Parte da campanha do imperialismo estadunidense passa por demonizar as lideranças que questionam a sua hegemonia. O cancelamento e a cacofonia que não permitam saber quem são esses líderes, nem o que dizem, o apoio que conquistaram de milhões de pessoas organizadas, enfrentando a guerra híbrida e a guerra aberta.
Tal como Lula, Maduro foi alvo de uma campanha de demonização e infâmias, inclusive com o desdém e o desprezo pela capacidade intelectual desses líderes de extração proletária. Afinal, Maduro era um motorista de ônibus. Lula era um torneiro mecânico. O pobre e o trabalhador não teriam como pensar. Maduro fala por si, é preciso ouvi-lo.
Afinal, a regra de ouro da mídia empresarial hegemônica é jamais escutar esses(as) líderes. Aqui se aplicam com requintes de crueldade os princípios da propaganda nazista que se fixaram na figura de Goebbels. Maduro é alvo de uma campanha orquestrada que o reduz e simplifica, colocando-o como inimigo. Transpõem-se todos os males para a sua exclusiva responsabilidade, com o fito de tirar o líder e dispersar o povo. Para isso, ele é desfigurado, seus traços são exagerados para impedir a empatia e o reconhecimento do outro. Silenciá-lo, torná-lo odioso, impedir que o vejamos e escutemos. Vulgarizar a pessoa e tudo o que diz, o mesmo tempo que lhe atribui poderes mágicos de supermanipulação. Avoca-se um suposto consenso universal com as mesmas fontes, e oculta-se qualquer progresso, qualquer notícia positiva.
É preciso reconhecer que o bloqueio informativo contra a Venezuela é uma pista valiosa de que eles podem estar vencendo. Mais que pedir atas, deve preocupar ao Lula e ao Brasil como os estadunidenses e a oposição de extrema direita inviabilizaram em grande medida a eleição na Venezuela, pois é esse o risco que corremos em 2022 e novamente correremos em 2026. Tentaram melar as eleições e perderam no plano interno, o essencial. Precisamos saber por nós mesmos como enfrentar esse tipo de golpe. Os venezuelanos são donos de seu destino, e enfrentam vencendo inimigos que nos derrotaram mais de uma vez. Deveríamos aprender mais com eles.
Por tudo isso, é didática a entrevista do impávido Breno Altman a Nicolás Maduro.
Paulo Vinícius da Silva
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