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Textos de Combate: Sem perder a ternura, jamais - Paulo Vinícius da Silva - à Venda

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domingo, 31 de março de 2013

Rusia Today entrevista Cao Benós sobre as razões da Coreia do Norte na atual tensão com os EUA e a Coreia do Sul (español)

Dado a quantidade de sanções que se impuseram à RPD da Coreia, Rusia Today outra vez rompe um bloqueio e fez a seguinte entrevista como Cao de Benós, representante da Coreia Popular, que numa entrevista esclarecedora faz o que não existe no debate acerca da Península Coreana, permite o contraponto. 
Importante sobretudo porque permite uma competente exposição do que é o modelo coreano, inclusive para o devido distanciamento crítico e nacional. Os caminhos à RPDC sempre foram bloqueados pela violência do imperialismo, impondo sempre decisões difíceis e marcadas pela coragem. Todos em favor da Paz e da suspensão dos exercícios militares dos EUA e da Coreia do Sul na região!




Vídeos: Ditadura de 1964 - Para não esquecer jamais - Onde estão nossos desaparecidos políticos? Verdade! Justiça!


Jango no discurso da Central do Brasil em 13/04/1964
Interessante trabalho escolar que fala das músicas sob a censura e seu significado
Camponeses do Araguaia, o vídeo relata a ligação da população com a guerrilha e o martírio a que foi submetida pelos militares, ainda sem o devido reconhecimento
Vídeo Guerrilheiros do Araguaia da Fundação Maurício Grabois

Encontro de Comunicação e Redes Sociais do PCdoB-DF, segunda, 1º de abril, às 19h00


sábado, 30 de março de 2013

EUA: deem uma chance à paz na península Coreana - Paulo Vinícius Silva

A cena internacional às vezes coloca temas complexos em debate, exigindo muitas vezes conclusões difíceis. É possível, no entanto, apesar da aparência, entender sob esse dilemas, oculta a movimentação de grandes atores que dão as cartas no jogo político, econômico, militar e bélico mundial.

Como é bem sabido, quando há guerra, a primeira vítima é a verdade. Isso também se verifica quando se vê a preparação sistemática, há tempos de uma retomada da guerra da Coreia. Como uma torquês, os EUA tem pressionado o país, que tem grande desenvolvimento tecnológico em áreas importantes, mas tem uma situação energética e agrícola muito frágil. desde a sua inclusão como parte do "eixo do mal" por George Bush, são sempre crescentes as ameaças ao país.

Sem esse preâmbulo, podiam ser desarrazoadas as preocupações da RPD da Coreia, que já esteve em guerra com os EUA. MacArthur aventou a possibilidade de envenenar com cobalto radiativo a fronteira para tornar eternamente separadas as duas coreias.

Vende-se o peixe que os coreanos são esquisitos, porque são maus, porque são bravos, numa tautologia informativa vergonhosa, que em nada ajuda a entender as verdadeiras questões expostas na crise na Península Coreana. Há, portanto, um bloqueio informativo da parte do "ocidente", entendido como o complexo de agências privadas que filtram e interpretam as notícias que recebemos em verdadeiras ondas. Só isso explica que se estranhe a reação da República da Coreia.

Por que temem os coreanos a chegada de um exercício militar com dezenas de milhares de soldados estadunidenses, armas nucleares, B52, destroiers, tudo mar coreano? Como compreender um embargo econômico em níveis insuportáveis, para matar de fome o povo coreano? Como compreender o que significa a imprensa oligopolista - igual a situações na Líbia, Síria, Iraque, Afeganistão - gritar em uníssono: "Queima, queima, queima!"? Que garantia tem a paz se os EUA se recusam a assinar um armistício desde os anos 50 e tomam diversas e sincronizadas medidas - concretas, com armas, aviões, grandes contingentes - para a guerra? É difícil mesmo entender a PPD da Coreia?

E porque os EUA e a Coreia do Sul não adiam o "exercício" e propõem uma mesa de armistício definitiva?

Essas reflexões são importantes à luz da defesa da humanidade e da paz, mas também sob o olhar da Nação. Há desdobramentos futuros. O que fazer, hipoteticamente, se o alvo dessas sucessivas violação da soberania, do direito internacional, belicismo, essa campanha midiática, essa força militar, tudo isso se volte, eventualmente, contra o Brasil, sob os argumentos da defesa da Amazônia,dos direitos de tais parcelas da população, da democracia segundo padrões liberais, ou do direito à propriedade? Ou contra um outro país latino-americano? É só uma hipótese, mas que considero relevante.

A hipótese que, com sucessivos episódios na mesma linha, é aceitável agredir países com os argumentos acima, e que isso é perigosos para o mundo E o Brasil. É necessário senso crítico para a análise mais ampla. Os coreanos tem o direito de existir e viver sua vida segundo sua visão de mundo. E quem se diz defensor dos interesses desse povo não pode aplicar a fome universal que o bloqueio pratica. A pressão militar, econômica, informativa, em especial o bloqueio, punem de modo genocida - toda a população é vítima. Então os que reclamam de falta de democracia deveriam ser coerentes, pois a punição coletiva do bloqueio é cruel: são também medicamentos, alimentos, pune-se a população.

Não se deve admitir que se imponham militarmente regimes políticos. Precedente gravíssimo. Não deve haver essa imensa pressão militar sobre a Coreia Popular. É preciso denunciar o caráter genocida dos cruéis bloqueios. O armistício tem de ser assinado: quem o impede? Por que os EUA não se abstém de manter uma permanente ameaça sobre esse país? Com que direito os EUA mantem um exército de mais de 30 mil soldados na Coreia do Sul, há décadas com ogivas nucleares apontando para a RPD da Coreia? Não se trata, portanto, da defesa do regime de Pionguiangue, mas da defesa da Paz!

E o imperialismo é a guerra, os EUA não o podem negar, e promovem uma ofensiva militar na região. Para lá se deslocam esses imensos contingentes militares dos EUA e da Coreia do Sul, e é contra isso que grita a RPD da Coreia. Por que não se detém esse exercício militar?

Já que os EUA são tão "responsáveis", por que não fazem um gesto de PAZ, e só tem movimentos de guerra? Movimentos feitos num tal crescente, que é difícil pedir que ignorem isso os coreanos, cercados, ameaçados diariamente, insultados ao paroxismo e bloqueados. Nessa hora, eu, observando o imperialismo e sua fúria, não posso me esquivar de dizer que é ilegítimo a guerra para alterar regimes políticos, como tem sido feito sistematicamente pelos EUA contra quem os incomoda ou em face de sua ganância.

A novidade é que os coreanos não estão nem desarmados, nem indefesos. Parece o pior crime do mundo. Não é, amigos, sinto muito, não é. A Coreia se defende num mundo em que o jogo é cada vez mais bruto. Defender-se não é crime, mas dever inescapável de qualquer patriota com o país sob ameaça. É o tipo de coisa inegociável.

A questão é se é possível defender-se.

 Crime é ter o Pré-Sal e a Amazônia, ter o nosso tamanho, estar na América, e não se alarmar com isso, sendo um patriota. Sim, porque precisamos tirar lições sobre como os EUA se arrogam tamanhos poderes, isso é perigosíssimo. Está o Brasil preparado para defender suas riquezas, seu território? Quantos minutos aguentaria o Brasil para se defender de tamanha agressividade? Isso sim é um crime, de lesa-pátria, e estamos cometendo-o diariamente. A continuação desse crime no campo político-diplomático, é ser conivente com essa agressão que perpetram os EUA, com movimentação de tropas contra países, como faz os EUA. Porque esse tipo de ação, além do risco nuclear gravíssimo, cria o precedente. Não podemos, portanto, inferiorizados belicamente, querer outra coisa que não a saída pacífica e política dos conflitos internacionais. Isso é o interesse do Brasil.

Diante dessa constatação incontornável, só podemos, como seres humanos, como latino-americanos, e como brasileiros e brasileiras defendamos a PAZ. Que cessem os exercícios militares dos EUA-Coreia do Sul contra a Coreia do Norte e que ela assim faça gestos de paz correspondentes. Que o tema volte para a política com a discussão objetiva de um armistício verdadeiro. A partir daí, a discussão poderá voltar a ter características políticas, e cabe sobretudo aos coreanos, sem interferência dos EUA.

