ao longo da história brasileira é a conformação de amplas alianças como virtude e como sina. Por isso, já no nascedouro, fervilhava polêmica quanto ao papel de uma frente política brasileira, do nosso povo, de onde surgiu a Frente Brasil Popular. Recorda-nos o saudoso Buonicore:

"Em 13 de janeiro de 1989, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) promoveu um ato público na Assembleia Legislativa de São Paulo para lançar um novo Manifesto à Nação. O documento conclamava as forças populares a “se unirem em torno de uma candidatura única à Presidência da República”, propunha “um entendimento político para a formação de uma ampla união democrática, patriótica, e popular visando à sucessão presidencial e à defesa de um efetivo regime democrático”. O PCdoB, diz o texto, “é de opinião que as forças democráticas e populares deveriam buscar a unidade a partir do primeiro turno da eleição presidencial. Caso contrário, arriscam-se a ter na fase final dois concorrentes de partidos das classes dominantes”.

"No final de março, os presidentes do PT, do PCdoB, do PSB e do PV se reuniram para discutir a formação de uma frente eleitoral visando concorrer às eleições presidenciais. João Amazonas, por unanimidade, foi escolhido para dirigir aquela reunião histórica e apresentar à imprensa os seus resultados. Uma justa homenagem àquele que havia sido decisivo no processo de construção da unidade das esquerdas brasileiras. O documento aprovado afirmava a disposição daqueles quatro partidos de criar “uma união de forças de esquerda democrática, popular e progressista, para concorrer com um candidato único à sucessão presidencial já no primeiro turno”.

As lideranças nacionais petistas ao conduzirem a Frente Ampla diretamente se expõem às influências e a convivência com o poder, sua institucionalidade e se, por um lado isso afirma o próprio poder, por outro lado, é objeto de dura disputa e ataque, sob permanente escrutínio da mídia. Essa representatividade, contudo, não resolve os problemas, apenas coloca um rosto humano à frente desse dilema da esfinge. 

Por outro lado, a esquerda como um todo se enfraquece, e o desnível na representação institucional se retroalimenta das mudanças no próprio sistema político brasileiro, em especial após 2016. Os partidos maiores dominam o jogo porque são os partidos maiores que dominam o jogo, tautologicamente. Assim, as emendas PIX não são um fato à parte, mas o próprio modo de funcionar do jogo. E tem de ganhar nesse jogo. Aí o PT conseguiu ampliar suas prefeituras, beleza. Mas a esquerda decresceu como um todo.

Esse é o limite dessa via. Para ver como o Céu é longe, basta pensar em como seria ter perdido.


II - "Frente Ampla é frente fria" - negar a Frente Ampla e ser bem rebelde

É a segunda visão predominante no debate, e compõe a nossa "reserva moral", digamos assim. Na prática, contudo, ninguém é irracional, e o pessoal não rasga voto nem abre mão de espaço. Então, como em Fogo Pagou, de Luiz Gonzaga:

 Teve pena da rolinha que o menino matou / Teve pena da rolinha que o menino matou / Mais depois que torrou a bichinha, comeu com farinha...gostou 

Mas, claro, há crises de consciência periódicas. Nos casos mais graves, pode-se vê-los acabar prestando solidariedade à resistência ucraniana ou militando pela Kamala Harris. Muita gente séria foi esterilizada em sua potência e relegada à inatividade por concordar moralmente com essa opinião, mas sem se prestar ao papel de somar com a extrema direita. Outros, viraram antipetistas, ou pior.

Se aplicada praticamente, a negação da Frente Ampla levaria ao suicídio, dado a correlação de forças objetiva, que se pode medir por várias lentes. Como o poder de veto à continuidade do mandato presidencial por impeachment depende da Presidência da Câmara; e como essa é também a referência para o percentual considerado da Cláusula de Barreira, acredito ser importante levar em conta o mapa a seguir:


Dessa crise existencial, Lula refulge, no dizer de Elias Jabbour:

E ele em si representa o que eu chamaria de universal no particular, ou seja, você pega as demandas e anseios represados de uma sociedade de 500 anos e você pega o Lula e você vê ele representando isso hoje.

É a nossa sorte. Maquiavel, contudo, já advertia sobre a fortuna e a virtú, que raramente coincidem no curso da vida de um líder. João Amazonas viu isso entre 1987 e 1989. E várias vezes pudemos testemunhar essa fórmula poderosa que une o líder e as massas no momento certo. Isso é um momento, e como tudo, muda. 

Pátria ou morte, abre-se a encruzilhada. A Frente Ampla não é tudo. Como diria o Vladimir, Que fazer?

