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sábado, 8 de março de 2014
Derrotar a direita neoliberal para avançar nas mudanças - Adilson Araújo - BANCÁRIOS CLASSISTAS
BANCÁRIOS CLASSISTAS: Derrotar a direita neoliberal para avançar nas mudanças - Adilson Araújo
Adilson Araujo*
O principal desafio que se coloca perante a classe trabalhadora e as forças progressistas nas eleições de 2014 é derrotar a direita, impedindo o retrocesso neoliberal, de forma a garantir a continuidade do ciclo mudancista iniciado por Lula em 2003 e conquistar a quarta vitória consecutiva do povo brasileiro. A voz da direita ecoou ao longo da semana durante a comemoração dos 20 anos do Plano Real, através de pronunciamentos do candidato do PSDB à Presidência Aécio Neves e do ex-presidente FHC, que destilaram críticas ao governo Dilma e enalteceram as supostas virtudes do neoliberalismo tucano.
O ex-governador de Minas Gerais procurou resgatar o Plano Real para sugerir que o Brasil precisa de uma iniciativa semelhante para superar o que chama de “crise de confiança”. É preciso esclarecer que a carência de confiança no caso é traduzida pelas recorrentes críticas que a grande burguesia, nacional e estrangeira, tem endereçado à presidenta e ao governo liderado pelo PT.
De nada vale para nossos tucanos a confiança popular no governo, atestada por inúmeras pesquisas de opinião, que hoje indicam uma vitória folgada de Dilma contra seus dois principais adversários e a solução da disputa ainda no primeiro turno. O discurso dos líderes do PSDB, cujo candidato não consegue decolar, é carregado de falsidades e meias verdades e não poderia ser diferente.
Nada se fala sobre o legado real do neoliberalismo tucano, que é bem diferente do que sugerem os discursos demagógicos de Aécio e FHC. Trata-se de uma herança maldita: taxa de 20% de desemprego nas regiões metropolitanas, segundo o Dieese; inflação batendo na casa dos 22%; flexibilização de direitos e retrocesso nas relações de trabalho; redução do valor das aposentadorias, aposentados chamados de “vagabundos”, fator previdenciário, perseguição aos sindicatos e criminalização dos movimentos sociais.
No front externo, não é demais lembrar que FHC concluiu seu segundo mandato no rastro de uma crise cambial, com o país à beira da moratória e a economia sob o tacão do Fundo Monetário Internacional. Aplicou-se uma política de capitulação aos EUA e Europa e apoio à Alca, que ficou conhecida como a diplomacia dos pés descalços. O país ficou à mercê das multinacionais e das grandes potências capitalistas.
O governo Lula, apesar das limitações e de uma orientação econômica conservadora, promoveu notáveis mudanças neste quadro. Fortaleceu o mercado interno com a política de valorização do Salário Mínimo e transferência de renda aos mais pobres através do Bolsa Família, o que ampliou o consumo popular, amorteceu os efeitos da crise mundial e impediu que o país entrasse em recessão, reduziu drasticamente a taxa de desemprego, legalizou as centrais e democratizou as relações com os movimentos sociais.
O novo governo também promoveu uma mudança substancial na política externa, rejeitando a Alca e apostando na integração solidária dos países latino-americanos e caribenhos, ampliando o comércio Sul-Sul, estabelecendo uma parceria estratégica com a China, dispensando os técnicos do FMI e zelando pela soberania do país. O desemprego foi reduzido a 4,5% da população economicamente ativa.
O povo não é bobo, sabe muito bem distinguir o joio do trigo e não quer retrocessos, por isto rejeitou por três vezes e vai continuar rejeitando a falsa alternativa tucana. A direita neoliberal trabalha incansavelmente pelo retrocesso na Venezuela, na Argentina, no Brasil, em toda a América Latina e no mundo. Da nossa parte não mediremos esforços para derrotá-la e criar condições para transformações sociais ainda mais profundas no caminho de um novo projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho e soberania no rumo de um sistema político e social mais avançado, o socialismo, o único capaz de solucionar os graves problemas criados pelo sistema capitalista, que hoje arde em crise.
Adílson Araújo, Bancário, é presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
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