É muito grave que os EUA apoiem tantos experimentos em que opõem em guerra civil nacionais contra nacionais. É muito preocupante que se legitime uma política descarada de guerra dos EUA contra a RPD... É preciso que cessem a pressão e as provocações contra a RPD da Coreia. É necessário que os EUA, a potência que bombardeou Hiroshima e Nagasaki tenha responsabilidade e dê uma chance à paz. 

Não podemos ser omissos, pusilânimes. Podemos pensar de distintos modos, ter críticas, isso nada tem a ver. Não podemos calar quando o imperialismo estadunidense promove tantas guerras ilegais com riscos para toda a Humanidade. Os EUA e a Coreia do Sul tem de parar a escalada militar e é preciso retomar o caminho de um sincero armistício, com o cesse de tamanhas hostilidades contra um país cercado e isolado.

sexta-feira, 29 de março de 2013

luta da ANPG conquista 2º aumento de 10% no valor das bolsas de pós-graduação em menos de um ano - Portal Vermelho

Governo aumenta em 10% valor das bolsas de pós-graduação - Portal Vermelho

As bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado ofertadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) terão reajuste de cerca de 10% sobre o valor atual. O pagamento com os novos valores será feito a partir de maio.


A partir de 1º de abril, a bolsa de mestrado passará de R$ 1.350 para R$ 1.500, a de doutorado, de R$ 2.000 para R$ 2.200, e por fim, a bolsa de pós-doutorado será reajustada de R$ 3.700 para R$ 4.100. Este é o segundo reajuste em menos de um ano. Em maio de 2012, o governo federal também concedeu um reajuste de 10% para mestrandos, doutorandos, pós-doutorandos e alunos de iniciação científica.

Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o novo reajuste faz parte da política para aumento do número de mestres e doutores na educação superior. “O reajuste de bolsas é fundamental para estimular jovens talentos”, salientou.

Nos últimos quatro anos, a Capes expandiu o Sistema Nacional de Pós-Graduação e aumentou a oferta de bolsas. Em 2008, havia cerca de 40 mil bolsistas no país. Em 2011, foram concedidas 72.071 bolsas de pós-graduação e 30.006 no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). Em 2012, foram mais de 127 mil bolsas em todas as modalidades. Já o CNPq, em todas as modalidades, no mesmo período, aumentou a oferta de bolsas de 63 mil para cerca de 81 mil.

Qualificação

A bolsa é um instrumento para viabilizar a execução de projetos científicos, tecnológicos e educacionais nas pesquisas e projetos apoiados pelos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

O MEC e o MCTI, por meio da Capes e CNPq, mantém programas de qualificação na educação superior, entre eles, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e o Ciência sem Fronteiras, que concede bolsas no exterior para alunos de graduação em cursos das áreas de exatas.

Antes do reajuste do ano passado, o último reajuste de bolsas de pós-graduação no país havia sido em junho de 2008, quando as de mestrado passaram de R$ 940 para R$ 1,2 mil e as de doutorado de R$ 1,3 mil para R$ 1,8 mil. Entre 2004 e 2008, houve três aumentos, em que as bolsas obtiveram reajuste de 67% sobre os valores de 2002.

Fonte: Ministério da Educação

quarta-feira, 27 de março de 2013

Vídeos: Dilma enfrenta apostadores e mentirosos em defesa do desenvolvimento. Povo na Rua em defesa do emprego, da educação e dos direitos da Juventude! Paulo Vinícius Silva

Um fato político importante ocorreu nesse dia 27 de fevereiro, protagonizado pela Presidenta da República Dilma Roussef que honra o Brasil. Dilma denunciou a manipulação do conluio entre especuladores e a imprensa a eles associada que promovem um ataque especulativo e sabotam a economia brasileira.

Este conluio se expressou claramente na ferocidade com que nos últimos dias o Partido da Imprensa Golpista vendeu o terrorismo da inflação. Por que? Revolta diante da queda dos juros da taxa SELIC, que explode no bolso do povo com o aumento dos juros em todo o crédito (cartões, prestações, empréstimos para as pessoas físicas e as empresas). Mas significa MUITO dinheiro no bolso dos especuladores e seus aliados. Então, o terrorismo inflacionário é uma pressão do mercado financeiro com a mídia associada para CHANTAGEAR o governo e o país.

Dilma desmonta tese de inflação e defende desenvolvimento



Dilma foi firme. Depois da 3ª Marcha das Centrais Sindicais com 50 mil em Brasília, e no meio da |Jornada Lutas da Juventude, a Presidenta enfrentou a ganância dos parasitas e dos mentirosos que sabotam o Brasil. Enfurecidos, eles revidaram, num ataque especulativo durante o dia para punir a economia brasileira.
E Dilma orgulhou os brasileiros e brasileiras que trabalham e produzem. Orgulhou toda a população que é penalizada pelos juros. A Juventude, que não tem seu Estatuto aprovado, porque dizem que não tem dinheiro. Os funcionários públicos e da iniciativa privada, que são penalizados pelo baixo crescimento da economia e por não haver dinheiro para os rejustes justos que valorizem o trabalho. Os estudantes, a juventude negra e das periferias, em especial os mais pobres, são penalizados pela negativa e demora de aprovar os 10% do PIB para a Educação, os 10% do PIB para a saúde, porque o dinheiro, vai para os que compram os títulos públicos valorizados com o aumento dos juros.
Dilma disse não! E denunciou a MANIPULAÇÃO. Chamou, na cara, de MANIPULADORES, os que mentem, os que atacam a economia brasileira como parasitas-predadores que são.

Dilma: "Eu só repudio manipulação de fala"!

O povo é chamado a apoiar essa coragem, e a exigir as Reformas Estruturais que porão os brasileiros e brasileiras em primeiro lugar, a produção e o trabalho em primeiro lugar, e não os especuladores que vampirizam o Brasil. São sucessivos atos de sabotagem da economia: mentiras sobre crise energética, terrorismo inflacionário, ataques especulativos, campanha contra a Petrobrás etc etc. Há uma verdadeira luta em que, de um lado, o Brasil luta para crescer e distribuir renda, e do outro a oligarquia financeira querendo privilégios e lucro fácil. E o Brasil, além de mais forte, está agora com uma grande aliança, que nos dá mais força para enfrentar a crise e para lutar pelo emprego. É preciso dar um basta à manipulação!
Terça-feira, 02 de abril, Brasília e Aracaju, dia 04/04, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, 11/04, Salvador e Maceió, serão as capitais na Marcha da Jornadas de Luta da Juventude Brasileira. Na quarta-feira (03/04) o Estatuto da Juventude será votado na Comissão de Assuntos Sociais do Senado. Precisamos aproveitar a chance e, combatendo a agenda dos especuladores, defender os recursos para investir na juventude, na educação, na saúde e no investimento! É aí que reside o principal obstáculo!
O povo e a juventude tem de sair às ruas, os blogueiros(as) e a imprensa alternativa tem de denunciar! Há uma a queda de braço em curso que não pode ser ganha pelos especuladores e os mentirosos, é preciso que ganhe quem trabalha, quem produz e a juventude que estuda e trabalha! Vamos todos dar uma resposta nas ruas, politizando o debate, mostrando fatos inegáveis, com palavras de ordem que esclareçam o povo do que está em jogo:
  • Menos Juros! Mais Educação!
  • Com Juros altos, o Brasil é que paga a conta!
  • Juros Não! Estatuto da Juventude Sim!
  • O dinheiro do brasileiro vai pro bolso do banqueiro!
  • Menos Juros! Mais Empregos!
  • Menos Juros! Mais Investimentos!
  • 10% do PIB para a Educação! Juros, Não!
  • 10% do PIB para a Saúde!
  • Dilma, coragem! Juros Não!
  • Com Produção se Combate a Inflação!
  • Com Juros altos a Juventude não tem Futuro!
  • Menos Juros! Mais Reforma Agrária!
  • Menos Juros! 40 Horas Semanais!
  • Menos Juros e mais crédito para a agricultura familiar!

terça-feira, 26 de março de 2013

PCdoB: Memória, História e Hegemonia - Portal Vermelho

PCdoB: Memória, História e Hegemonia - Portal Vermelho

Em 2012, o Partido Comunista do Brasil comemorou 90 anos de existência. Sem dúvida, este é um acontecimento muito importante para os trabalhadores de nosso país, mesmo que eles ainda não se deem conta disso. As forças conservadoras, pelo seu lado, tudo fizeram para eliminar (fisicamente) o Partido Comunista e sua memória. Algumas vezes, o fizeram de forma violenta e, outras, de maneiras mais sutis.