 

terça-feira, 24 de setembro de 2024

Discurso do Brasil abre a 79ª Assembleia da ONU - Presidente Lula

 

SOS Chapada dos Veadeiros - Apoie as brigadas voluntárias de combate aos incêndios florestais - Sindicato dos bancários

 

SOS Chapada dos Veadeiros: 

Apoie as brigadas voluntárias!

As primeiras doações já chegaram, mas ainda precisamos da sua ajuda! A campanha foi prorrogada até o dia 30 de setembro para apoiar as brigadas voluntárias no combate aos incêndios florestais.

 

📅 Doe água e cestas básicas até 30 de setembro 
📍 Local de doação: Sindicato dos Bancários de Brasília - EQS 314/315 
📲 Para doações em dinheiro, escaneie o QR code. 

Sua contribuição é essencial para quem está na linha de frente.

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Banco Central: guardião da estagnação econômica, do desemprego e da concentração de renda - Luis Carlos Paes



A Sobrevivência dos Mais Gordos (2002): Jean Galschiot

Ao participar de debate no canal Ópera Mundi após a reunião do Copom, na semana passada, que elevou a Selic em 25 pontos, o renomado economista e professor da Unicamp Luiz Gonzaga Belluzzo, afirmou que a política de juros altos é uma circunstância da “guerra entre a Faria Lima e o resto do país” ao ser provocado pela pergunta: “por que o Brasil tem hoje a segunda maior taxa de juros real do mundo, perdendo apenas para a Rússia, que está em guerra contra a Ucrânia? Por que temos uma economia de guerra se não estamos em guerra?”


Os acontecimentos que se sucederam à crise de 2007/2008 desmoralizaram por completo a lógica da macroeconomia neoclássica. Esta teoria pressupunha que a ampliação da base monetária levaria obrigatoriamente à inflação, sendo o único remédio para combatê-la a adoção, pela autoridade monetária, de taxas de juros mais elevadas.


O ex-diretor do Banco Central do Brasil (Bacen), ex-presidente do BNDES e um dos idealizadores do Plano Real, o economista André Lara Resende, no prefácio de seu livro “Camisa de Força Ideológica – A Crise da Macroeconomia” afirma: “...Com o advento do Quantitative Easing, a teoria monetária foi obrigada a fazer uma revisão mais profunda e explícita do que recorrentemente fez desde seus primórdios. ... o dogmatismo fiscalista e a ortodoxia monetária passaram a ser questionados. Primeiro, por economistas mais periféricos em relação aos centros do poder e do prestígio, depois por grande parte das organizações internacionais, como o Banco Mundial, o BID, o FMI e também alguns bancos centrais, como o Banco da Inglaterra e o Banco Central Europeu. Finalmente, até os papas da ortodoxia nos Estados Unidos reconheceram a necessidade de revê-los. No Brasil, curiosamente ainda não. ... sem nos livrarmos da camisa de força ideológica da macroeconomia dominante, não há como repensar um projeto de retomada do crescimento.”


Em tempos de Fake News, o Bacen continua a adotar uma falsa teoria, já superada, que só atende aos interesses dos rentistas, parcela da sociedade brasileira, no topo da pirâmide social, que compreende menos de 0,1% da população brasileira.


Na medida, em que o País começa a se aproximar de um crescimento, ainda pequeno, de 3%, o desemprego cai e a renda das famílias tem uma leve recuperação os senhores diretores do Banco Central, salvaguardas do rentismo, decretam que o PIB, o emprego e a renda dos que estão no piso da pirâmide social não podem crescer pois a inflação poderia, na crença destes senhores, subir um pouco além do centro da meta de inflação, estipulada em 3% para os anos de 2024, 2025 e 2026.


E assim, a atual diretoria do Bacen e um punhado de tecnocratas, prisioneiros da camisa de força ideológica, continuam sabotando o crescimento da economia real e transferindo bilhões de reais dos cofres públicos para a especulação financeira, é o conflito a que se refere o professor Belluzzo.


Pergunte a qualquer brasileiro racional, por mais humilde que seja, se ele prefere o desemprego com uma inflação de 3%, ou se prefere o emprego e a possibilidade de um maior crescimento do País, mesmo que a custa de uma inflação um pouco mais elevada?


Assim, toda a nossa solidariedade e apoio ao presidente Lula que, com sobeja razão, desde o ano passado, faz um duro combate à Roberto Campos Neto e aos demais diretores do Bacen nomeados por Bolsonaro, todos comprometidos com o rentismo. 


