A
eleição da reitoria da UnB foi por demais adjetiva. Urge
substantivá-la, retomar projetos, e esperanças. Por isso é
importante uma liderança que una a UnB. Infelizmente a candidata da
situação pouco contribuiu para o debate de conteúdo. Não é à
toa. Representa projetos pela metade, propostas não cumpridas e
requentadas– como a estatuinte. Com esse passivo privilegiou
mistificações para impedir a análise do seu atual mandato e de sua
candidatura, de situação.
O situacionismo
agressivo moveu duros ataques, abertos e velados, a acadêmicos
ilustres, personalidades da ciência, ou mesmo a servidores e
estudantes, como se isso fosse razoável entre colegas de
universidade. Carimbaram-se clandestinamente (:-0) cartazes, para com
esse deplorável ato mudar o foco do debate da eleição de Reitor.
Queriam discutir qualquer coisa, exceto o descalabro administrativo,
a baixa auto-estima, a queda dos indicadores.
Pretendem, ademais, o
monopólio da esquerda, de sua narrativa, como se ser de esquerda fosse
calar ante a incapacidade de gestão, o aparelhismo e as truculências
vistas no primeiro turno. Mas, se não falam por toda a esquerda, bem
poderiam assumir a sua parte na atual administração.
Por isso, o
compromisso de Ivan Camargo com a paridade e as seis horas, fecha um
ciclo na eleição para a UnB, pois tira o último véu que era usado
para esconder o debate de conteúdo na eleição de reitor. A UnB
decide hoje e amanhã se quer continuar como está ou quer mudança.
A UnB tem opção à
situação atual, que já conhecemos. É possível retomar o caminho
da excelência e da pacificação interna. Mas, como a candidatura
mais agressiva da gestão que nos trouxe a esse patamar poderia unir
a UnB, ou oferecer mais do que já fez até agora?
Não podemos
aceitar impassíveis a decadência física da universidade, a falta
de coesão interna, a incapacidade de gestão, os retrocessos da
autonomia financeira. Não é aceitável a queda sucessiva
nos indicadores da UnB. O que foi feito com a maior oportunidade de
expansão que a UnB teve, o REUNI? Aprovamos essa maneira de
conduzir a nossa Universidade? Esse é o debate.Não há mistificação
ou fuga que impeça a comunidade de mudar isso.
Ivan Camargo foi
ex-decano do Professor Lauro Mohry, e merecem ambos muitíssimo
respeito. Venceu no 1º turno, com maioria de estudantes e
professores. A eleição paritária angariou apoios. Ivan, apesar da
pouca experiência política, demonstra uma capacidade cara a um
reitor: estabelecer compromissos, construir pontes. Assim agiu ao
assumir o empoderamento dos servidores(as), ao valorizar a prata da
casa e declarar que não mudará a paridade em seu mandato.
Não é à toa que
Volnei Garrafa e Bermúdez apoiam Ivan e Sônia – 86, que fazem
pontes. A candidata da situação, ao contrário, ataca, até com o
que não são ataques, como ilustrou o segundo debate. Ela lançou
sobre Ivan a pecha de partidarismo por ele ter o apoio de comunistas,
como o professor Volnei Garrafa. A verdade é que adorei a carta,
pois faz desmoronar o discurso que negava a Ivan apoios na esquerda
–se tem até dos comunistas! -, ou interlocução política. Na verdade, a chapa tem pluralidade, articulação e é boa de serviço.
Por tudo isso, votarei
em Ivan e Sônia Báo – 86, afinal:
- Firmam o compromisso de exercer a paridade e dela não retroceder.
- Apoiam a jornada de seis horas para os servidores e seu empoderamento na gestão;
- Sua excelência acadêmica aponta para a retomada da posição da UnB;
- Tem os melhores nomes e a melhor política de gestão para recuperar a autonomia e a capacidade de financiamento público da UnB;
- Desde a campanha, mostram uma relação para republicana com a universidade. Em vez de de ataques, ações anônimas e agressivas, focam em propostas.
Esse é o debate, e
eu quero mudar. Pode-se fazer melhor e com democracia, sem
maniqueísmos que negam a própria universidade. A UnB é maior que
isso. A UnB somos nós.
* Estudante do Mestrado da UnB - ICS - CEPPAC
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