Eu vi a notícia do livro que Miruna Genoíno dedicou a seu pai, ex-presidente do DCE UFC, minha universidade, o cearense José Genoíno. Pensei na minha filha, no ser humano que anseio que se torne, e me comovi - não é novidade, eu sou um comovido.
E pensei nas ilusões dos que descriam da dureza da luta de classes, que ansiavam por mudanças sem rupturas, que viam o avanço infinito... só que não.
E pensei nessas coisas: amor, luta, a mulher, os filhos, e nos tempos de hoje, tão assustadores.
Meus heróis sempre pegaram cadeia, tortura, achincalhe, perseguição e morte. E eu sabia, em 1991, com 14 anos, explicando à minha mãe, o que era escolher o lado dos oprimidos, o que se nos reserva, cedo ou tarde. E foi lindo, desde então. 25 anos de luta na legalidade, tantas conquistas, tanto por fazer!
Então, oxalá minha filha, os filhos que ainda possa ter, sejam capazes desses gestos de carinho transcendentes, muito além de seu pai, nas horas tormentosas que certamente haveremos de passar. Que seja-nos possível formar assim nossos filhos, de sangue e de coração, porque se o fizermos, tudo terá valido a pena.
E haverá um dia em que todos serão filhos de todos. Não haverá mais a exploração, nem as classes, nem o Estado, nem o mercado. Lembremo-nos sempre do grandioso ideal que carregamos, feito de tanta lágrima, tanto martírio, mas sobretudo de uma inquebrantável esperança. Que a palavra comunista seja objeto da maldição dos opressores, é o mínimo que devemos aspirar, se estamos corretos.
Ainda estamos na pré-história do ser humano, é preciso ter garra, dureza, ciência, mas a ternura, a alegria, o amor, a poesia são igualmente indispensáveis. Coragem! Alegria! Beleza! Assim, como Miruna ensina-nos.
Livro conta historia da família Genoino muito além das manchetes
“O vôvi é a nossa felicidade, e ele ficou lá preso, fechado, então a nossa felicidade estava fechada. Ainda bem que ele saiu”, a frase é da neta de José Genoíno, Paula, e dá o título ao livro de sua mãe, Miruna, Felicidade Fechada. O relato corajoso de Miruna se converteu em uma obra que retrata a história da família Genoíno, mas, de certa forma, um período obscuro da história do Brasil.
Por Mariana Serafini
A família viu as coisas acontecerem gradativamente sem poder se defender, até que chegou o dia mais temido, 15 de novembro de 2014, quando o ex-parlamentar e ex-presidente do PT, José Genoino, foi encarcerado na Penitenciária da Papuda, em Brasília. É esta história, vista por um ângulo distante das manchetes da grande imprensa, que Miruna traz em seu livro, Felicidade Fechada, cujo lançamento acontece nesta quinta-feira (16).
Com o livro Miruna Genoino pretende contar a história de seu pai e de sua família por uma outra ótica, a de quem viveu de dentro uma injustiça. Ela viu o pai se tornar preso político pela segunda vez [a primeira durante a ditadura militar], porém, durante um período democrático, e conta sobre como isso impactou a rotina de todos ao redor que foram bombardeados por manchetes irresponsáveis da grande imprensa.
José Genoino foi condenado a 4 anos e 8 meses em regime semiaberto pela Ação Penal 470 e de lá pra cá a família foi envolta num turbilhão de ataques e emoções. Conhecido por seu jeito descontraído, o político que viveu praticamente a vida toda na mesma casa na Zona Oeste de São Paulo, filho de uma dona de casa e um agricultor do sertão nordestino, de repente foi transformado no grande inimigo nacional.
Miruna, que é pedagoga, sempre teve uma comunicação muito próxima e franca com o pai, mas esta foi interrompida logo que ele foi encarcerado. A partir disso, ela sentiu a necessidade de fazer algo capaz de deixar claro que jamais teria vergonha de ser filha de José Genoino. Foi então que começou a escrever as experiências familiares.
Os relatos, junto às longas cartas que ela enviou ao pai enquanto ele estava preso, se transforaram no livro que foi financiado de forma coletiva. Felicidade Fechada será lançando na noite desta quinta-feira (16), na capital paulista. O evento começa às 20 horas, na Rua Piragibe, 1100, Vila Indiana, próximo à estação Butantã, da Linha 4.
Do Portal Vermelho
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