Neste final de ano, Lula terá a oportunidade de trocar três novos diretores, inclusive o presidente do Banco, que somados aos quatros já indicados anteriormente, garantirá uma maioria folgada em relação à diretoria que ele recebeu do inominável. Esperamos que aproveite bem a oportunidade e indique nomes comprometidos com um novo projeto de desenvolvimento soberano, inclusivo e sustentável, incompatível com o rentismo exacerbado.


Fortaleza, 23 de setembro de 2024


Luís Carlos Paes de Castro, engenheiro, analista aposentado do Banco Central e presidente do PCdoB no Ceará

terça-feira, 17 de setembro de 2024

Sarau do cebolão de setembro: Lutemos pela Primavera! Com o Sarau da Quarta e a banda Brodericks



Sarau do Cebolão, especial da primavera, teve muito rock e poesia - Matéria no Portal do Sindicato dos Bancários de Brasília







A banda Brodericks e os Rocks que marcaram a História!


O Sarau do Cebolão recebeu os poetas da juventude de Ceilândia, que organizam os Saraus da Quarta e o Sarau da Um. A voz da juventude é tocante, poderosa, inspiradora!


sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Live Subversiva com Paulo Vinicius sobre a Campanha Nacional dos Bancários

 

_*Paulo Vinicius da Silva, nesta sexta-feira (06), 11 horas no Subversiva*_ : https://www.youtube.com/watch?v=ktXb94dbuXk

No programa Subversiva desta sexta-feira (06), recebemos Paulo Vinicius da Silva, secretário de Política Sindical do Sindicato dos Bancários do Distrito Federal e da CTB Bancários DF, para falar sobre a campanha salarial nacional dos bancários. Com diversas rodadas de negociação com a FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) e intensa mobilização da categoria, a luta tem sido para garantir e conquistar novos direitos para os trabalhadores do setor bancário.

Convidado: Paulo Vinicius da Silva - Secretário de Política Sindical do Sindicato dos Bancários do Distrito Federal e da CTB Bancários DF.


quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Dizer sim aos acordos é o patamar mínimo para avançar a luta. “Cuidado, que o Cão atenta!” - Paulo Vinícius da Silva




"É uma cilada, Bino!" - meme da internet.

O Trotsquismo, Corrente Política Contra-Revolucionária

João Amazonas (1984)

"Menino... Cuidado que o Cão atenta!" - nossas mães.


Outra vez estou liberado para o movimento sindical. Foram anos difíceis e também de conquistas. Voltei a trabalhar no banco em pleno temerismo, com a cara e a coragem, mas consegui com isso me enraizar mais, aprender a dirigir, ter minha casa, e viver junto ao povo e meus colegas, no sofrimento que vivemos nos anos de resistência e genocídio, de ofensiva contra o povo, iniciada em junho de 2013, triunfante com o Golpe contra a Presidenta Dilma, mortal e desalmada ao fazer a deforma da trabalhista, da previdência, a uberização, a terceirização. Vemos hoje a integração da TI e da IA ao trabalho e a luta cultural em pleno curso. Vivi isso desde minha baia de trabalho, em plataforma, no escritório digital, com COVID e Bolsonaro. E trabalhei muito. Mas segui lutando. Eu preferi continuar sendo eu mesmo. E juro que vou usar tudo que aprendi como sempre, na práxis, como intelectual orgânico da classe trabalhadora.


Temos defendido Frente Ampla E UNIDADE POPULAR. Alguns desprezam o debate e pensam que a hora é de ofensiva. No debate do comando nacional prevaleceu a visão de que a  greve não pode nos dar uma vitória. Façamos “a análise concreta da situação concreta” para entender a situação.


A Convenção Coletiva dos Bancários é a maior conquista trabalhista do Brasil ainda de pé. Por que? Ora,porque não existe outra que se aproxime dela em abrangência e direitos. Ela é o modelo para sindicatos e confederações em todo o mundo. É a única a reunir todo o Brasil e as duas confederações mais de 440 mil bancários. Ela nos protegeu da perda de direitos e da representação sindical, que pereceu em inúmeras categorias. O mundo não parou ao redor de nós. O mundo piorou muito. O tempo é de ascensão do fascismo e risco grave sobre a própria existência da espécie humana sobre a Terra. Como diz o meme, não é moleza viver durante o apocalipse. 


O que aconteceu no ramo financeiro e no mercado de trabalho?


Segundo dados do Dieese, escritório de Brasília, em 2021 a remuneração média real da categoria bancária era de cerca de R$10.060, enquanto as demais categorias no ramo financeiro recebiam R$ 6.284. 

