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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Discurso da celebração dos 30 anos da política de Reforma e Abertura
www.vermelho.org.br
19 DE DEZEMBRO DE 2008 - 18h48
Seguiremos adiante com as reformas, diz Hu Jintao
A China continuará impulsionando a reforma, a abertura e o sistema socialista, que nos últimos 30 anos transformaram sua economia na quarta maior do mundo, afirmou Hu Jintao, o presidente do país, na última quinta-feira (18).
Por Zhu Zhe, para a China Daily
Em um discurso exibido pela televisão nacional, celebrando os 30 anos da política de reforma e abertura, Hu saudou a transição da nação da pobreza para uma das maiores economias e força política do mundo.
''As significativas mudanças provam que a direção e o caminho das reformas e abertura estão completamente corretas'', afirmou Hu a uma audiência de mais de 6 mil pessoas no Grande Salão do Povo em Pequim.
''A paralisia ou a regressão teriam nos conduzido a um beco sem saída'', sublinhou.
Hu afirmou que o país deve ter o foco projetado no crescimento econômico e na estabilidade social, agregando que a China deveria aprender o que há de melhor da sociedade humana em termos de política e civilização, e não copiar cegamente os modelos institucionais políticos do Ocidente.
''Sem a estabilidade, não podemos fazer nada, e perderemos o que conquistamos''.
''Precisamos seguir a liderança do partido e continuar o desenvolvimento do socialismo com características chinesas'', comentou.
Hu fez as declarações durante o aniversário de 30 anos da terceira sessão plenária do 11º Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh). Foi naquela reunião que o partido decidiu abrir o país e reformar sua moribunda economia.
A decisão, que salvou o país de um colapso econômico após a Revolução Cultural (1966-1976), foi sugerida por Deng Xiaoping, arquiteto das reformas, junto com seus camaradas que estavam bastante confiantes em mudar as velhas normas.
A corajosa transformação fez com que a China se tornasse a quarta mais rica economia do mundo, em termos de Produto Interno Bruto, chegando ao valor de US$ 3,6 trilhões em 2007, deixando muito para trás a 10ª posição de economia global, quando tinha um PIB de US$ 364,5 bilhões há 30 anos.
''O feito de alimentar 20% da população global é também uma grande contribuição para o mundo, enquanto a renda pessoa passou de 343 iuanes anuais para 13.786 iuanes hoje. O número de pessoas que viviam na pobreza encolheu para 14 milhões, enquanto em 1978 a pobreza atingia 250 milhões de pessoas'', afirmou Hu.
Ele também congratulou as últimas três gerações de lideranças do país. Em resposta, a terceira geração da liderança, que inclui o ex-presidente Jiang Zemin e o ex-premie Zhu Rongji, que raramente aparecem em público, vieram ao palco para saudar os espectadores.
Hu também apontou alvos para o desenvolvimento da nação: a China deverá tornar-se uma nação medianamente desenvolvida em 2021, tornando-se modernizada na metade do século 20.
''Se não houver titubeios, relaxamento de nossas forças ou deixarmos que nos ultrapassem, continuaremos avançando firmemente na impulsão das reformas e da abertura, assim como na manutenção do socialismo com características chinesas, então esse grande objetivo será definitivamente conquistado'', previu Hu.
Mesmo assim, enquanto destacava que as autoridades devem apoiar as reformas de mercado, ao mesmo tempo Hu também defendeu a necessidade de controle maior da economia pelo estado.
O país deve ''focar no fortalecimento e na melhoria dos controles da macro-economia, superando certas deficiências, próprias do mercado'', afirmou.
Hu disse que a China ''conquistou resultados positivos em resposta à crise financeira global'', mas precisa fazer mais se quiser manter o ritmo de crescimento atual do país.
''Nós precisamos implementar seriamente várias medidas para aumentar a demanda interna e promover o crescimento econômico, assim como tratar corretamente a crise financeira global e outros riscos da economia internacional, e fazer o melhor para manter um crescimento relativamente rápido e estável''.
Hu também revelou que o país ainda enfrenta grandes problemas, como modelos de desenvolvimento pouco eficientes, uma desigualdade cada vez maior entre ricos e pobres e indicadores econômicos bastante atrasados em algumas áreas rurais.
Seu discurso foi muito bem recebido, tanto pelo povo quanto por acadêmicos.
''Ele resume a nossa experiência de desenvolvimenteo nos últimos 30 anos e olha para o futuro'', disse Shen Baoxiang, professor da Escola do Comitê Central do PCCh. ''Há um velho provérbio chinês que diz que um homem, aos 30 anos, se torna uma pessoa bem estabelecida. Isso se aplica muito bem à nossa reforma econômica''.
Li Zaichun, um aposentado de 74 anos que foi autoridade da Federação de Sindicatos da China e compareceu ao evento, chegou às lágrimas quando perguntado sobre o que sentia em relação às mudanças das últimas três decadas: A vida mudou demais... não tenho palavras para descrever'', disse.
Também presente à comemoração, Cheng Bingxiao, universitário de 18 anos da Universidade de Pequim, entrava pela primeira vez na vida no Grande Salão do Povo. ''Após ouvir o discurso do presidente, senti repentinamente a sensação de reponsabilidade histórica'', afirmou.
No fim da noite, centenas de internautas deixaram comentários sobre a comemoração e o discurso de Hu nos maiores portais do país, como o sina.com. Quase todos expressaram apoio à liderança do partido e saudaram as mudanças no país nos últimos 30 anos, enquanto alguns pediam um combate maior à corrupção''.
''Minha família era muito pobre para me comprar um par de sapatos quando eu era criança (nos anos 1970). Eu só podei vestir um par de mocassins no inverno'', dizia um dos comentários. ''Ninguém pode negar o que nós conquistamos nos últimos 30 anos''.
Outro comentário dizia: ''apóio inteiramente o que o presidente Hu disse hoje. Se o partido combater melhor a corrupção, então não teremos mais nenhuma preocupação no futuro'', afirmou outro.
Diário do Povo Online - China
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