Por Augusto Buonicore**

Por este motivo, podemos concluir que preservar e divulgar amplamente a história de lutas dos comunistas e da esquerda brasileira é tarefa muito importante no processo de construção de identidades e alternativas progressistas para o nosso país.

Aprendemos, através dos clássicos do marxismo, que a luta de classes se desenvolve em três níveis. Primeiro, o econômico, no qual os operários começam a sentir o que representa a exploração que sofrem e agem para minimizá-la, através da luta por aumento de salários, redução da jornada e conquista de direitos sociais. Segundo, o político, no qual eles tomam consciência de que somente lutando e conquistando o poder de Estado é que podem inverter a ordem das coisas e iniciar o caminho que os levará à eliminação da opressão e exploração do capital sobre o trabalho.

Por fim, o terceiro nível, o ideológico ou da luta de ideias. Combater e vencer a burguesia também, neste nível, é condição fundamental para que os trabalhadores possam conquistar a hegemonia numa determinada sociedade. A luta ideológica é permanente e percorre todas as estruturas da sociedade e, por isso, não pode ser subestimada. Mas, o que isso tem a ver com o tema deste artigo: “PCdoB: memória, história e ideologia”? Tem tudo a ver.

A disputa pela memória é parte integrante da luta ideológica – ou seja, da luta no campo das ideias, das representações e práticas sociais. Um povo ou uma classe sem memória, sem uma identidade que se funde num determinado passado e num projeto de futuro, estará sempre fragilizado diante de seus inimigos. As classes e países dominantes, ao longo da história, buscaram sempre obscurecer e mesmo apagar a memória e a identidade dos dominados. Como disse Marx: as ideias dominantes são sempre – ou quase sempre – as ideias das classes dominantes. Isto acontece, segundo Lênin, “pela simples razão de que, cronologicamente, a ideologia burguesa é muito mais antiga que a ideologia socialista, está completamente elaborada e possui meios de difusão infinitamente maiores”. Entre esses meios (ou aparelhos ideológicos) se encontram a chamada grande imprensa (jornais, revistas, rádios e TV), as escolas e certas igrejas.

Cada vez que uma classe se coloca na condição de se tornar hegemônica – quando conquista ou está prestes a conquistar o poder político –, ela (re)constrói a história numa nova perspectiva, em geral, mais avançada. Portanto, a vitória de certas escolhas simbólicas não é gratuita e sim o resultado das lutas sociais numa determinada dimensão: a da representação social. A própria disputa pela definição dos “personagens” e “fatos históricos” como representativos de uma sociedade ou de nação, em última instância, é também uma luta pela hegemonia ideológica, política e cultural.

Em 2012, o Partido Comunista do Brasil comemorou 90 anos de existência. Sem dúvida, este é um acontecimento muito importante para os trabalhadores de nosso país, mesmo que eles não se deem conta disso. Um partido – qualquer partido – comemorar esta quantidade de aniversários é algo inédito na história política brasileira. E isso foi feito em condições dificílimas. Muitos devem se perguntar, intrigados: qual seria a razão de tal longevidade?

Marcos Del Roio, num interessante artigo sobre a gênese do Partido Comunista no Brasil, escreveu: “Nenhum partido político capaz de incidir de forma duradoura na vida sociopolítica de um país nasce pela decisão aleatória de um grupo de homens e mulheres. Para durar, um partido precisa representar os interesses materiais de determinado grupo social, veiculando um programa e uma ideologia. No caso de um Partido que surge das entranhas de um grupo fundamental de uma ordem social, para que dure, é preciso que os vínculos orgânicos de origem sejam preservados e aprofundados”. Um Partido quando perde sua base social de classe tende a se desfigurar e desaparecer.

Então, qual a base social na qual nasceu e se desenvolveu, por quase nove décadas, o Partido Comunista no Brasil? Ela é composta pelos trabalhadores e as massas populares. Este partido foi e ainda é vinculado a estes setores sociais tanto por sua composição social quanto pelo projeto político-societário do qual é portador. Não sem razão, o Partido esteve envolvido nas principais lutas e conquistas do nosso povo, sendo por isto mesmo uma das organizações mais perseguidas pelas classes dominantes brasileiras. Ele é que deu o maior número de mártires à causa da democracia, da soberania nacional e do socialismo. Assim, a história passou a se constituir no seu grande patrimônio– algo que nenhuma outra organização política poderia reivindicar.

As forças conservadoras, pelo seu lado, tudo fizeram para eliminar (fisicamente) o Partido Comunista e sua memória. Algumas vezes, o fizeram de forma violenta e, outras, de maneiras mais sutis. Por este e outros motivos, podemos concluir que preservar e divulgar amplamente a história de lutas dos comunistas e da esquerda brasileira é tarefa muito importante no processo de construção de identidades e alternativas progressistas para o nosso país.
Comparando com o que existe em outros países latino-americanos, podemos dizer que já temos uma significativa bibliografia sobre a história dos comunistas brasileiros. Atualmente, há dezenas de livros publicados, resultado de pesquisas acadêmicas, trabalhos jornalísticos, e uma memorialística produzida pelos próprios militantes de esquerda.

Muitos antigos dirigentes comunistas e socialistas possuem biografias publicadas, inclusive alguns dos pioneiros. Destaque para autobiografias de Octávio Brandão (Combates e Batalhas), Leôncio Basbaum (Uma vida em Seis Tempos), Everardo Dias (História das Lutas Sociais no Brasil), Heitor Ferreira Lima (Caminhos Percorridos). A maioria destas obras veio à tona nos estertores da ditadura militar, na segunda metade da década de 1970. Sobre os primeiros anos do Partido Comunista do Brasil (PCB) cabe destacar o trabalho primoroso de Astrojildo Pereira, A Formação do PCB: 1922-1928, publicado em 1962. O livro é uma coletânea de artigos que foram sendo publicados em jornais partidários desde 1952.

Por outro lado, até o início da década de 1970, havia um reduzido interesse acadêmico pelo tema. A exceção, que confirma a regra, fica por conta da pesquisa pioneira feita por Azis Simão sobre o voto operário em São Paulo, que saiu na forma de artigo, publicada em 1957.

Nos anos subsequentes, as coisas começaram a mudar. Os comunistas passaram a despertar atenção na academia. Mas as pesquisas realizadas, em geral, tinham uma perspectiva demasiadamente crítica à sua atuação no país, quando não eram abertamente anticomunistas. Uma parte desta produção estava fortemente marcada pelo debate existente entre os socialistas brasileiros, com o surgimento da chamada “nova esquerda” que tinha no Partido dos Trabalhadores a sua principal referência. O contraponto à experiência positiva e classista do PT era a história dos comunistas, vista de maneira unilateral. Um exemplo típico deste tipo de literatura foram os escritos de Francisco Weffort, que seria um dos principais ideólogos do PT nos seus primórdios.

Os comunistas e sua história

Até hoje os comunistas brasileiros não tiveram êxito em escrever sua própria história – o que chamaríamos de uma “história oficial”. Muitos encaram isso como algo positivo e não negativo. Esta, contudo, foi prática relativamente comum nos partidos que estavam no poder, como o PC da China, o PCUS e o Partido do Trabalho da Albânia. As histórias destes dois últimos se constituíam em verdadeiras apologias a seus líderes infalíveis. Através delas tem-se a nítida impressão de que estes partidos nunca cometeram erros, e quando isso aconteceu foi devido à ação de agentes imperialistas infiltrados no seu interior. No caso soviético, cada guinada política levava que se modificasse a história. Personagens e fatos apareciam e desapareciam – ou tinham o seu papel dramaticamente modificado – conforme a luta política se desenvolvia no interior do partido.

Um importante partido fora do poder, o PC da Itália, publicou em vários tomos, sob a responsabilidade de Paolo Spriano, sua própria história. Em 1947, na América do Sul, tivemos uma solitária e problemática tentativa de elaborar uma história oficial, quando uma comissão especial nomeada pelo CC (Comitê Central) do PC da Argentina redigiu a obra Esboço da

História do Partido Comunista da Argentina.

Astrojildo Pereira no Prefácio ao seu livro pioneiro, publicado em 1962, fala um pouco sobre as dificuldades existentes para se escrever uma história oficial do Partido Comunista no Brasil naquele momento: “A documentação existente ainda se encontra dispersa, exigindo prévio arrolamento e classificação, sem o que será sempre precário o trabalho dos historiadores.