As cooperativas de crédito tinham 4.687 agências em dezembro de 2016, e em 2023 chegaram a 9.048. Já as agências, eram 23.423 e caíram para 16.702, no mesmo período. Os correspondentes bancários cresceram de 35.9% de 2019 a 2023, passando de 389 mil para 529 mil. Os agentes autônomos/assessores de investimentos cresceram de 6.053 para 24.160 entre 2016 e 2023. Hoje, o Nubank tem mais clientes que o Banco do Brasil. 


A categoria bancária entre 2016 e 2021 decresceu de 55% para 44% dos trabalhadores(as) no ramo financeiro. Desde 2012 houve a perda de 79,5 mil empregos da categoria bancária, que foram absorvidos em menor número e com menor remuneração sob o novo arcabouço jurídico da Deforma Trabalhista.


Ainda conforme dados coletados pelo DIEESE, os sindicatos reúnem hoje 8,4 milhões de filiados. Em 2012 eram 14,4 milhões. A Deforma Trabalhista impôs o fim da ultratividade e o negociado sobre o legislado. Sem o acordo, é CLT. O custeio sindical foi duramente golpeado. Também a taxa de sindicalização decresceu no movimento bancário. A realidade é o fechamento e o enfraquecimento de sindicatos, a fragmentação e a precarização, aceleradas mudanças tecnológicas apropriadas apenas pelos patrões, retrocessos na Legislação e no Judiciário. No Brasil, mandam os banqueiros e especuladores e eles chantageiam todos os dias o governo Lula.  Nesse cenário adverso, mantivemos a convenção e o ganho real, protegendo inclusive os não-sindicalizados e os hipossuficientes pela Deforma Trabalhista. Basta comparar o que temos e o que existe fora da Convenção.


O movimento sindical impediu a demissão sem justa causa bos bancos públicos desde 2017, graças a essa convenção e a tantas lutas, mesmo quando bancários defendiam abertamente que seria melhor para nós a Deforma Trabalhista. O entendimento recentíssimo consolidado pelo STF e TST deixou-nos expostos à demissão sem justa causa, apenas carecendo de motivação. Uma imensa vitória foi colocar uma esfera a mais de defesa, administrativa, a ser disputada no contexto atual. Ter esse espaço prévio de defesa e pressão pode ser decisivo, para não ir direto para a justiça sob o novo entendimento.


Isso é fundamental pela imensa ameaça da queda no emprego bancário, nos bancos privados em especial, pela digitalização forçada, pela diminuição do crescimento do crédito, altíssimo spread e pelo novo sistema financeiro. 


Só nos bancos públicos conquistamos uma salvaguarda a mais. Mas a campanha de desinformação é tamanha que uma fake news disse descaradamente que o sindicato queria facilitar a demissão dos trabalhadores(as). O método da extrema direita fez escola entre aqueles que são inimigos da frente ampla e da unidade popular. Sua promessa é de que avançaremos em direitos e em índice com greve, agora, quando podemos perder. Tanto mentem contra os sindicatos quanto mentem para a categoria pois não explicam em que condições se daria uma greve hoje. Empurram-nos para uma confronto quando ainda não temos forças. Em política, o nome disso é provocação.


A FENABAN queria acabar com a convenção. Num dissídio só se discute a cláusula econômica, e perde-se a Convenção, sem garantia de um índice melhor sob o novo entendimento do TST e STF acerca da demissão imotivada nas estatais e empresas de economia mista. A perda da convenção já ocorreu em importantes categorias. O rentismo parasitário financia o fascismo, mina a democracia, a economia produtiva e as instituições. Eles vivem de chantagem, mentiras, da sabotagem do Brasil. Para não ser derrotados, para ter avanços e evitar retrocessos, temos de ler corretamente a correlação de forças, para mudá-la com luta coletiva e organizada. Isso leva tempo. 


A premissa de que os bancos dão lucro e que receberemos esse lucro não é uma opinião sindical. É, sim, a maior mentira dos banqueiros, que há muito nos chamam de colaboradores, “stakeholders”, donos, mobilizando-nos, adoecendo-nos pelo cumprimento de metas. Eles são banqueiros, nós somos bancários. Os banqueiros constroem um futuro de privatização e precarização universais. O presente no ramo financeiro já tem uma maioria de não-bancários.  Segundo o que pretendem, em vez de bancários, seremos agentes de crédito e tecnólogos, assessores de investimento e correspondentes bancários, isolados, ganhando por venda, em teletrabalho e sem a convenção coletiva. 


