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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Para CTB, pronunciamento de Dilma na ONU merece apoio do povo brasileiro

Para CTB, pronunciamento de Dilma na ONU merece apoio do povo brasileiro


dilma onu1O pronunciamento da presidenta Dilma na abertura da 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nesta terça-feira, 25, merece todo apoio da classe trabalhadora e do povo brasileiro. Em linha com o pensamento dos movimentos sociais e das forças progressistas acerca da crítica conjuntura internacional, a presidenta abordou um amplo leque de problemas que atormentam o mundo e não se esqueceu de destacar a relevância da luta das mulheres por igualdade.
Ao lembrar que a “grave crise econômica” mundial, iniciada em 2007, “ganhou novos e inquietantes contornos”, Dilma criticou as políticas econômicas adotadas nos Estados Unidos e na Europa, configuradas na “opção por políticas fiscais ortodoxas”, que realimentam a recessão, e na política monetária expansionista, “que desequilibra as taxas de câmbio”, estimulando a chamada guerra cambial e a valorização artificial das moedas de “países emergentes”, como o Brasil.
Desta forma, atribuiu o agravamento da crise econômica e da instabilidade monetária global às grandes potências capitalistas lideradas por Washington. Rechaçou também as acusações feitas recentemente por um representante da Casa Branca às medidas adotadas pelo governo para proteger a industrial. “Não podemos aceitar que iniciativas legítimas de defesa comercial por parte dos países em desenvolvimento sejam injustamente classificadas como protecionismo”, argumentou.
A presidenta também se referiu às revoltas e conflitos em curso no Oriente Médio e Norte da África. Denunciou a intervenção das potências capitalistas na região, destacando que não é difícil nos protestos populares que marcaram as últimas semanas “as marcas de ressentimentos históricos, provocados por décadas de políticas coloniais ou neocoloniais levadas a cabo em nome de uma ação supostamente civilizatória. Pouco a pouco, foram ficando claros os interesses econômicos que estavam por detrás daquelas políticas.”
Também defendeu com firmeza uma solução pacífica para a Síria, posicionando-se neste tema ao lado da China e da Rússia e contra as pretensões dos EUA e Otan de bombardear e invadir o país.  “Não há solução militar para a crise síria. A diplomacia e o diálogo são não só a melhor, mas, creio, a única opção”, afirmou.
A presidenta fez questão de registrar “nosso mais veemente repúdio à escalada de preconceito islamofóbico em países ocidentais”. Reiterou também o apoio do governo brasileiro “ao reconhecimento do Estado Palestino como membro pleno das Nações Unidas”. Insistiu na necessidade de reforma do Conselho de Segurança da ONU e enfatizou a condenação ao “uso da força sem autorização do Conselho, uma clara ilegalidade”, que “vem ganhando ares de opção aceitável. Não podemos permitir que este Conselho seja substituído [como ocorreu no Afeganistão e na Líbia] por coalizões que se formam à sua revelia, fora de seu controle e à margem do direito internacional”.
Dilma enalteceu a mudança do cenário político na América Latina, com as iniciativas que visam a integração econômica e política solidária dos países da região, defendeu o multilataralismo (em oposição ao unilateralismo dos EUA) e as resoluções da Rio+20 em defesa do meio ambiente, que considerou “ponto de partida para uma agenda de desenvolvimento sustentável para o século 21, com foco na erradicação da pobreza, no uso consciente dos recursos naturais e nos padrões sustentáveis de produção e consumo”.
Na conclusão do seu pronunciamento revelou a solidariedade do Brasil com Cuba. “Por fim, senhor Presidente, quero referir-me a um país-irmão, querido de todos os latino-americanos e caribenhos: Cuba. Cuba tem avançado na atualização de seu modelo econômico. E para seguir em frente nesse caminho, precisa do apoio de parceiros próximos e distantes. Precisa do apoio de todos. A cooperação para o progresso de Cuba é, no entanto, prejudicada pelo embargo econômico que há décadas golpeia sua população. É mais do que chegada a hora de pôr fim a esse anacronismo, condenado pela imensa maioria dos países das Nações Unidas.”
O pronunciamento da presidenta na ONU mostra que o Brasil mudou e continua mudando. Não é mais uma nação que tira o sapato e fica de joelhos diante do Tio Sam como nos tempos da diplomacia tucana de FHC. Hoje, para orgulho dos brasileiros e brasileiras, está na linha de frente da luta por uma nova ordem internacional. Em contraste, o discurso de Obama, que falou depois de Dilma, não passa de uma ode à hipocrisia e à arrogância imperial da maior potência capitalista do planeta, que se julga no direito de semear guerras (como é o caso no Oriente Médio e Norte da África) e afrontar o sagrado direito das nações à autodeterminação, em nome de falsos princípios democráticos.
São Paulo, 25 de setembro de 2012.
Wagner Gomes é presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).

Veja abaixo a íntegra do discurso da presidenta Dilma Rousseff:

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