Nem nos esqueçamos que o PCB, nos seus 40 anos de vida, passou pelo menos 35 na ilegalidade, e uma das regras mais elementares da vida ilegal consiste precisamente em reduzir ao mínimo certos documentos. Acreditamos, de tal sorte, que a melhor que se pode fazer desde já, como contribuição útil, necessária e relativamente fácil, é a elaboração de monografias sobre determinados períodos da vida do partido (...), coletâneas de documentos, depoimentos pessoais, memórias, reportagens etc. Contribuição igualmente possível será a publicação de ensaios parciais e gerais sobre a história do Partido, tentativas provisórias de interpretação e síntese. A história propriamente dita virá ao seu tempo, como construção científica, resultando da re-elaboração de todos esses trabalhos prévios”.

O golpe militar de 1964 agravou sobremaneira estas dificuldades, que já eram grandes. O próprio Astrojildo foi preso e parte de seu rico acervo acabou sendo apreendido e destruído pela polícia. Parte do que se salvou foi transferido clandestinamente para o exterior numa verdadeira operação de guerra. As dificuldades para a construção de uma história da esquerda brasileira, portanto, sempre estiveram ligadas aos longos períodos de repressão em que vivemos. Durante os seus 90 anos de existência, o Partido Comunista conheceu menos de 30 anos de vida legal. O restante do tempo, 60 anos, viveu na ilegalidade e clandestinidade.

Em 1972, quando da passagem dos 50 anos de fundação do Partido Comunista do Brasil, João Amazonas e Maurício Grabois, em plena selva do Araguaia, escreveram o documento 50 anos de Lutas. Redigiram-no em condições de trabalho extremamente difíceis, utilizando a própria memória. O texto foi levado para São Paulo e aprovado numa reunião clandestina do Comitê Central. Neste mesmo momento teve início a resistência guerrilheira no Araguaia e uma violenta repressão foi desencadeada sobre a direção do PCdoB. Quase uma centena de dirigentes e militantes foi assassinada nas cidades e no campo.

Após o golpe militar de 1964 os agentes da repressão apreenderam e destruíram parte importante dos arquivos das organizações da esquerda clandestina. Lembramos a “queda” da Comissão de Organização do PCdoB, ocorrida entre 1972 e 1973, e a Chacina da Lapa de dezembro de 1976. “Aparelhos” importantes foram descobertos e tudo o que foi encontrado destruído ou confiscado. Apenas nestes dois episódios foram assassinados Lincoln Oest, Carlos Danielli, Luis Guilhardini, Pedro Pomar, Ângelo Arroyo e João Batista Drummond.

A situação do país, sob uma ditadura feroz, não oferecia condições mínimas para a realização satisfatória da tarefa de escrever uma história dos comunistas. O medo é um grande obstáculo para a reconstrução da memória dos setores populares. Escreveu Nelson Werneck Sodré: “os que viveram aquela fase tenebrosa devem recordar que entre as providências mais urgentes das pessoas passíveis de incorrer nas iras da ditadura estava a da destruição de tudo o que fosse passível de ser apresentado como ‘material subversivo’. Isso incluía, evidentemente, livros, jornais, revistas, para não falar em documentos. Bibliotecas inteiras foram destruídas por seus possuidores; as coleções de revistas tiveram o mesmo fim; os documentos nem se fala”.
Sodré cita outra dificuldade nesta empreitada nos marcos de uma ditadura: “toda e qualquer pesquisa relacionada ao tema, a reunião de pessoas para discuti-lo e repartir tarefas, apresentava o risco de ser considerada conspirativa”. As principais fontes orais para tal pesquisa estavam sob vigilância, vivendo na clandestinidade ou no exílio. E concluiu que a história do comunismo no Brasil “só poderia ser elaborada quando vigorar no país um regime autenticamente democrático”.

Mesmo no final do regime militar, as forças da repressão continuavam fazendo estragos na memória da esquerda brasileira. Este foi o caso do atentado terrorista à sede do jornal Tribuna da Luta Operária, ocorrido às vésperas da votação da emenda que restabelecia as eleições diretas para presidente, que foi seguido da confiscação dos seus arquivos pela Polícia Federal.

Na ocasião, perderam-se documentos importantes, especialmente fotos da fase semiclandestina do PCdoB, pós-1979. Até hoje o Estado brasileiro não ressarciu a vítima nem devolveu os seus arquivos.

A “abertura política” não veio a tempo de salvar muitas memórias. Várias se perderam com o debilitamento e a morte de seus portadores. Mesmo os partidos de esquerda pouco fizeram para preservar essas informações – montando arquivos adequados e gravando depoimentos com seus antigos militantes. A tarefa de preservação da memória da esquerda brasileira coube, principalmente, a algumas instituições públicas, como o Arquivo Edgard Leuenroth/Unicamp e o Cedem/Unesp.

Em relação ao PCdoB, cabe destacar a publicação, entre 1974 e 1977, de um conjunto de quatro livros trazendo os principais documentos daquela organização produzidos após sua reorganização em 1962: Guerra Popular – Caminho da Luta Armada no Brasil (1974), A Linha Política Revolucionária de Partido Comunista do Brasil (M-L) (1974), Cinquenta Anos de Luta (1975), Política e Revolucionarização do Partido (1977). Os volumes foram organizados pelos membros do Comitê Central que estavam exilados na Europa e publicados pela Editora Maria da Fonte, ligada ao Partido Comunista Português Reconstruído. Durante um bom tempo, ao lado do dos cinco volumes do IPM 709 – O comunismo no Brasil (1967), foram o principal material de pesquisa sobre o desenvolvimento da política deste partido nas décadas de 1960 e 1970.

O próprio PCdoB foi vítima da acirrada luta existente entre diversas correntes políticas no campo da memória histórica. Sua existência e participação na luta contra a ditadura militar por pouco não desapareceram da historiografia, liberal-democrática e mesmo da chamada nova esquerda. No início da década de 1980, era muito comum dizer-se que a último assassinato praticado pela ditadura havia sido o do jornalista Wladimir Herzog, esquecendo-se da Chacina da Lapa ocorrida havia quatro anos e na qual morreram trucidados Pedro Pomar, Ângelo Arroyo e João Batista Drummond, este morto sob tortura. Também foi notória a tentativa dos militares em apagar a Guerrilha do Araguaia da história brasileira, transformando-a num não-fato.

Pelo menos até o início da década de 1990 não constatei nenhum trabalho destinado a estudar a trajetória do PCdoB, reorganizado em 1962. As primeiras dissertações e teses são do início da década de 1990. Em geral, num primeiro momento se concentraram no estudo da Guerrilha do Araguaia, como os trabalhos pioneiros de Gilvane Felipe Histoire de la guèrilla de l’Araguaia (1993); de Antônio Carlos Galdino, Partido Comunista do Brasil e o Movimento de Luta Armada nos Anos 60 (1994), de Romualdo Pessoa, Guerrilha do Araguaia: a esquerda em armas (1997). Dentro e fora da academia, excetuando trabalhos como o de Romualdo e os materiais produzidos pelo partido, a tendência foi considerar o Araguaia, apesar do heroísmo de seus combatentes, uma experiência foquista com nenhuma inserção nas massas camponesas. Neste processo, a figura do comandante guerrilheiro e dirigente partidário, Maurício Grabois, ficou bastante desfocada.

Esta situação de ausência de estudos vem sendo alterada. A incrível capacidade de permanência do PCdoB passou a chamar a atenção de vários pesquisadores. Destaque especial merecem os trabalhos de Jean Rodrigues, que escolheu o PCdoB como seu objeto principal de pesquisa no mestrado, doutorado e pós-doutorado. E trabalhos tratando do estudo do PCdoB em diversos estados como, Ação entre Amigos: história da militância do PCdoB em Salvador (1965-1973), dissertação de mestrado defendida por Andréia Cristiana Santos. A pesquisa sobre a Guerrilha do Araguaia também continuou rendendo frutos. Em 2006, Deusa Maria Souza defendeu a dissertação Caminhos cruzados: trajetória e desaparecimento de quatro guerrilheiros gaúchos no Araguaia. Existem pesquisas sobre períodos mais recentes da história do Partido como a tese de doutorado de José Roberto Cabrera intitulada O Partido Comunista do Brasil e a crise do socialismo: rupturas e continuísmos. Na parte de biografias de militantes e dirigentes do PCdoB foi onde houve maiores avanços (Veja a bibliografia sobre o PCdoB no final deste artigo).