A realidade do PIX e a perspectiva do DREX ameaçam os empregos dos caixas e os direitos dos consumidores, em especial se pobres, vulneráveis, pessoas com deficiência e nas periferias do Brasil. Não é desprezível, uma grande vitória num momento chave, termos conseguido ampliar acima do índice a remuneração dos funcionários(as) que menos ganham no BB. A histórica luta dos  ex-funcionários de bancos incorporados, há tanto tempo no BB e sem Cassi nem Previ também está lá. E a luta do Deforma será travada por nós, aqui em Brasília.


Todo o esforço dos banqueiros foi dividir a categoria e desmoralizar organização sindical. As sucessivas propostas recusadas pelo Comando indicam que a fábrica de maldades está a pleno vapor. Ao final, tivemos de optar pelo emprego e pelos direitos, com a salvaguarda da reposição da inflação, um ganho salarial mínimo e a convenção. 


A avaliação dos sindicatos do comando não aponta perspectiva de vitória em caso de greve. Era legítimo disputar a maioria do comando, como fez a Federação Bahia e Sergipe, votando pela rejeição. Mas ignorar o que dizem os sindicatos de todo o país e sair a denunciar o movimento é uma atitude que em nada ajuda o povo e pode ser usada, como está sendo, pela direita. A unidade de ação obriga a seguir a maioria. Divididos, perderemos. 


Nós alertamos para a necessidade de ampliação da mobilização, votamos contra o adiamento dos congressos dos bancos públicos no passado recente, e defendemos um movimento sindical massivo, organizado e renovado para o novo cenário. O caminho é fortalecer a unidade popular para intensificar a luta no período que antecede a 2026. Os provocadores preferem dar o braço à extrema direita do que apoiar um processo cumulativo de ganhos e a construção das condições para a greve. Fazem um desserviço à luta dos trabalhadores, como sói ocorrer sempre com o trotskismo e os incautos que os seguem na senda da derrota e da traição.


As promessas dos bancos de que bancários são sócios no lucro são sempre mentirosas, a gamificação busca a máxima exploração e os lucros insustentáveis têm papel danoso na economia. Os banqueiros mantêm a alta dos juros, mesmo com queda na oferta de crédito! Eles estiveram pilotando o Golpe e tiveram parte no Genocídio. Não é normal a economia cair e termos lucros extraordinários. Só afirmando o sentido público e desenvolvimentista do Sistema Financeiro Nacional, poderemos fortalecer a categoria bancária e defender o Brasil. É preciso consolidar o pleno emprego, a queda dos juros e o fortalecimento da unidade popular e do movimento sindical como um todo, com todas as centrais.


Devemos reavaliar e defender avanços no modelo de negociação e na ação sindical, e acumular forças na sociedade brasileira para desfazer a Deforma Trabalhista, retomar a ultratividade, garantir juros menores que permitam o dinamismo produtivo, a industrialização e o pleno emprego; conquistas legislativas, negociais e judiciais; a regulamentação do SFN em favor do desenvolvimento, emprego, inovação e sustentabilidade. 


Dizer sim aos acordos  é o patamar mínimo para avançar a luta. 

“Cuidado, que o Cão atenta!”. 


Os acordos conquistados em negociação protegem os mais frágeis, defendem nossos direitos, superiores à CLT, defendem o emprego e mantém a organização sindical e a categoria bancária. Há pouco tempo isso se mostrou decisivo, mas agora, para alguns fanfarrões, parece não valer nada. Os patrões, em sua ganância, pouco se importam com o destino das pessoas. A decepção dos bancários com os banqueiros é justa, e por isso mesmo não podemos jogar fora o conquistado, quando ainda não há condições para uma greve vitoriosa. A saída é pela organização do ramo financeiro e da categoria bancária.  A resistência é ainda a realidade e devemos acumular forças.


Só juntos poderemos enfrentar esses desafios. Juntas as centrais sindicais, juntas as confederações, federações e sindicatos. A maior vitória é manter a convenção, não ter perdas, preservar empregos e a categoria. Temos contas a acertar entre nós, sim, mas no sentido de unir, fortalecer o movimento, deixar ilusões, e renovar e encher o movimento sindical no ramo financeiro. Temos apenas dois anos para isso. Sob essa premissa, e com o aprendizado político da categoria bancária, podemos lutar mais e melhor. Então será possível usar a greve como instrumento de vitória, em vez de caminho para a derrota. Como diz o meme: “é uma cilada, Bino”. Não vamos por aí. Vamos em Frente Ampla e Unidade Popular, e assim venceremos!