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quarta-feira, 9 de abril de 2014

A teoria do caos como tática - Eron Bezerra - Portal Vermelho



A teoria do caos como tática - Portal Vermelho
Eron Bezerra *

Tudo indica que a teoria do caos foi o ultimo recurso que restou à direita na disputa eleitoral que se avizinha em 2014.

Sem nomes com apelo eleitoral sólido, sem um histórico que lhes seja favorável em qualquer tipo de comparação e, principalmente, sem uma plataforma que consiga sinalizar que um eventual retorno deles ao governo poderia ser melhor para as amplas camadas populares, parece que só restou à direita a teoria do caos, na desesperada tentativa de inviabilizar ou fragilizar a reeleição de Dilma Rousseff, e não necessariamente de tornar viável qualquer um de seus pré-candidatos.

Trata-se de uma pauta orquestrada e repetida por todos os meios de comunicação procurando fazer crer que o país vive um caos, um desgoverno. Partem de fatos reais ou ilusórios. Pouco importa. A única coisa que conta é criar um clima de instabilidade que resulte em eventuais quedas na popularidade da presidenta. Na macabra lógica da direita pouco importa se isso prejudicará o conjunto da sociedade, desde que alimente algum sopro de esperança no retorno deles ao controle do botim presidencial.

Creio que todos ainda relembram da cantilena dando conta de que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país não chegaria a 1%, que a inflação estouraria o teto da meta e que o déficit da balança comercial seria monumental.

Apurado os fatos e não a intenção da direita, os números divulgados representam um balde de agua fria em suas pretensões, tanto porque os números – mesmo modestos – não validaram as suas previsões (ou melhor, sua torcida) quanto pelo fato de que isso não repercutiu em qualquer melhora no pífio desempenho eleitoral deles. E esse é, de fato, a causa de tanto chilique.

O PIB cresceu mais de 2% num mundo em franca recessão, onde apenas a China Socialista – que cinicamente eles chamam de economia de mercado – apresenta números vistosos; a inflação ficou em 5,9%, contida, portanto, entre 4,5 e 6,5% que o próprio governo define como intervalo de segurança; e a balança comercial ostentou um saldo de 2,5 bilhões de dólares, também frustrando o caos semeado pela direita.

É verdade que esses números poderiam ser muito mais vistosos, ajudando a fortalecer a nação, elevar o padrão de renda da população e gerando milhares de postos de trabalho. Isso é o que de fato a esquerda e o conjunto do movimento social anseiam, razão pela qual também nos sentimos incomodados por números tão modestos – naturalmente por razões bem distinta da direita - embora para eles esses números sejam escandalosamente altos e frustrantes para a sua insana tática de desestabilização do governo da primeira mulher presidenta dessa belíssima nação chamada Brasil. E isso será possível quando o governo abandonar parte do receituário conservador que ainda utiliza, como taxas de juros escorchantes e modestas taxas de investimentos. Aí sim a direita irá direta para o funeral.





* Professor da UFAM, Doutor em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia, Coordenador Nacional da Questão Amazônica e Indígena do Comitê Central do PCdoB.
* Professor da UFAM, Doutor em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia, Coordenador Nacional da Questão Amazônica e Indígena

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