O PCdoB é um dos poucos que não apenas sobreviveu a estes períodos difíceis, mas cresceu e adquiriu certa projeção política e social. Ele é um verdadeiro fenômeno político. Afinal, todos os demais partidos que foram resultado das cisões do movimento comunista na década de 1960 – e se vincularam de alguma forma ao maoísmo – se transformaram em seitas ou simplesmente desapareceram. Mesmo os grandes partidos comunistas, vinculados à URSS, com raras e honrosas exceções, perderam parte significativa de suas forças. Uma poderosa organização política como o Partido Comunista da Itália se descaracterizou e se transformou numa corrente social-democrata-liberal.

Como afirma Jean Rodrigues: O Partido Comunista do Brasil “tem uma longevidade que contrasta com as das demais legendas que existem no país (...). Ainda mais se considerarmos que o PCdoB passou por não poucos percalços, como o período da ditadura militar; a guerrilha do Araguaia, que dizimou um número considerável de seus militantes; a constante disputa ideológica com sua matriz política, o PCB; a concorrência com novos partidos de esquerda, como o Partido dos Trabalhadores; e, principalmente, a crise política que se abateu sobre os comunistas no mundo inteiro com o fim do socialismo real nos anos 1990, que levou muitos partidos comunistas ao desaparecimento ou à marginalização”. Sem dúvida, continua ele: “o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) é hoje o principal representante da tradição marxista-leninista no país”. Apesar disso, “mesmo com tal trajetória, o partido foi relativamente pouco estudado”.

O próprio partido – da reorganização até a segunda metade da década de 1990 – acabou não se colocando a tarefa de preservar e escrever sua própria história. A situação começou a se alterar após o 9º Congresso, realizado em 1997, quando foi criada uma “comissão específica” para a redação da História do Partido Comunista do Brasil. Esta realizou longas entrevistas com João Amazonas, coordenador do projeto, que contribuiu para preencher várias lacunas existentes na história partidária e na vida deste importante personagem do movimento comunista brasileiro e internacional; promoveu dois seminários nacionais; produziu uma série de monografias que foram transformadas em artigos autorais, publicados na revista Princípios – republicados no livro Contribuição à história do Partido Comunista do Brasil, organizado por José Carlos Ruy e Augusto Buonicore. Outro resultado foi a publicação de uma coletânea dos principais documentos partidários elaborados entre 1961 e 2002.

Este esforço foi muito importante, mas é ainda insuficiente diante do atraso e das enormes necessidades existentes neste campo. O conjunto das direções e dos militantes ainda não havia se conscientizado para a necessidade da preservação da memória comunista. Os arquivos continuaram desorganizados, quando não eram destruídos, graças à falta de cuidados mínimos. Antigos militantes – fontes inestimáveis de informações sobre a história dos comunistas –, muitas vezes, eram relegados ao descaso.

Visando a superar essas lacunas, a direção do PCdoB resolveu constituir um Centro de Memória e Documentação (CDM) junto à Fundação Maurício Grabois. Criado em 2008, este passaria a ser um centro de referência para a história do PC do Brasil, coletando, preservando, organizando e disponibilizando ao público publicações e documentos partidários, como depoimentos de velhos militantes e dirigentes, mesmo que já não estejam mais no Partido.

Hoje sob sua guarda se encontram milhares de documentos; dezenas de títulos de periódicos; 14 mil fotos, mais de 4.500 livros; 400 cartazes; 350 slides; 998 fitas de vídeo; 455 fitas cassete; 190 DVDs; e um amplo leque de cultura material. O seu acervo possui também cerca de uma centena de entrevistas. Possuiu ainda uma página no Portal da Fundação Maurício Grabois, onde busca divulgar parte de seu rico acervo, além de artigos e notícias vinculadas à memória da esquerda brasileira e aos direitos humanos.

A cada dia cresce a consciência de que preservar e divulgar a história dos comunistas brasileiros é defender o direito à memória de parte importante dos melhores lutadores do nosso povo. Devemos aproveitar esse clima favorável para incentivar o estudo e a divulgação da história dos comunistas brasileiros, especialmente do PCdoB.

* Versão modificada e ampliada do artigo publicado na Princípios n. 111, de fevereiro-março de 2011.

** Augusto Buonicore é historiador, secretário-geral da Fundação Maurício Grabois. E autor dos livros Marxismo, história e a revolução burguesa e Meu Verbo é Lutar: a vida e o pensamento de João Amazonas, ambos publicados pela Editora Anita Garibaldi.

Biografia - PCdoB (1962-2012)

TSE julgará ação do PCdoB contra Roriz que pode levar Messias de Souza ao Senado no DF - Portal Vermelho

TSE julgará ação que abre mais uma vaga para PCdoB no Senado  - Portal Vermelho

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode analisar, nas próximas semanas, pedido do PCdoB para cassar o registro de candidatura do ex-senador Joaquim Roriz (sem partido). Como renunciou ao cargo em 2007 para fugir à cassação, a medida deve atingir o suplente Gim Argello (PTB-DF). Caso a justiça eleitoral acate o pedido, Gim perderá o posto para Messias de Souza, atual administrador de Brasília.
A presidente do TSE, Carmem Lúcia, anunciou a disposição de zerar a pauta da Justiça Eleitoral até novembro, quando deve entregar o cargo. Um dos temas que deve ser apreciado pela corte é o processo movido pelo PCdoB.

O presidente do PCdoB no Distrito Federal, Augusto Madeira, concorda com a decisão do TSE. “É muito ruim para o Judiciário demorar tanto tempo para se manifestar sobre um problema da eleição de 2006”, avalia. E acrescenta que, com relação ao resultado do julgamento, a expectativa é muito boa, porque os nossos argumentos são muito consistentes, tanto que o Ministério Público eleitoral deu parecer favorável a nossa tese.

Para o PCdoB, que acusa Roriz de ter cometido abuso de poder econômico ao usar o número de atendimento da Companhia de Abastecimento e Saneamento de Brasília (Caesb) para fazer campanha eleitoral, a vaga aberta com sua renúncia deveria ser ocupada pelo segundo colocado nas eleições, no caso Agnelo Queiroz, hoje governador do Distrito Federal. O lugar deve ser então ocupado por Messias de Souza (foto), atual administrador de Brasília. O mandato de senador para essa vaga ocupada por Gim se encerra em 31 de janeiro de 2015.

A história começa nas eleições de 2006, quando Roriz, candidato ao Senado, fez ampla divulgação e publicidade do número do serviço de atendimento ao público da Caesb, que coincidentemente era o mesmo da sua candidatura.

Em julho de 200, o ex-governador, eleito senador, renunciou ao mandato para não ser cassado pelo Conselho de Ética. Na ocasião, ele foi acusado de envolvimento no escândalo de desvio de dinheiro público no Governo do Distrito Federal. Com a saída de Roriz, a vaga foi ocupada pelo suplente Gim Argello, que está no cargo desde então.

O processo de cassação da chapa de Roriz, que inclui os seus suplentes, está sob os cuidados da ministra Laurita Vaz e pode entrar em julgamento nas próximas sessões do TSE.

Da Brasília
Márcia Xavier

Pela Rua - Ferreira Gullar - Escute o poema



Sem qualquer esperança
Detenho-me diante de uma vitrina de bolsas
Na avenida nossa senhora de copacabana, domingo,
Enquanto o crepúsculo se desata sobre o bairro.

Sem qualquer esperança
Te espero.
Na multidão que vai e vem
Entra e sai dos bares e cinemas
Surge teu rosto e some
Num vislumbre
E o coração dispara.
Te vejo no restaurante
Na fila do cinema, de azul
Diriges um automóvel, a pé
Cruzas a rua
Miragem
Que finalmente se desintegra com a tarde acima dos edifícios
E se esvai nas nuvens.

A cidade é grande
Tem quatro milhões de habitantes e tu és uma só.
Em algum lugar estás a esta hora, parada ou andando,
Talvez na rua ao lado, talvez na praia
Talvez converses num bar distante
Ou no terraço desse edifício em frente,
Talvez estejas vindo ao meu encontro, sem o saberes,
Misturada às pessoas que vejo ao longo da avenida.
Mas que esperança! tenho
Uma chance em quatro milhões.
Ah, se ao menos fosses mil
Disseminada pela cidade.

A noite se ergue comercial
Nas constelações da avenida.
Sem qualquer esperança
Continuo
E meu coração vai repetindo teu nome
Abafado pelo barulho dos motores
Solto ao fumo da gasolina queimada.

segunda-feira, 25 de março de 2013

PCdoB 91 anos - Assista o programa de TV conosco, no dia 28 na Acadêmicos da Asa Norte





Companheiros e companheiras:

O PCdoB do Plano Piloto, mais uma vez, está convocando a militância, os filiados e amigos do nosso Partido para, todos juntos, assistirmos ao PCdoB na TV, que vai ao ar no próximo dia 28 de março de 2013, às 20h30.

