O III Encontro da Juventude Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil reuniu mais de 130 jovens, nesta sábado (20/4), que debateram sobre maneiras de unir a juventude trabalhadora ao movimento sindical. A abertura do evento foi marcada pela presença de importantes representantes sociais e políticos, como o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor; o Secretário Estadual de Juventude da CTB, Vitor Espinoza; o vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (FETAG-RS), Carlos Joel da Silva; o vereador de Caxias e também Secretário-Geral da CTB-RS, Henrique Silva (PCdoB); o vereador de Campo Bom, Valter (PSB); o vereador de Caxias do Sul, Rafael (PCdoB), o vereador de Porto Alegre, João Derly (PCdoB), e a presidente da União da Juventude Socialista (UJS), Titi.
“Os jovens não são mais o futuro do país, eles são hoje o presente. Porque se nós analisarmos a classe trabalhadora, a maioria é composta por jovens. O movimento sindical precisa se dinamizar, adequando-se a essa nova realidade que estamos vivendo. Para que de fato tenhamos entidades sindicais que possam representar a juventude trabalhadora. Estamos vivendo no Brasil um momento muito importante e decisivo para o futuro da nossa nação. A CTB-RS completou recentemente 5 anos e, nesse tempo, teve o discernimento de compreender as dimensões da crise internacional e os reflexos que ela teve na economia brasileira. Apoiamos o governo Dilma, mas sabemos que muito ainda precisa ser feito e reunir a juventude em um momento como esse é muito importante. Afinal vocês debaterão aqui o papel de destaque que essa juventude merece nas organizações sindicais e dos movimentos sociais.”, saudou o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, no início do Encontro.
Após a abertura, o assunto debatido foi “Políticas Públicas para a Juventude”, ministrado pela presidente da União da Juventude Socialista (UJS), Titi, e pelo vereador de Caxias do Sul, Rafael (PCdoB). Em seguida, a representante da Coordenação do Fórum Permanente da Educação, Fabiane Pavane, abordou questões referentes a Conferência Nacional de Educação.
O deputado federal, Beto Albuquerque (PSB), também prestigiou pessoalmente o Encontro. “O PSB reconhece a CTB como um importante instrumento de luta pelos direitos do povo brasileiro. A luta não se faz individualmente, faz-se a partir de ações coletivas em que é importante a organização política sindical, partidária, cooperativa. Temos que ficar atentos ao que acontece no Brasil, precisamos dar um rumo a economia brasileira para que as conquistas dos últimos 10 anos não se percam. Parabéns a CTB por proporcionar esse debate.”, saudou os jovens presentes.
No final da manhã, os jovens foram divididos em seis grupos e discutiram os principais assuntos relacionados à juventude trabalhadora, que são: sucessão rural, estágio e precarização, políticas públicas para juventude, PRONATEC Formação, conciliação trabalho, educação e família, e aproximação da juventude ao movimento sindical. Na parte da tarde, os grupos apresentaram suas conclusões e percepções sobre os temas e formularam a partir de suas constatações uma carta que deve ser entregue ao Governo do Estado e a toda a sociedade gaúcha. O objetivo de divulgar o documento é propagar quais são as necessidades básicas da juventude trabalhadora gaúcha.
“Esse foi o maior encontro da juventude trabalhadora do Rio Grande do Sul já organizado por uma central sindical. Teve representatividade das mais diversas categorias, como comerciários, rurais, metalúrgicos, sapateiros, asseio e conservação, telemarketing. Todas as regiões do estado se fizeram presentes. Além disso, a atividade foi bastante democrática, pois proporcionou o debate de todos os participantes do Encontro. Conseguimos colocar em prática a ideia de chamar a juventude para dentro dos sindicatos.”, comemorou o Secretário Estadual de Juventude da CTB, Vitor Espinoza.
O III Encontro recebeu o apoio do Sindicato dos Empregados de Agentes Autônomos no Comércio do Estado do Rio Grande do Sul (SEAACOM), do Sindicato dos Comerciários de Taquari, do Sindicato dos Comerciários de Caxias do Sul, do Sindicato dos Comerciários de Montenegro, do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul, do SINDESC, do Sindicato Calçadista de Campo Bom, do Sindicato Calçadista de Teutônia e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (FETAG-RS).
Abaixo, leia na íntegra a Carta feita pela juventude trabalhadora no III Encontro:
CARTA DO III ENCONTRO DA JUVENTUDE TRABALHADORA À SOCIEDADE
Nova arrancada para Brasil e Rio Grande do Sul: educação, desenvolvimento e democracia!
Ao contrário do que alardeia a mídia empresarial porta voz das elites, os jovens têm se manifestado. Em todo o Brasil, jovens de diversas organizações tem promovido a Jornada Nacional da Juventude Brasileira, que apresentaram uma plataforma de reivindicações à presidenta Dilma Rousseff no início deste mês. Nas últimas semanas, grandes manifestações tomaram as ruas de Porto Alegre conquistando a redução do valor da tarifa do transporte público.
A juventude trabalhadora conseguiu vitórias importantes no último período, que são frutos da luta. A aprovação do vale cultura, dos 10% do PIB para a educação, do PRONATEC como política de formação técnica e profissional e no âmbito estadual o aceno para a criação do conselho estadual de juventude são exemplos de vitórias importantes.
Nos últimos anos é verdade que o Brasil avançou em democracia, em desenvolvimento social, em investimentos em educação. No entanto, o movimento juvenil está insatisfeito e luta por uma nova arrancada. Persiste uma grande exclusão educacional, um nível muito grande de violência no campo e na cidade, uma situação de desigualdade no país que precisa ser enfrentada.
Para acelerar mais a democracia, é preciso democratizar nossa mídia e nossa política. Os grandes monopólios dos meios de comunicação fazem com que o jovem não seja levado a sério nas suas ideias e na sua diversidade. É urgente a democratização dos meios de comunicação atraves de uma nova lei para o setor que garanta a afirmação da pluralidade e da diversidade. Na política, a grande influência do poder econômico nas campanhas eleitorais dificulta a nossa participação e favorece a corrupção. É preciso uma reforma política com financiamento público exclusivo de campanha e voto em lista partidária.
É urgente uma nova arrancada de desenvolvimento social que passa por investimentos maciços em educação. Para nós, educação e trabalho andam muitas vezes lado a lado. É de imensa importância que na realização do plano nacional de educação esteja contido 10% do PIB de educação pública gratuita, para garantir efetiva implementação da política pública de educação do campo, melhor acesso às creches para mães e pais trabalhadores, melhor ensino médio e profissionalizante com ampliação do PRONATEC, bem como ampliação do ensino superior.
Uma nova arrancada no Rio Grande do Sul depende de politicas públicas que atendam o desafio da conciliação entre o trabalho, os estudos e a vida familiar. Precisamos de políticas para compatibilizar as jornadas de trabalho e a permanência na escola, bem como ampliar as oportunidades para que jovens mulheres e homens consigam ter acesso a produção e consumo de bens culturais.
Para organizar nossa intervenção, as principais bandeiras que defenderemos no próximo período são::
Mais e melhor educação (creches de qualidade, educação do campo, ampliação de ensino técnico e superior)
Conciliação entre estudos, trabalho e vida familiar: redução da jornada de trabalho
Acesso a terra, trabalho e renda no campo, com ampliação da assistência técnica educação plena no e do campo democratização dos meios de comunicação reforma política
Implementação do vale-cultura
Manutenção e ampliação do PRONATEC como política de formação técnica e profissional para estudantes do ensino médio de escolas públicas e para trabalhadores
Diálogo social: conselho estadual de juventude
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