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sábado, 8 de maio de 2021

Parar o genocídio é uma tarefa política - In memorian de Leonardo Caverna e Júlio Salas - Paulo Vinícius da Silva

Perdemos mais um veterano da UJS para o genocídio. Outro dia, o Júlio Salas, grande líder secundarista do Amazonas da minha geração. Hoje, Leonardo Caverna. Quem será o(a) próximo(a). E é um problema político. A culpa é do Bolsonaro. 

Leonardo Caverna, lembro de você arrombando o portão do 7 de Setembro no dia da manifestação que reuniu 70 mil pessoas no Fora Collor, a maior de todas. Não sei se eu estava ao carro de som, 1992, e vejo ele, a barriguinha, de chinela havaiana, pendurado na marquise e as pernas como um aríete, de calça jeans e sem camisa. Pou! E a estudantada do 7 saiu às ruas (nunca saía). 

Leonardo caverna, sempre feliz e na luta. Segura a bandeira da CTB.

 

Ele era o mais animado dos estudantes das escolas privadas do Corredor da Av. Imperador. Sua energia e combatividade foram centrais para desenhar o mapa das passeatas de Fortaleza, ele e nossa galera  (Andrea, Zizia, Paulinha, Huston, Cristóvão, Pádua, Rogério, Aírton, Paulo Henrique, Flávio Arruda, Saulo, Johnson, etc) e todas as correntes do ME alencarino, nós desenhamos aquele mapa. E ele arrastava a Imperador, aonde era sua escola, o Anglo. Por três caminhos (Liceu do Ceará - Adauto Bezerra-ETFCE e Justiniano de Serpa) dirigiam-se milhares de estudantes ao Centro de Fortaleza. 

O cabelo grande e desalinhado, um cordão de osso no pescoço, nem sempre de camisa. Caverna foi consequência, como apelido - pra nós Caverninha. Depois, Leonardo Leite. Era um dos mais ensandecidos membros da terrível comissão de vacilos, até o Marcelo Nogueira, reitor da URBI -universidade regional dos brutos e ignorantes -tinha medo de levar uns sabacús, se vacilasse... Não era raro o Caverna surpreender a mim ou a outro amigo com- literalmente - uma mordida na bunda. Vinha ardiloso, com um sorriso moleque, vc tava em pé conversando, e, do nada, surgia o Caverna dando uma mordida de varar calça jeans! Como doía, mas, como não rir?! 


 

Era uma força da vida, meu amigo Leonardo Leite. Era combativo, teimoso, socialista do PSB de raiz desde o leite materno, militante da UJS que me ensinou na prática como levávamos a sério a UJS ser maior que o Partido, reunindo a juventude socialista. Era um cara que era povo. No meio dos secundaristas, dos trabalhadores, da massa, ele era peixe dentro d'água. Torcedor Tricolor (Fortaleza) fanático, puxador de palavra de ordem, lembro dos pulinhos dele, com os pés unidos, cantando as mais fuleiras palavras de ordem que eu já ouvira. Formiguinha, vovó, elefante, todo tipo de loucura e todo os gritos da TUF. Dirigente sindical da CTB Ceará, pai, meu amigo, mais um da minha geração que tomba diante de o Brasil ter se tornado uma ameaça à vida, à saúde pública global. 

Caverna não morreu só de COVID, ele não sobreviveu ao governo Bolsonaro. Você, que me lê, sabe se nós sobreviveremos?! 

Não é uma questão teórica, mas político-prática. Não foi individual. As pessoas morrem por falta de vacina, por projeto, por corrupção descarada, pelo culto à ignorância, à burrice, ao crime. Nós estamos perdendo pessoas, inteligências, amores e isso é um problema político. Nos EUA, lembrou-me um amigo, a saída foi pelas ruas e com a eleição, e é verdade. O PCUSA resumiu, à época: tem de votar no Biden e mudar a política. Não podia vacilar. E deu certo. 

No Brasil, mudaram bastante as coisas nos últimos dois meses e Lula retoma um digno protagonismo.  A hora é de apostar na unidade, na ousadia, na esperança, na iniciativa política. Vislumbra o povo brasileiro retomar o governo? Sim, nós podemos. 

Que fazer? No curso da CPI, o que fazer? Qual a unidade, quais as ações que possam parar o genocídio? Responder é o nosso compromisso com cada um que perdemos, com o nosso futuro, com a vida, com o Brasil. 

Temos de lutar muito mais, unir muito mais, mudar o jogo! Retomar a vida, a democracia, o Brasil, cobrar tantos crimes contra o povo brasileiro, é nosso compromisso, é a saída, é como sobreviveremos! Leonardo Caverna, presente! Fora Bolsonaro Genocida!

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