Desta vez, resolvemos ampliar a comemoração dos 91 anos do PCdoB com a tradicional roda de samba do Terreiro de Bamba.

O evento acontecerá na quadra da Escola de Samba Acadêmicos da Asa Norte (Setor de Clubes Norte, trecho 3, Lote 9, ao lado do Minas) e o valor do ingresso, que trata-se de uma contribuição simbólica para cobrir os custos, será a compra da caneca do Terreiro de Bamba, doada ao Partido, por R$ 10 (dez reais). A responsável pela distribuição e venda das canecas é a companheira Nayara Baiana, telefone 91167450.

Solicitamos o empenho de todos os camaradas a participarem e mobilizarem o maior número possível de comunistas, pois comemorar 91 anos de lutas em defesa do povo brasileiro, não é para qualquer um.

Ajude-nos a compartilhar o convite com os amigos nas redes sociais, e-mail, etc.

Leandro Cerqueira


Presidente do PCdoB Plano Piloto





Sônia Corrêa


Secretária de Cultura do PCdoB Plano Piloto

Renato: PCdoB, 91 anos de protagonismo nas lutas pelo Brasil - Portal Vermelho

Renato: PCdoB, 91 anos de protagonismo nas lutas pelo Brasil - Portal Vermelho

Ao som da Internacional Comunista, Renato Rabelo, presidente do PCdoB, externou, durante mais uma edição doPalavra do Presidente, sua emoção ao falar dos 91 anos do Partido Comunista do Brasil e do significado de ser comunista. Segundo ele, "esta data marca a entrada do decênio de comemoração do centenário do PCdoB".

Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo




Ele lembra que completamos 91 anos de luta, nos quais sustentamos, bravamente, a bandeira da liberdade, da democracia, da soberania nacional e do socialismo.


"O Partido Comunista do Brasil sempre defendeu a paz e a solidariedade entre os povos e refutou a guerra e a espoliação imperialista. Tem no seu caráter, na sua existência, a luta pela liberdade política, de expressão, de organização, e pela igualdade de gênero, raça e religião. Por isso mesmo, o PCdoB foi e tem sido alvo da sanha reacionária dos setores conservadores do nosso país."


Segundo Renato, "o Partido tem sido uma força protagonista deste novo e promissor ciclo político que vive a nação brasileira e os trabalhadores, aberto com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, e continuado por Dilma Rousseff. Mas, nossa essência deixa claro que nunca perdemos de vista nossas lutas. Por isso, os festejos do 25 de março têm a força de renovar seu apelo de luta aos trabalhadores e ao povo para que o país siga nas mudanças", pontuou o dirigente comunista.
Ele lembra que para contar a história do Brasil é preciso contar a história do PCdoB. "Ao cabo desses 91 anos a trajetória do PCdoB se insere na história republicana brasileira. Estávamos presentes em todos os momentos mais importantes da luta política. A dimensão do Partido é medida por seu papel e sua ascendência na história do Brasil. Apesar da discriminação cívica dos comunistas pelas classes dominantes, constância da formação social brasileira, a atividade do Partido esteve vinculada em várias ocasiões à contribuição para determinação ou desfecho de episódios importantes da história do Brasil." 

Lances da história

Na oportunidade, Renato Rabelo rememorou a participação do PCdoB em momentos como a ditadura militar, Diretas Já, construção da Constituinte, Fora Collor e FHC e a criação da Frente Brasil Popular, que lançaria Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência e iniciaria uma movimentação que desembocaria na vitória das forças progressistas e populares em 2002. 

"O protagonismo do PCdoB desde 1989 contribuiu acentuadamente para a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República em 2002; sua reeleição em 2006 e eleição de sua sucessora, a presidenta Dilma Rousseff, em 2010; a assunção de responsabilidades no novo governo, destacando-se principalmente a participação decisiva do Partido na crise política de 2005, quando esteve em jogo o próprio destino do governo Lula", lembrou o dirigente.

Ele destaca que dos 123 anos de República, 91 tiveram a ampla e destacada atuação do PCdoB. “O Partido estimulou e catalisou em todos os períodos da nossa história a justa luta dos trabalhadores. Tal acervo é resultado da militância revolucionária de várias gerações de comunistas. Nestas gerações estão presentes muitos heróis do povo brasileiro e inúmeros mártires cuja memória é respeitada e fornece energia transformadora profunda à luta contemporânea.”
Novo ciclo

Renato lembra que estão diante de nós grandes desafios impostos pelo novo tempo e pela nova luta pelo socialismo. "Na visão do PCdoB é chegada a hora de uma nova arrancada, que garanta o aprofundamento do ciclo político aberto com a vitória de Lula. De modo a enfrentar a profunda crise estrutural do capitalismo, iniciada em 2008; fomentar as transformações políticas que vive o continente latino-americano e caribenho; a intensificar a luta anti-imperialista. Ou seja, esse novo período histórico em que estamos inseridos coloca os povos e as nações diante de uma encruzilhada de rumos a seguir. Está no centro a definição e luta por uma nova alternativa – necessária e viável – capaz de conformar uma transformação que supere o modelo em crise."

Por fim, Renato Rabelo reforçou que os comunistas atuam com o objetivo de, no governo que participamos, dar curso ao um Projeto Nacional de Desenvolvimento. 
“Neste tempo presente é primordial distinguir nova oportunidade histórica e seguir caminhopróprio, de mudança estrutural, não se limitando a remediar o impasse gerado pela grande crise do capitalismo. O PCdoB tem sido leal na sua relação com o governo, mas não renuncia à sua independência, mantém uma relação de respeito mútuo com os nossos aliados. Nosso Partido defende e respeita a autonomia dos movimentos sociais. A participação e mobilização do povo é a força motriz das mudanças indispensáveis para o alcance de um Brasil, soberano, próspero, democrático e solidário”, finalizou o dirigente. 

Ouça a íntegra do programa:

Programa Palavra do Presidente 

Executiva da CTB debate a MP dos Portos e avança na discussão para o 3º Congresso

Executiva da CTB debate a MP dos Portos e avança na discussão para o 3º Congresso


Terminou nesta sexta-feira (22) a 12ª reunião da Direção Executiva da CTB Nacional, realizada em São Paulo e iniciada na tarde da quinta-feira (21).executiva 12 2
Wagner Gomes, Mário Teixeira e Pascoal Carneiro no 2º dia de reunião

Mereceram destaque no segundo dia do encontro a discussão sobre a Medida Provisória (MP) 595/12 (que altera a Lei dos Portos) e a adoção da certificação digital para entidades sindicais no Ministério do Trabalho.
Mario Teixeira, presidente da Federação dos Conferentes de Carga e Descarga, Vigias Portuários, Consertadores e Trabalhadores de Bloco (Fenccovib), e diretor de Assuntos Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviário e Aéreo, na Pesca e nos Portos (Conttmaf), fez a exposição da MP, seus prejuízos para os trabalhadores e o acordo fechado com o governo.
Para o dirigente portuário, apesar de o acordo ter sido fechado, os trabalhadores precisam se manter atentos já que o avanço dependerá da mobilização da categoria e o empenho dos representantes das centrais sindicais.
“O acordo foi fechado. Mas não quer dizer necessariamente uma vitória. Temos muito trabalho pela frente”, destacou Mário Teixeira, que fez uma clara exposição da situação dos Portos pelo mundo e as possíveis consequências que a nova Lei dos Portos pode trazer para o cenário nacional.
“Da forma que está a MP 595 pode acabar com os Portos Públicos em poucos anos, pois fomentaria a concorrência desleal com os terminais privados”, destacou.
Articulações junto ao MTE
Sobre a certificação digital, a advogada Zilmara Alencar esclareceu os procedimentos, suas vantagens e desvantagens. Em sua opinião, a implantação do sistema pode dificultar a criação de entidades sindicais, fortalecendo a unicidade sindical.
No entanto, a advogada destacou que alguns pontos precisam de ajustes e a negociação com o Ministério do Trabalho será primordial. Para ela, algumas portarias do MTE possuem itens que ferem a autonomia sindical.
“A dificuldade de criar novos sindicatos nos interessa. Somos contra a fábrica de sindicatos. A pulverização sindical que só enfraquece a luta dos trabalhadores”, afirmou Wagner Gomes ao final da fala da defensora.
Temas gerais e nova revista
Compuseram a pauta da reunião um balanço da 7º Marcha das Centrais Sindicais e dos Movimentos Sociais e do 12º Congresso nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, bem como um balanço do 11º Congresso da Contag. A Executiva também aprovou uma Moção de Apoio à Jornada de Lutas da Juventude.
No dia anterior, os dirigentes debateram os preparativos para o 3º Congresso Nacional e discutiram temas relacionados à representatividade de cada central sindical.
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Doquinha (ao centro) destaca a importância do empoderamento feminino

O lançamento da segunda edição da revista “Mulher D’Classe” encerrou o segundo dia da reunião. Em uma mesa composta majoritariamente por mulheres, Raimunda Gomes, a Doquinha, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB apresentou a nova edição aos presentes.
“Queremos que essa edição seja usada em debates dos próximos Congressos Estaduais e desperte na mulher a conscientização pela participação efetiva nos espaços de poder, seja nos sindicatos de base, nas federações ou centrais sindicais. E que seja utilizada também na construção de teses para o 3º Congresso Nacional da CTB, fomentando a participação feminina”, ressaltou Doquinha.
Para a dirigente cetebista, o objetivo é fazer da publicação um instrumento de discussão para a luta da mulher trabalhadora.
“Estamos fechando o março mulher com o lançamento de mais uma edição da Revista Mulher D’Classe e com a realização, pelo Fórum das Mulheres das Centrais, de um teatro ao ar livre, que visa levar à população as principais reivindicações das trabalhadoras: fim do fator previdenciário, licença maternidade de 180 dias, combate à violência contra a mulher e pela aprovação dos projetos que versam sobre a Igualdade de Direitos. Queremos que a população entenda a necessidade de apoiar essa luta”, finalizou.
Cinthia Ribas – Portal CTB

Viva os 91 anos do Partido Comunista do Brasil! Vídeos sobre a História de Lutas do PCdoBrasil!



Wagner: É preciso diferenciar estar no governo de estar no poder - Portal Vermelho

Wagner: É preciso diferenciar estar no governo de estar no poder - Portal Vermelho


Após intensa agenda dos trabalhadores e trabalhadoras, no inicío de março, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, ao conceder entrevista nos estúdios da Rádio Vermelho, avalia a conjuntura nacional, o papel do movimento sindical e aponta as propostas das centrais para que o Brasil inicie uma nova arrancada pelo devolvimento, com inclusão e valorização do trabalho. 

Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo


Foto: Portal Vermelho
Wagner Gomes 
"Nosso desafio deságua em uma luta, na qual disputamos quais os rumos do Brasil". 

Segundo Wagner, o Brasil mudou muito ao longo destes 10 anos, mas ainda tem pela frente uma longa jornada para atingir um robusto desenvolvimento. "Este grupo, no qual os trabalhadores e trabalhadores junto com os movimentos sociais, de forma geral, ajudaram a eleger, chegou ao governo, mas não ao poder.


“É preciso diferenciar ‘estar no governo’ de ‘estar no poder’. Neste país, o poder ainda está nas mãos dos banqueiros, dos latifundiários, dos grandes empresários. Então, nosso desafio deságua em uma luta, na qual disputamos quais os rumos do Brasil, se na manutenção dos interesses dos setores já citados, se na construção de uma nação desenvolvida, mas que inclua e valorize o trabalhador”, salientou Wagner.

Desenvolvimento com justiça social

O dirigente falou sobre a última reunião que as lideranças sindicais tiveram com a presidente Dilma Rousseff e informou que as centrais apresentaram suas avaliações e suas propostas para construir, junto com o governo, sem perder de vista os interesses dos trabalhadores, um novo Brasil.
“Entendemos que, neste momento, o país necessita de uma nova arrancada e nós [trabalhadores e trabalhadoras] estamos preparados para contribuir neste avanço”, sinalizou o presidente da CTB.

Na oportunidade, Wagner rememorou duas questões muito positivas tomadas pelo governo: a redução da taxa de energia e a desoneração da cesta básica. O que, segundo o dirigente, coloca "o governo Dilma vai em direção contrária aos dogmas e interesses que orientam o pensamento dominante. A redução dos impostos e dos preços, tanto da cesta básica como da energia, estimula a demanda e a produção, ao mesmo tempo em que contribui para conter o processo inflacionário". 

Sobre a questão do superávit primário, Wagner voltou a criticar a política empreendida pelo governo e ressaltou que para reverter os baixos resultados econômicos é preciso medidas que ataquem o centro do problema.

"A CTB, bem como as centrais que lutam por uma política econômica diferente da que está aí, entende que uma das questões que precisa ser revista é a questão do superávit primário. Para nós este é o ralo principal por onde escoa o dinheiro que poderia ser investido em infraestrutura, tecnologia, inovação".

Marcha pelo Brasil

O dirigente explicou que "a marcha de centrais é um desdobramento da 2ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadoras (Conclat), que foi realizada em 1º de junho de 2010 e reuniu 30 mil trabalhadores em torno de uma pauta comum: lutar por desenvolvimento com valorização do trabalho e inclusão social. Naquele momento, tiramos uma pauta mínima e dentre elas estava a luta pelo fim do Fator Previdenciário, Redução da Jornada de Trabalho, Ratificação da Convenção 151 e da 158 da OIT,o reajuste para os aposentados e o 10% do PIB para a Educação e Saúde".

Wagner reconhe que o governo tem dado passos significativos no sentido de derrubar os muros que brecam o desenvolvimento. Porém, o dirigente sindical pondera que “a história já provou que o caminho para o desenvolvimento passa por mais investimentos públicos, pela valorização dos trabalhadores, pela ampliação da renda e pela inclusão social”.


Ele lembrou que o movimento sincical iniciou 2013 à todo vapor e que os atos realizados no início de março aumentaram o protagonismo da classe trabalhadora no país. “Esperamos que uma nova etapa, com mais diálogo e participação da classe trabalhadora, seja iniciada daqui para frente. Esses atos demonstraram que é a partir da unidade de ação que poderemos obter avanços, evitar retrocessos e conseguirmos uma maior inserção nos poderes Legislativo e Executivo", afirmou o sindicalista.

Invisibilidade na mídia

Wagner tamvém avaliou a conbertura da mídia conservadora e criticou o tratamento dado às manifestações dos movimentos sociais ao longo de sua história de luta. Segundo ele, a mídia, além de não informar,  criminaliza os que nada mais querem do que um país justo, desenvolvido e soberano. “É impressionante, mais de 50 mil trabalhadores e trabalhadoras se unem pelo Brasil e nenhuma foto foi noticiada”, criticou o sindicalista. 

Segundo ele, “a postura que a mídia assume, historicamente, só reforça o papel que este setor [a mídia] joga na luta política. Mais do que nunca devemos nos unir por um novo marco regulatório para o setor. Um marco que garanta não só o funcionamento, mas a democratização com regionalização e fomento da cultura e da educação. Para que os cidadãos e cidadãs, que pagam seus impostos, tenham o direito de, ao ligar a TV, ter acesso a uma programação comprometida com o interesse e serviço público”.

Ouça na Rádio Vermelho a íntegra do programa:

Programa Resistência  

Nivaldo: O PCdoB nunca perdeu de vista a luta dos trabalhadores  - PCdoB. O Partido do socialismo.

Nivaldo: O PCdoB nunca perdeu de vista a luta dos trabalhadores  - PCdoB. O Partido do socialismo.


'Estratégia política e plano de ação'. Essas são duas características base para a Secretaria Sindical Nacional do PCdoB, que prepara para 2013 ampla agenda de luta. Para entender como está essa preparação a Rádio Vermelho foi conversar com Nivaldo Santana, secretário Sindical Nacional do PCdoB.

Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo 
Central classista - CTB
O PCdoB nunca perdeu de vista a luta por um projeto nacional de desenvolvimento, indicou Nivaldo Santana.
Nivaldo iniciou a conversa falando da importância estratégica que terá 2013. Segundo ele, este ano é um ano muito importante do ponto de vista o debate, das reflexões e do aumento da organização do Partido entre os trabalhadores. É um ano em que ocorre o 13º Congresso do PCdoB e o 3º Congresso da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que tem, em sua base, uma presença forte dos comunistas. Estes dois eventos serão centrais para fortalecer a organização dos trabalhadores no seio da luta política.
 

O 4º Encontro Nacional de Secretários Sindicais do PCdoB reuniu 30 lideranças de 12 estados.

Ele rememorou a realização do 4º Encontro Nacional de Secretários Sindicais do PCdoB, que foi realizado no último dia 13 de março e reuniu 16 estados para discutir a atuação do Partido na esfera sindical.

“Nesse encontro, foram discutidos os preparativos do 3º Congresso da CTB, avaliamos a realização da 7ª Marcha das Centrais e dos Movimentos Sociais, além da elaboração das propostas para o 5º Encontro Sindical Nacional do PCdoB, que focará suas discussões na agenda política, na avaliação destes 10 anos de governos populares e progressistas, e sobre a posição dos sindicalistas do PCdoB neste processo”, sinalizou o dirigente.

Década de mudanças
Sobre o processo de mudanças vivenciado desde 2003, Nivaldo Santana, que também é vice-presidente da CTB, salientou que os trabalhadores e trabalhadoras possuem uma compreensão bastante amadurecida e avaliam este período como positivo, porém destacou que o embate político continua focado no avanço destas conquistas. “Avaliamos como bastante positivo. No entanto, as forças políticas e sociais, que apoiam o governo Dilma, bem como sua base aliada, são heterogêneas, e como tal empreendem suas lutas em torno de suas reivindicações”, explicou.

Segundo ele, esse embate faz da dinâmica da luta e acrescenta que, “é natural do capitalismo o conflito entre os interesses dos trabalhadores frente aos interesses dos capitalistas. Por isso, o apoio do PCdoB sempre girou em torno da construção de um projeto nacional de desenvolvimento, que coloque no centro a defesa do trabalhador, com foco no ciclo progressista, mas sem perder de vista sua autonomia no interior da luta”.

91 anos de luta

Nivaldo Santana também falou sobre os 91 anos do PCdoB. Para o comunista essa data é um marco da história política e deve ser comemorada por todos os setores progressistas e democráticas do país.

Ele lembra que “o PCdoB surge no cenário político nacional pra representar e expressar os interesses dos trabalhadores, um movimento que busca defender o socialismo, a democracia e o desenvolvimento com justiça social. Nesses 91 anos, o nosso Partido construiu uma larga folha de serviços prestados ao país, com destaque para a luta dos trabalhadores. De modo que 91 anos do PCdoB é uma acontecimento que precisa ser celebrado por todos aqueles que amam o nosso país e desejam um futuro melhor para todos os brasileiros”, finalizou o dirigente.

Ouça a íntegra do programa Partido Vivo na Rádio Vermelho:

Em reunião plenária, direção do PCdoB anuncia 13º Congresso - Portal Vermelho

Em reunião plenária, direção do PCdoB anuncia 13º Congresso - Portal Vermelho

A direção do Partido Comunista do Brasil, reunida no final de semana (23 e 24), anunciou a realização do 13º Congresso da organização para o mês de novembro. O balanço do período dos governos Lula e Dilma (2003-2013), as perspectivas da luta transformadora do povo brasileiro, o exame da situação internacional e do desenvolvimento das lutas dos povos, a nova luta pelo socialismo e a construção do Partido estarão entre os temas em debate. No congresso será eleita a nova direção do Partido.
De acordo com o presidente nacional, Renato Rabelo, o Congresso do PCdoB se realizará na dinâmica e na confluência de grandes acontecimentos que condicionam significativas mudanças nas esferas internacional e nacional. “A crise estrutural do capitalismo, que se prolonga e se acentua, interage e acelera a transição que se opera nas relações de poder no mundo; na América Latina, tem sequência um ciclo histórico novo e promissor, avançando na região a construção da democracia e a superação da dependência ao imperialismo; no Brasil, completa-se a simbólica marca de uma década na qual vigora uma fértil jornada de busca e construção de uma nova etapa do desenvolvimento nacional”, disse Rabelo no informe em que abordou as questões relativas à convocação do 13º Congresso.


Leia também:
Direção do PCdoB pede mobilização total dos militantes
Como já está incorporado às práticas do PCdoB, o congresso dos comunistas visa a enfrentar os desafios colocados diante da organização comunista e do conjunto da esquerda brasileira, das demais forças democráticas e progressistas, com coragem política e atuação unitária.

Ao aprovar o temário do congresso, a reunião da direção do PCdoB deu indicações para a redação dos documentos, que serão apreciados, aprovados e lançados ao debate com o conjunto da militância a partir do mês de junho, quando o Comitê Central volta a se reunir para convocar oficialmente o 13º Congresso.

O fato é que “o balanço de uma década do governo das forças democráticas, patrióticas e populares, e a perspectiva resultante, ocupa progressivamente o centro dos debates das forças de esquerda, do conjunto de partidos da coalizão governista, e ganha relevância na agenda da acirrada luta política entre o governo e a oposição”, assinala o Comitê Central do PCdoB. A direção comunista reafirmou a convicção de que “este decênio de ciclo progressista, que se projeta para o futuro, tem no Programa Socialista do PCdoB uma importância estratégica e adquire a centralidade do temário de seu 13º Congresso”.

Esta convicção se reforça ainda mais com a constatação de que o PCdoB desempenhou e desempenha um papel significativo e protagonista no transcurso dos dois governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e no de sua sucessora, a presidenta Dilma Rousseff.

Neste contexto, adquire força a afirmação do presidente do Partido de que “o balanço e a perspectiva atualizada para o Brasil, que devem ser realizados pelo Partido, têm um referencial básico: a aplicação do Programa Socialista, a evolução da construção partidária e o nível de sua consequente intervenção no curso político, no movimento social e na luta de ideias”.

Com esta perspectiva, os comunistas farão no seu congresso o exame da evolução do caminho apontado pelo Programa Socialista – o Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento (NPND). E a partir disto, vão distinguir avanços e limites, situando as barreiras na luta de classes na atualidade, ressaltando novas questões para o embate, atualizando a perspectiva política. Neste exame, o PCdoB verificará se o itinerário percorrido até aqui indica a necessidade ou não de ajustes para atualizar e precisar o rumo, ou seja, a estratégia do Partido de transição ao socialismo nas condições do Brasil.

É com essa perspectiva que temas como a nova arrancada pelo desenvolvimento nacional pleno, com progresso social e soberania nacional, e o aprofundamento da democracia vão adquirir relevo no debate que ora se inicia entre os militantes e quadros do PCdoB.

São temas exigentes, que não podem ser discutidos à margem dos esforços para a construção do Partido. Em 90 anos de existência, a vida do Partido, na última década, se deu numa situação inédita – o Partido Comunista como integrante de um bloco de forças políticas avançadas que exercem o governo da República. Pelo ineditismo e significado disto, impõe-se a tarefa de sistematizar as lições e as novas exigências resultantes do lugar e do papel que o Partido passou a ocupar no cenário político brasileiro.

A reunião do Comitê Central deu ênfase à necessidade de realizar também o balanço da construção partidária ao longo do decênio passado, de sistematizar o desempenho do Partido nas múltiplas frentes de trabalho, sua capacidade de integração no curso da vida política nacional, nas lutas de massas, na afirmação de sua identidade como partido comunista, de classe, popular, de quadros e de massas, força de peso na luta patriótica e na solidariedade internacionalista, salientar suas contribuições em todos esses domínios e identificar as insuficiências.

Neste quadro, os comunistas avaliarão sua contribuição ao avanço do país como partícipe do governo, como força política inserida nas lutas do povo e nos movimentos sociais, assim como na luta de ideias. O Partido passará em revista o labor realizado para disseminar, defender e enriquecer a teoria revolucionária.

A reunião do Comitê Central deu ênfase também à necessidade de proceder ao balanço da situação política internacional e à análise da crise estrutural e sistêmica do capitalismo, bem como formular as tarefas da nova luta pelo socialismo. O PCdoB tem na essência do seu programa e das suas ações a luta anti-imperialista, a defesa dos direitos dos povos e da paz mundial, como elementos indissociáveis da luta pelo socialismo.

O Comitê Central elegeu, entre seus membros, os redatores dos documentos. São eles, em ordem alfabética: Adalberto Monteiro, Aldo Arantes, Dilermando Toni, Haroldo Lima,
Inácio Arruda, José Reinaldo, Júlio Vellozo, Luciana Santos, Luis Fernandes, Marcelino Granja, Perpétua Almeida, Renato Rabelo, Renildo Souza, Ricardo Abreu, Sérgio Barroso, Socorro Gomes e Walter Sorrentino.

Da Redação do Vermelho, com informações do Comitê Central do PCdoB